ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
Por: leticacm9 • 10/5/2018 • Trabalho acadêmico • 2.382 Palavras (10 Páginas) • 314 Visualizações
1.0 Demonstração do Valor Adicionado - DVA
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA), conforme afirma Marion (2007, p. 69) “surgiu na Europa, principalmente por influência da Inglaterra, da França e da Alemanha”. No Brasil, conforme o artigo 176, inciso V da Lei nº 11.638/2007, as companhias abertas são obrigadas a elaborar e a divulgar ao final de cada período a DVA. De acordo com Martins et al (2013 p. 667), antes de ser obrigatória, a DVA era apenas incentivada a sua divulgação por meio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo o Pronunciamento Técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 09, valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros.
Marion (2007 p. 69) reafirma que: “A DVA evidência quanto de riqueza uma empresa produziu, ou seja, quanto ela adicionou de valor a seus fatores de produção, e de que forma essa riqueza foi distribuída e quanto ficou retido na empresa.”
Conforme Martins et al (2013) e o CPC 09, nos apresentam um modelo de estrutura da DVA, sendo que a mesma demonstra as receitas que a empresa gerou, os insumos adquiridos, o valor da depreciação, exaustão ou amortização e o valor recebido em transferência, tornando assim possível chegar ao valor total adicionado a distribuir, a partir do valor total a empresa então irá decidir como destinar a sua distribuição, seja ela destinada ao pessoal, por meio da remuneração, benefícios e FGTS; destinada ao governo, por meio dos impostos, taxas e contribuições, seja do âmbito federal, estadual ou municipal; destinada a remuneração de capitais de terceiros, como juros, aluguéis, entre outros; e também destinado a remuneração de capitais próprios, que são juros sobre capital próprio, dividendos, lucros retidos e a participação dos não controladores nos lucros retidos.
Portanto é necessário a transformação os dados obtidos através da estrutura da DVA em informações, por isso é necessário realizar a análise, como será apresentado a seguir.
1.1 Conceito sobre a análise
De acordo com Silva (2007), a análise das demonstrações contábeis é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas a apuração de dados indicadores que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados (situação econômica).
A DVA deve ser analisada e convém a utilizar como instrumento para identificar as relações sociais em que a empresa está contribuindo na sociedade, ou seja, no seu contexto local e no desenvolvimento regional.
Segundo Santos (2007, p. 221), a utilização da DVA, no conjunto de informações produzidas pelas empresas, poderá dar condições de comparação entre grandezas econômicas que, antes, apenas com base nas demonstrações contábeis tradicionais, não eram possíveis.
Entende-se que em uma análise quanto mais dados forem analisadas, mais serão as chances de se obter uma informação mais fidedigna e real, por isso utilizou-se nove índices neste trabalho, conforme estão apresentados no próximo tópico.
1.2 Aspectos do índices da análise
No presente trabalho para analisar a Demonstração do Valor Adicionado – DVA (modelo FIPECAFI), utilizamos os índices que fazem parte da apostila da unidade de aprendizagem Análise das Demonstrações Contábeis – DFC e DVA, que estão enumerados de 1 a 9 e para a interpretação dos índices calculados utilizamos Santos (2007), como segue abaixo:
Conforme Santos (2007), o índice da participação de empregados no valor adicionado, indica como a empresa está distribuindo a riqueza que produz e o quanto da riqueza criada está sendo destinada para seus empregados. Portanto esta é uma informação de grande utilidade, assim sendo um bom indicador da utilização e produtividade da mão-de-obra utilizada pelas empresas.
Quadro 1 – Participação de Empregados no Valor Adicionado (PEVA)
VADE VADE = valor adicionado distribuído aos empregados. PEVA= ----------- X 100
VAT VAT = valor adicionado total a distribuir.
Fonte: Apostila 3º unidade – Análise da Demonstração do Valor Adicionado, 2017.
De acordo com Santos (2007), o índice da participação do governo no valor adicionado, indica o quanto da riqueza gerada pela empresa está sendo repassada para o Estado, ou seja, aos governos federais, estaduais e municipais, na forma de impostos, taxas, contribuições, etc.
Quadro 2 – Participação do Governo no Valor Adicionado = PGVA
VADG VADG = valor adicionado distribuído aos governos.
PGVA = ---------- X 100
VAT VAT = valor adicionado total a distribuir.
Fonte: Apostila 3º unidade – Análise da Demonstração do Valor Adicionado, 2017.
Segundo Santos (2007), a participação de terceiros no valor adicionado, ou seja, os capitais de terceiros, eles devem ser entendidos como fator de produção, portanto a remuneração a eles destinada representa uma das formas de distribuição de riquezas geradas pelas empresas. A separação dessas remunerações auxilia na análise e compreensão das informações quando tomadas por usuários distintos.
Quadro 3 – Participação de Terceiros no Valor Adicionado = PTVA
VADT VADT= valor adicionado distribuído a terceiros.
PTVA = ---------- X 100
VAT VAT = valor adicionado total a distribuir.
Fonte: Apostila 3º unidade – Análise da Demonstração do Valor Adicionado, 2017.
No quadro 4, está o índice da participação dos acionistas no valor adicionado, que indica o percentual do valor adicionado que será distribuído aos acionista.
Quadro 4 – Participação de Acionistas no Valor Adicionado = PAVA
VADA VADA= valor adicionado distribuído aos acionistas.
PAVA = ----------- X 100
VAT VAT = valor adicionado total a distribuir.
Fonte: Apostila 3º unidade – Análise da Demonstração do Valor Adicionado, 2017.
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