A INFLUENCIA NORTE AMERICANA NA CONTABILIDADE NACIONAL

A contabilidade tem na sua origem a influência de grandes escolas europeias. Entretanto, em meados do século XX, após algumas importantes mudanças no cenário econômico mundial, esta influência entra em declínio e a escola norte-americana avança com suas doutrinas bem desenvolvidas e mais adaptadas ao novo contexto, através de pesquisas e trabalhos intensos que aos poucos foram se espalhando.

O avanço do enfoque norte-americano chega ao Brasil a partir da década de 60. Até então, prevalecia a cultura contábil europeia, particularmente a italiana. Dessa forma, o ensinamento patrimonialista perde força e, com o surgimento da Lei 6.404/76 das S/As, os padrões contábeis, aos poucos, sofrem adequação às Normas Internacionais, traçando um divisor histórico desse assunto no Brasil.

Vale lembrar que em 1972, a Circular nº 179 estabeleceu a expressão “princípios contábeis geralmente aceitos” e, no mesmo ano, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) se manifestou através da Resolução nº 321 adotando e ratificando a mesma terminologia.

Esta divulgação dos princípios, por meio de organizações, evidencia a contribuição da escola norte-americana para o mundo contábil, ampliando a produção de informação antes direcionada apenas aos administradores e credores para focar nos investidores e acionistas.

Fazendo uma comparação entre as duas vertentes doutrinárias, observa-se que a intenção europeia era apenas de investigar e/ou estudar o movimento patrimonial e a quem os resultados decorrentes desse estudo interessavam, enquanto o modelo norte-americano buscava registrar e divulgar todos os fatos, normatizando os procedimentos e qualificando a informação contábil, o que maximizou a sua difusão tornando-a útil a qualquer usuário.

Enfim, podemos concluir que os dispositivos legais e regulamentadores influenciaram de forma muito concreta a transformação da contabilidade até os atuais princípios contábeis no Brasil. Diante do cenário atual da Contabilidade brasileira, que ainda vive momentos de convergências das normas internacionais, alicerçando o conhecimento adquirido e sempre prezando pela transparência na evidenciação das informações para os usuários, verifica-se que as novas alterações trazem consequências fiscais, as quais certamente deverão ser reguladas por meio de novos atos normativos.