A ANÁLISE DE DESEMPENHO DA EMPRESA UNIMED BASEADA EM DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS NO ANO DE 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Departamento de Engenharia de Produção e Transportes

Disciplina: Análise Gerencial de Custos I – ENG09056

Professora: Joana Siqueira de Souza

Pedro Gulias e Erica Kranz

ANÁLISE DE DESEMPENHO DA EMPRESA UNIMED BASEADA EM DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

Porto Alegre, Rio Grande do Sul

2019

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1. Introdução

A contabilidade tem como propósito registrar, classificar e comunicar transações econômicas que envolvem a organização. Ela se divide em duas grandes áreas: a financeira e a gerencial.

A contabilidade financeira é utilizada para fornecer dados a usuários externos como: governo, acionistas, fornecedores, consumidores e bancos. Basicamente tem como objetivo informar a saúde financeira e demonstrar a capacidade de investimento da organização, além de mostrar ao governo que está operando de acordo com as legislações vigentes.

A contabilidade gerencial é utilizada para usuários internos a organização, no geral tomadores de decisão. Tem como objetivo principal auxiliar na tomada de decisões gerenciais.

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise econômico-financeira da empresa Unimed no ano de 2018 e realizar comparações com o ano de 2017, além do cruzamento do desempenho com uma empresa concorrente, a Amil. Será analisada a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), o Balanço Patrimonial e serão calculados indicadores financeiros de estrutura e endividamento, de liquidez, de atividade e de rentabilidade. É importante ressaltar que a Unimed adota o regime de competência para o registro das suas operações, isto é, as receitas, custos e despesas são registradas quando ocorrem, independentemente de seu recebimento ou pagamento efetivo. Todos os dados foram retirados do Relatório de Gestão da empresa do ano de 2018.

1. Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é a demonstração e posição contábil da empresa em determinado período. É dividido em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, sendo que a soma do Passivo com o Patrimônio Líquido deve corresponder ao valor do Ativo. Os ativos correspondem aos bens e direitos da empresa, enquanto os passivos representam os obrigações e dívidas (capital de terceiros). O Patrimônio Líquido é correspondente às obrigações com acionistas (capital próprio).

              Os ativos e passivos são classificados em circulantes e não circulantes. As contas circulantes correspondem aos valores referentes ao período de até 12 meses após a data das demonstrações contábeis. As não circulantes são referentes a operações que ocorrerão a partir de 12 meses após a data das demonstrações. Ativos circulantes normalmente são contas de caixa e equivalentes de caixa, aplicações financeiras, contas a receber, estoques, tributos a recuperar, entre outros. Ativos não circulantes são compostos por realizáveis a longo prazo (tributos a recuperar, tributos diferidos, por exemplo), investimentos, imobilizados e intangíveis. Passivos circulantes podem ser compostos por empréstimos e financiamentos, fornecedores, obrigações com representantes, obrigações tributárias, salários e encargos sociais e adiantamentos de clientes. Já os passivos não circulantes são compostos, geralmente, por empréstimos, financiamentos e obrigações tributárias de longo prazo. Com a soma dos passivos circulantes e dos não circulantes obtemos o total do capital de terceiros, útil para a visualização do indicador de endividamento da empresa.

              Para analisar o Balanço Patrimonial, são feitas análises chamadas vertical e horizontal, que permitem a visualização geral do desempenho da empresa em relação ao exercício anterior. A análise vertical analisa a estrutura do demonstrativo, indicando a participação de cada conta em relação ao passivo ou ativo total. Já a análise horizontal verifica a tendência (crescimento ou decrescimento) das contas de um ano para o outro, considerando a inflação sobre um dos anos.  

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Tabela 1 - Balanço Patrimonial de Ativos da Unimed.

*Os valores estão apresentados em milhares de reais.

        Com a análise vertical dos ativos, verifica-se que os ativos não circulantes compõem a maioria do total dos ativos (60%). Percebe-se também que os ativos da Unimed são compostos, na sua maioria, por Participações Societárias Avaliadas por Equivalência Patrimonial (participações dos sócios), equivalentes a 51,18% do total do ativo, e por Aplicações Financeiras, equivalentes a 35,13%. As aplicações financeiras da empresa estão divididas entre as principais instituições financeiras do mercado. Destaca-se também a participação dos Imobilizados em 6,06% do valor total do ativo. Os Imobilizados da empresa são classificados em terrenos, edificações, instalações, máquinas e equipamentos, computadores, equipamentos de videoconferência, móveis e utensílios e veículos. A Unimed efetuou, em 2015, um levantamento da vida econômica dos seus bens para determinar as taxas de depreciação individuais de acordo com a vida útil, e essas depreciações são levadas em conta no cálculo dos ativos Imobilizados.

        Na cálculo da análise horizontal do ativo foi levado em consideração o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de 2018, no valor de 3,75%. No ativo total, houve um crescimento de 9,72% do ano de 2017 para o ano de 2018, sendo esse crescimento maior no ativo circulante (15,89%). Dentro do ativo circulante, os maiores incrementos foram nos valores disponíveis em caixa (41,75%). Destacam-se também os crescimentos no ativo não circulante em realizáveis a longo prazo (115,98%), devido aos aumento dos depósitos judiciais e fiscais (119%).

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Tabela 2 - Balanço Patrimonial de Passivos e Patrimônio Líquido da Unimed.

*Os valores estão apresentados em milhares de reais.

        Na análise vertical do passivo verifica-se que a maior parcela é a do Patrimônio Líquido da Unimed, 63% do passivo total, ou seja, a maior parte do passivo é composta por capital próprio da empresa. O PL é composto por capital social (27%) e por reservas e fundos (36%). Do passivo circulante, segunda maior parcela do total (21%), 10% são referentes a provisões técnicas de operações de assistência à saúde. Essas provisões são necessárias para  garantir a cobertura de riscos contratuais do “Benefício Família”, que favorece os beneficiários após o falecimento do titular de planos de assistência à saúde.