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A Analise das Demonstrações Contábeis

Por:   •  3/11/2016  •  Artigo  •  5.333 Palavras (22 Páginas)  •  631 Visualizações

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1 A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTABÉIS

Segundo Iudícibus (2009), a necessidade de analisar as demonstrações contábeis é pelo menos tão antiga quanto à própria origem de tais peças, pois desde os primórdios da contabilidade, quando esta se resumia, basicamente, à realização de inventários, já o “analista” se preocupava em anotar variações quantitativas e qualitativas das varias categorias de bens incluídos em seu inventário.  

Por sua vez, Marion (2010) complementa que os primeiros inventários foram de rebanhos (o homem tinha como principal atividade econômica o pastoreio) e se preocupava em medir a variação de sua riqueza, que era o rebanho.  

Embora a prática já tenha sido historicamente introduzida, foi apenas no final do século XIX que ela se tornou mais sólida, uma vez que os banqueiros começam a solicitar as demonstrações das empresas a fim de analisá-las para possíveis concessões de crédito às mesmas. Ainda na lição de Marion (2010), por exigir de início apenas o Balanço para a Análise é que se introduz a expressão Análise de Balanços, que perdura até nossos dias.

Nesta senda, somente com o passar do tempo é que foram exigidas outras demonstrações, e a prática passou a abranger outros grupos, órgãos e entidades - além dos banqueiros - a exemplo dos Bancos Governamentais, investidores, fornecedores e cada vez mais os próprios gestores.

A partir dos contextos históricos acima delineados, podemos sintetizar os conceitos afirmando que as Demonstrações Contábeis têm como objetivo principal mensurar e avaliar o comportamento da variação de riqueza das empresas, além de diagnosticar a sua situação financeira, podendo, inclusive, relacionar resultados que auxiliem na instrução de melhores medidas e decisões a serem tomadas pela entidade, que sejam benéficas à sua gestão administrativo-financeira.

Conforme as necessidades foram surgindo, também sobrevieram diversas técnicas para analisar as demonstrações contábeis, as quais consistem efetivamente em transformar dados contábeis em informações que contribuem na tomada de decisões inerentes a algum aspecto específico das organizações.

Dentre as técnicas de análise existentes, é possível destacar aquelas que serão abordadas neste trabalho.

2 TÉCNICAS DE ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBIES: ANÁLISE HORIZONTAL, VERTICAL E ATRAVÉS DE ÍNDICES.

Os métodos de análise denominados “análise horizontal e vertical”, conhecidas também como análises de tendências, detém como objetivo primordial destacar as variações havidas no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultado do Exercício de determinada entidade, demonstrando a sua real posição financeira em determinado período temporal.

Mais uma vez vale mencionar as lições de Marion (2010), que trata desses termos de forma bem sucinta, porém, esclarecedora. Conforme leciona, os índices são os resultados obtidos da divisão de duas grandezas, logo, quando se faz a divisão de uma grandeza por outra nossos olhos leem no sentido vertical, daí chamou-se a técnica de Análise Vertical, considerando dados de um mesmo período. Tendo como objetivo a definição dos percentuais de cada conta ou cada grupo de contas do balanço patrimonial, em relação ao valor total do Ativo ou Passivo, determinando também a proporção das contas do demonstrativo de resultado em relação à Receita Líquida.

Em contrapartida, ao comparar indicadores de vários períodos analisamos a tendência dos índices, nesse caso, batizou-se a técnica de Análise Horizontal, pois nossos olhos leem no sentido horizontal.

Nas lições de Alexandre Alcantara (2010) a análise horizontal é alcançada a partir da observação das modificações de uma conta ou de um grupo de contas. Este método permite descobrir e avaliar a estrutura e composição dos itens das demonstrações econômicas-financeiras ao longo do período analisado.

Há, ainda, a técnica de análise das demonstrações contábeis que lançam mão de índices, os quais merecem ser detalhados ante a relevância de cada um deles.

2.1 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL OU DE ENDIVIDAMENTO.

A análise desse índice através de diversos exercícios mostra a maneira de obtenção de recursos da empresa. Ou seja, se a empresa vem financiando o seu Ativo com Recursos Próprios ou de Terceiros.

É por meio desses indicadores que descobrimos o nível de endividamento da empresa e bem como se ela utiliza mais de recursos próprios ou de terceiros.

Sabemos que a Ativo (aplicação de recursos) é financiado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) e por Capitais Próprios (Patrimônio Liquido). Portanto, Capitais de Terceiros e Capitais Próprios são as fontes originárias de recursos.

Para que se tenha ideia do nível exato de endividamento de uma empresa, se faz necessário o conhecimento dos ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL OU DE ENDIVIDAMENTO, os quais se subdividem da seguinte forma:

2.1.1 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS (PCT) OU GRAU DE ENDIVIDAMENTO

Este índice indica o percentual de Capital de Terceiros em relação ao Patrimônio Líquido, mostrando a dependência da empresa em relação aos recursos externos.

Nesse sentido, pode ser obtido/representado pela fórmula abaixo descrita:

PCT=

Capital de terceiros

x100

Patrimônio Líquido

A interpretação do índice de PCT isoladamente, para o analista financeiro cujo objetivo é avaliar o risco da empresa, é no sentido de que “quanto maior, pior”.

Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior for a relação “Capitais de Terceiros/Patrimônio Liquido”, menor será a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esse terceiros.

Do ponto de vista da obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com Capitais de Terceiros, desde que a remuneração paga a esses capitais seja menor do que o lucro obtido mediante aplicação nos negócios.

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