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Análise das demonstrações contábeis – EAD

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Por:   •  29/9/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  12.182 Palavras (49 Páginas)  •  407 Visualizações

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – EAD

MÓDULO I – ORIGEM E CONTEXTUALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Vivemos em um mundo de grandes mudanças e transformações e as organizações precisam desenvolver mecanismos ativos que as façam obter resultados satisfatórios através de informações úteis e precisas com o objetivo de uma melhor tomada de decisão.

Nesse primeiro módulo abordaremos os usuários da informação financeira, a administração financeira e a sua ligação com outras ciências, as inúmeras funções do administrador financeiro, as perspectivas contábil e financeira e, por fim, o grande desafio da administração financeira.

O êxito financeiro das empresas depende cada vez mais do uso de ferramentas financeiras apropriadas. Segundo Santos e outros (2006), “a análise financeira das entidades é uma tarefa complexa e de fundamental importância em uma sociedade moderna”.

Inúmeros são os usuários da informação financeira: os próprios proprietários para a tomada de decisão, os acionistas para verificarem se há aumento no valor das suas respectivas ações, os investidores para analisarem a viabilidade ou não do seu investimento, as instituições bancárias para analisarem o crédito e as garantias dos clientes, os concorrentes para conhecerem profundamente a situação dos seus concorrentes em virtude de ser fator de sucesso ou fracasso da empresa no mercado, o governo para escolher no caso de uma concorrência aberta aquela que estiver em melhor situação financeira, os funcionários para verificarem se os seus salários e encargos estão sendo devidamente pagos e depositados, os fornecedores para analisarem se as empresas têm condições de cumprir suas obrigações, dentre outros.

Inúmeras variáveis governamentais, culturais, sociais, ambientais, dentre outras interferem significativamente no dia a dia das empresas, fazendo com que fatos imprevisíveis contribuam de maneira positiva ou negativa na lucratividade e rentabilidade das mesmas.

Temos como exemplo o aumento da carga tributária, o aumento do barril de petróleo, o aumento da taxa de juros, os altos índices de desemprego e subemprego, os fenômenos da natureza etc.

A administração financeira é uma importante área de decisão para as organizações. Ela está intimamente ligada com outras áreas como a economia e a contabilidade.

Na ciência econômica temos a macroeconomia e a microeconomia. A macroeconomia estuda o sistema bancário e as políticas governamentais e a microeconomia focaliza as relações de oferta e procura nas empresas, os níveis de venda, determinação dos melhores preços, o aumento do lucro, dentre outros aspectos voltados para o ambiente interno das empresas, diferentemente da macroeconomia que é voltada para o ambiente externo.

O administrador deve ter conhecimento dos âmbitos interno e externo da economia, em função da expansão do mercado financeiro e a imprevisibilidade da economia brasileira.

O administrador financeiro necessita focar alguns itens como: ter um bom relacionamento com as instituições bancárias que possui transações, conhecer as taxas de juros, das aplicações, empréstimos, financiamentos, analisar as melhores formas de alavancar recursos junto as mesmas etc.

Dentre as inúmeras funções do administrador financeiro, focaremos duas delas:

. Administração das finanças: analisar a posição financeira, verificando a real necessidade de aumentar a produção e captar recursos de curtos e longos prazos junto às instituições bancárias (financiamentos).

. Administração da estrutura do ativo (bens + direitos): verificar quanto vale em dinheiro os bens e direitos da empresa, determinando quais os melhores ativos a serem comprados, substituídos, modificados.

MÓDULO II – PERSPECTIVA CONTÁBIL X FINANCEIRA

A perspectiva contábil difere um pouco da financeira. O contador se baseia na competência dos exercícios, isto é, as receitas e despesas são reconhecidas no momento da ocorrência do fato gerador, ou seja, a empresa vende para o seu cliente (receita) ou a empresa compra do seu fornecedor (despesa).

