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A CONTABILIDADE RURAL

Por:   •  1/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.687 Palavras (7 Páginas)  •  600 Visualizações

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RESUMO COMPARATIVO

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade rural: Uma Abordagem Decisorial. 2ª edição. São Paulo : Atlas, 1998.

MARION, José Carlos. Contabilidade Rural: Contabilidade Agrícola, Contabilidade da Pecuária, Imposto de Renda- Pessoa Jurídica. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

OLIVEIRA, Neusa Corte de. Contabilidade do Agronegócio – teoria e prática. 2ª Edição. Curitiba : Juruá, 2010.

        

        Nos capítulos analisados de cada obra, os autores fazem uma abordagem sobre as particularidades da Contabilidade rural. Nesse sentido, Neuza inicia o seu primeiro capítulo trazendo a história da civilização dos homens, onde aborda a questão da forma de sua sobrevivência, ao qual dependiam da coleta de alimentos, da caça e da pesca. Porém, por não ter a prática de cultivos, criações domésticas, armazenagem e troca de produtos, eles se tornavam nômades, se instalando cada época em um local dependendo de onde pudesse obter os alimentos que necessitavam. Com o passar dos tempos e a descoberta que as sementes poderiam ser plantadas e os animais domesticados, teve inicio a atividade agropecuária e a fixação do homem a lugares pré-definidos. Com isso, foram se formando propriedades diversificadas quanto à agricultura e a pecuária.

        Em relação à agricultura, Crepaldi traz que esta representa toda a atividade de exploração da terra, com vistas à obtenção de produtos que venham a satisfazer as necessidades humanas. Para ele, nos últimos anos tem ocorrido especialização da agricultura na produção, contudo, seu custo tem sido bastante elevado não apenas com os insumos como sementes e adubação, mas também por conta da mecanização das práticas agrícolas, o que pode trazer sérios prejuízos aos agricultores. Deste modo, diante da situação de dependência e vinculação do agricultor em relação ao mercado, Crepaldi afirma que torna-se indispensável o conhecimento do produtor rural das condições dos recursos naturais e do mercado de produtos agrícolas, para a realização da administração rural, afim de facilitar na tomada de decisões e assim obter o melhor resultado econômico .

        Neuza também faz referência há mudanças no setor agrícola. Para esta autora, a agricultura passou a depender de muitos serviços, maquinas e insumos vindos de fora, e também de outros serviços e recursos utilizados depois da produção. Com isso, surge uma nova concepção de agricultura, que deixa de ser autossuficiente, e se torna um complexo de bens, serviços e infraestrutura que envolve agentes diversos e interdependentes.

Em relação à Empresa Rural Crepaldi a define como unidade de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de obtenção de renda. E Marion traz que estas são aquelas que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas. E que as atividades desenvolvidas por essas empresas pode ser divididas em três grupos distintos: Atividade agrícola; atividade zootécnica; e atividade agroindustrial. Neuza faz referência em sua obra dessas definições empregadas por Marion, e acrescenta afirmando que as atividades rurais apresentam características que as diferenciam das industriais e comerciais e afetam a forma como são administradas. Do mesmo modo, Crepaldi diz que o setor agrícola apresenta características peculiares que o distinguem dos demais setores da economia, e afirma que isso condiciona a adequação dos princípios gerais da administração utilizados no setor urbano, para o setor rural.

        Crepaldi também enuncia que são três os fatores de produção que integram as empresas rurais, sendo eles: a terra, o capital e o trabalho. Assim, se tratando do fator capital, este representa o conjunto de bens colocados sobre a terra com o objetivo de aumentar sua produtividade e ainda facilitar e melhorar a qualidade do trabalho humano. Para este autor, os capitais que permanecem durante vários anos na empresa são chamados de capital fixo, o qual é mencionado por Marion e Neuza como capital fundiário, que seria a terra, edifícios edificações rurais, cultura permanente, pastos, etc. E o outro tipo de Capital mencionado pelos mesmos autores, é o capital de exercício, que para Marion e citado por Neuza é o instrumental necessário para o funcionamento do negócio, que pode ser permanente, ou de giro,  ou circulante, que para Crepaldi são aqueles consumidos dentro do ano agrícola.

        A partir das associações do capital fundiário e de exercício observa-se segundo Neuza e Marion duas personalidades distintas: o proprietário da terra, que participa com o capital fundiário, e o empresário, que participa com o capital de exercício. Assim, surgem explorações agropecuárias como: Empresário agropecuário com a propriedade da terra - somam-se os capitais fundiários e de exercício; Parceria – ocorre a parceria entre o proprietário da terra e terceiros, mediante remuneração a ser combinada entre ambos. Para Crepaldi, as parcerias rurais são insuficientes, apesar de poder ser executadas normalmente; Arrendamento – o proprietário aluga seu capital fundiário por determinado período a um empresário e recebe o aluguel como retribuição. Isso é o chamado Sistema de Arredamento; Comodato – empréstimo gratuito, onde o proprietário cede por tempo determinado e condições preestabelecidas sem nada a receber do comodatário; Condomínio – propriedade em comum, onde os condôminos proprietários compartilham na mesma proporção dos riscos e dos resultados da exploração da atividade.

        Vale ressaltar que os três autores contextualizam a Contabilidade Rural, contudo Crepaldi dá mais ênfase à sua importância. Assim, para o mesmo, a Contabilidade Rural destaca-se como o principal instrumento de apoio às tomadas de decisões durante a execução e o controle das operações da Empresa Rural, porém ele afirma que esta é umas das ferramentas administrativas menos utilizadas pelos produtores brasileiros, e que quase sempre é conhecida apenas por suas finalidades fiscais.

Em se tratando de atividade agrícola, a contabilidade deve ser realizada levando em consideração o tipo de cultura existente: cultura temporária ou permanente. Assim, para ambos os autores a diferença básica entre as duas é que as temporárias estão sujeita ao replantio, e possui vida curta quando colhidas e arrancadas da terra, enquanto que a permanente estão vinculadas ao solo, proporcionando mais de uma colheita.

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