No caso financeiro esse reconhecimento só ocorrerá quando o recebimento (receita) e o pagamento (despesa) for efetivado no caixa da empresa – regime de caixa. O administrador não pode contar com uma disponibilidade (dinheiro) que ainda não existe efetivamente.

Um exemplo ocorre quando a empresa vende mercadorias para o seu cliente a prazo. No caso da perspectiva contábil a escrituração já é realizada, pois o fato gerador já ocorreu, independente do efetivo pagamento do valor das mercadorias.

No caso da perspectiva financeira o administrador financeiro só informará no seu fluxo de caixa quando o pagamento do valor da mercadoria for efetivado pelo cliente. Ele até pode projetar esse valor para o dia contratado, pois o demonstrativo financeiro é diário, mas deixando bem claro que imprevistos poderão ocorrer, como, o atraso no pagamento, o não pagamento etc.

Conforme Gitman (2004, p.7) “o administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para honrar suas obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da empresa”.

A contabilidade, apesar de suas peculiaridades, é um insumo necessário para a função financeira, pois é através dela que a análise de índices financeiros (análise de balanços) pode fornecer para as organizações informações referente a sua realidade econômica e financeira, dando subsídios para a uma melhor tomada de decisão.

O administrador financeiro e o contador devem possuir uma estreita comunicação, pois ambos desempenham um papel-chave dentro das organizações nos âmbitos econômico, financeiro e patrimonial, utilizando a técnica da análise de balanços, ou seja, das demonstrações contábeis ou financeiras, que veremos nos módulos seguintes.

O grande desafio da administração financeira é: ter uma rentabilidade maior e uma liquidez satisfatória. Para entendermos melhor, conceituaremos rentabilidade como o crescimento sobre o investimento aplicado e liquidez a capacidade de conversão com mais rapidez de bens e direitos (valores a receber) da empresa em disponível (dinheiro).

Um exemplo bem claro é quando a empresa deseja vender um bem (terrenos, prédios, etc) e encontra dificuldade para efetuar a transação, pois o mercado não absorve o valor ofertado do mesmo. Esse determinado bem não tem poder de liquidez e, consequentemente, a empresa não converterá o mesmo em dinheiro com rapidez e facilidade.

A atividade financeira dentro da empresa, independente do tamanho, ramo de atividade, objetivos, dentre outros, representada pelo tesoureiro (no caso das pequenas empresas) e o controller (nas médias e grandes empresas) deve estar em total consonância com as atividades da alta cúpula, vislumbrando os objetivos estratégicos da organização.

O tesoureiro geralmente é responsável pela administração do caixa, dos bancos, contas a receber, contas a pagar, dentre outros. O controller geralmente conduz atividades voltadas para a administração de investimentos, de custos, impostos etc.

Existe um eterno conflito entre o administrador financeiro e o proprietário da empresa. O administrador financeiro trabalha focando a maximização do lucro, não se preocupa em correr riscos financeiros, prefere receber retornos financeiros de curto prazo e imediatos. Isso ocorre, pois o mesmo está na linha de frente com o mercado, isto é, com as mudanças que afloram a cada momento, fazendo com que atitudes precisem ser tomadas sem o adequado planejamento.

Já no caso dos proprietários, o objetivo primordial é aumentar a sua riqueza, através de retornos financeiros constantes e em longo prazo, preocupando-se nos riscos financeiros. O mesmo preocupa-se em projetos futuros, muitas vezes não tendo contato direto com o dia-a-dia da organização, deixando essa situação a cargo do administrador financeiro.

Devemos deixar claro que a maximização do lucro e da riqueza se completam e não existe um objetivo mais importante e prioritário do que o outro. Os dois segmentos devem andar juntos para o bom resultado financeiro da organização.

MÓDULO III – A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

O módulo abordará a história e evolução da análise de balanços, os demonstrativos que as originam, as informações geradas com ela, o resultado da análise de balanços e as limitações no uso dessa técnica.

A tarefa de analisar os balanços patrimoniais das entidades é tão antiga quanto à própria contabilidade, pois desde os primórdios, quando ainda não existia a nossa moeda, todo o mercado era voltado para o escambo (troca de mercadorias), Os analistas da época, na realização das contagens das mercadorias, já trabalhavam com os aspectos quantitativos e qualitativos das mercadorias.

Mas a análise de balanços só se desenvolveu realmente no final do século passado, quando os bancos americanos sentiram a grande necessidade de requisitar das entidades o balanço com o objetivo de analisarem os créditos dos tomadores de empréstimos, por isso o termo “análise de balanços”. Foi aí que a análise tornou-se obrigatória nos Estados Unidos em 1915 com a padronização dos demonstrativos contábeis, pois os mesmos não tinham uma uniformidade.

Imagine várias empresas publicando um balanço, que só eles entendiam e interpretavam. Como as instituições bancárias poderiam analisar a viabilidade de empréstimos se não existia nenhuma forma de comparação entre as empresas, mesmo aquelas do mesmo ramo de atividade e mesmo tamanho. No Brasil só foi disseminado a análise de balanços em 1970.

A análise de balanço é uma das técnicas contábeis junto com a escrituração (registro dos fatos contábeis da entidade), as demonstrações e a auditoria (verificação se todos os demonstrativos estão de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos e as normas brasileiras de contabilidade).

De acordo com Iudícibus (2004, p.20): “análise de balanços é a arte de extrair relações úteis a partir de demonstrativos contábeis”. Por isso todo o envolvimento e integração das áreas financeira e contábil, cada uma sendo sub-função da outra.

Em uma visão mais sistêmica o termo análise de balanços pode ser mais amplamente chamado de análise das demonstrações contábeis conforme a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, e análise das demonstrações financeiras de acordo com a legislação societária – art. 176 lei das S/A.

De acordo com a legislação societária os demonstrativos financeiros que servirão como base para a análise é:

- Balanço patrimonial - BP

- Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados - DLPA

- Demonstração do resultado do exercício – DRE

- Demonstração das origens e aplicações de recursos – DOAR

De acordo com as normas brasileiras pela CVM segundo a deliberação Nº 488/05, os demonstrativos contábeis são:

- Balanço patrimonial - BP

- Demonstração das mutações do patrimônio líquido - DMPL

- Demonstração do resultado do exercício – DRE

-Demonstração das origens e aplicações de recursos – DOAR ou

- Demonstração do fluxo de caixa – DFC

- Notas explicativas, abrangendo as práticas contábeis - NE

Segundo Matarazzo (2004, p.27) “o diagnóstico de uma empresa quase sempre começa com uma rigorosa análise de balanços, cuja finalidade é determinar quais são os pontos críticos e permitir, de imediato, apresentar um esboço das prioridades para a solução de seus problemas”.

Os principais pontos críticos seriam: endividamento, rentabilidade, solvência, liquidez, rotatividade, etc. Com uma análise correta dos demonstrativos contábeis a empresa poderá criar estratégias internas e externas para manter a sua solvência financeira, isto é, capacidade de cumprir duas obrigações e alavancar resultados.

MÓDULO IV – UTILIZAÇÃO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Blatt afirma na sua obra (2002, p.01) que “a análise das demonstrações financeiras ou análise econômico-financeira dos demonstrativos contábeis visa determinar a involução ou a evolução das situações financeiras”. Para que uma entidade obtenha uma análise conforme a realidade financeira, econômica e patrimonial da entidade, essa deve trabalhar focando demonstrativos atuais e corretos, pois, o analista poderá emitir uma análise (opinião) inadequada se utilizar demonstrações passadas ou incorretas, mesmo sendo muito competente na matéria contábil e financeira.

Essa é uma limitação na ferramenta de análise de balanços, pois não se pode trabalhar com informações financeiras partindo-se de dados passados e/ou incorretos, e com o mercado altamente mutável os analistas precisam entender que a análise ocorre em um “terreno” não muito firme, por essa razão precisam estar antenados com os imprevistos.

Segundo Matarazzo(2004, p. 17) “ o grau de excelência da análise de balanços é dado exatamente pela qualidade e extensão das informações que conseguir gerar”.

As demonstrações contábeis publicadas das empresas apresentam dados (estáticos) e a análise dessas demonstrações é que se tornam informações (dinâmicas), que tem como objetivo a tomada de decisão. Essas informações giram em torno das questões tais como: se essa empresa tem ou não condições de saldar duas dívidas, como está os seus concorrentes, como estão a sua lucratividade e rentabilidade, como anda o seu poder de liquidez (capacidade de converter bens e direitos mais rapidamente em dinheiro), enfim, se está crescendo ou se irá falir.

O resultado da análise das demonstrações contábeis e financeiras deve constar em relatório com linguagem clara e fácil de entender, para que todos os usuários da informação financeira, como proprietários, acionistas, investidores, clientes, governo, administradores, concorrentes, dentre outros, tenham condições de analisar e interpretar claramente tais informações, evitando dubiedade de interpretações, manipulações etc.

Nem sempre o usuário tem uma formação contábil ou financeira, mas precisa utilizar essa ferramenta estratégica de forma que possa contribuir significativamente para as decisões da organização.

No respectivo relatório devem constar informações sobre a utilização eficiente dos recursos da empresa, as origens e aplicações dos recursos, alternativas futuras de alienação de ativos, identificação de falhas administrativas, análise do ambiente interno da empresa (pontos fortes e fracos), desempenho econômico e financeiro, dentre outros.

Franco (2002, p.96) afirma que “a prova da exatidão dos princípios contábeis depende do emprego desses processos de análise de balanços”. Dentre os pressupostos primordiais para a correta análise de balanços é necessário entender quais os princípios e postulados contábeis que servem de aparato para a determinação dos demonstrativos contábeis, servindo de informação para a realização da análise. Veremos no módulo três, os princípios e postulados contábeis.

A análise de balanços também pode gerar subsídios para as empresas no futuro, pois as organizações podem trabalhar a análise através de demonstrativos projetados. Quando a organização enfoca o planejamento financeiro, consequentemente terá condições de lidar com variáveis imprevisíveis de ordem econômica, política, social, governamental etc.

Com isso a empresa adota uma visão de futuro, respondendo questionamentos tais como:

- Será viável a alienação de ativos da empresa,

- Será mais interessante trabalhar com capital próprio ou de terceiros,

- Quais as minhas condições mercadológicas em relação aos meus concorrentes,

- Deverei adotar uma política de prazo mais flexível,

- Qual a minha capacidade de gerar recursos.

MÓDULO V – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

Os princípios nasceram da necessidade que os profissionais da área contábil tinham de responder as questões e desafios do dia a dia nas organizações. Iudícibus afirma (2005, p.26) que “na verdade muitos princípios representam a explicação científica de normas e procedimentos que foram, primeiro utilizados na prática, para em seguida serem racionalizados em teoria”.

Um princípio contábil para possui um suporte legal precisa ser relevante, objetivo e que possa ser inserido nas práticas das organizações. Alguns autores discutem nas suas obras a utilização dos princípios contábeis. Temos como exemplo os bens que são avaliados pelo custo histórico (aquisição) – Princípio do registro pelo valor original. Essa avaliação pode ser válida para a técnica contábil da auditoria, porém, para o investidor essa avaliação é irrelevante.

A resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC Nº 750/93, se refere aos princípios fundamentais de contabilidade. Abordaremos cada um dos princípios contábeis, exemplificando para o melhor entendimento. Franco afirma (2004, p.17) que “para respeitar os fundamentos da contabilidade, as informações contábeis deverão estar rigorosamente subordinadas às normas, e estas aos princípios contábeis”. Os princípios contábeis não podem ser alterados em nenhuma situação, local ou período, devendo ser seguido e respeitado pelos analistas de balanços.

São princípios fundamentais de contabilidade:

a) Entidade

b) Continuidade

c) Oportunidade

d) Registro pelo valor original

e) Atualização monetária

f) Competência

g) Prudência

a) Princípio da Entidade: palavra-chave – autonomia patrimonial

O patrimônio (bens + direitos + obrigações) dos sócios jamais poderá se confundir com o patrimônio das entidades. Mesmo que a entidade tenha um único dono, ele possui o seu patrimônio – pessoa física, natural e a entidade possuem o seu patrimônio – pessoa jurídica.

As entidades englobam todos os tipos: comercial, industrial, prestadora de serviços, organizações sem fins lucrativos, públicas, privadas, economia mista, dentre outras.

Temos como exemplo, o caso de proprietários de entidades que colocam suas despesas pessoais (cartão de crédito, telefone particular etc) para serem pagas através do caixa da empresa. Nesse caso está sendo ferido o princípio da entidade, pois o proprietário tem o direito de mensalmente receber o seu salário (pró-labore), onde o objetivo é exatamente saldar as obrigações da pessoa física (proprietário).

b) Princípio da Continuidade: palavra-chave: going concern (entidade em marcha)

A entidade é um organismo vivo, em movimento e nasce para crescer, evoluir e não para ter um fim determinado. A continuidade das operações da entidade se dá até que surjam evidências contrárias, mostrando o histórico de constantes prejuízos.

Temos como exemplo as microempresas - ME e as empresas de pequeno porte - EPP, onde através de pesquisas são evidenciadas que as mesmas, muitas vezes, não chegam até o terceiro ano de existência.

c) Princípio da Oportunidade: palavra-chave: tempestividade e integridade

O registro do patrimônio de uma entidade deve ser realizado respeitando a tempestividade e a integridade.

Tempestividade: os registros contábeis devem ser escriturados de imediato, a partir da ocorrência do fato gerador, independente das causas que os originaram. Caso a escrituração não seja feita, os registros ficarão incompletos e, consequentemente, os demonstrativos contábeis não informarão a realidade econômica, financeira e patrimonial da entidade.

Integridade: os registros devem ser escriturados com extensão correta, independente das causas que os originaram.

Temos como exemplo a seguinte situação: No dia 06/04 determinada entidade comprou mercadorias do seu fornecedor a prazo, no valor de R$ 1.000,00 com pagamento para 30 dias. Nesse caso a escrituração deve ser feita na data da ocorrência do fato gerador (tempestividade), isto é, dia 06/04 e no valor de R$ 1.000,00 (integridade).

Alguns autores da ciência chamam esse princípio de Universalidade.

d) Princípio do registro pelo valor original: palavra-chave: valor de entrada, moeda nacional

O registro do patrimônio de uma entidade deve ser feito através do valor de entrada, ou seja, custo histórico, e sempre expressos em moeda corrente nacional. A adoção desse princípio indica que o demonstrativo balanço patrimonial mostrará o patrimônio na data da transação, e não representando o valor presente.

Não podemos, por exemplo, registrar o patrimônio de uma entidade com várias moedas, isto é, dólar, euro etc. Nesse caso, qualquer transação ocorrida que possuam valores em moedas de outros países, deve-se, para manter a uniformidade, converter para a nossa moeda.

e) Princípio da atualização monetária: palavra-chave: ajustamento dos valores originais.

A entidade deve reconhecer os seus registros contábeis através do ajustamento dos valores, ou seja, alteração do poder da moeda.

Atualização monetária é diferente da correção monetária. A atualização monetária não é correção monetária, pois, não representa uma nova avaliação e sim, o ajuste dos valores para definir o poder da moeda em respectiva data.

f) Princípio da Competência: palavra-chave: receitas e despesas – fato gerador

As receitas e despesas devem ser incluídas no resultado do período em que aconteceu o fato gerador, independente do efetivo pagamento (despesas) e recebimento (receitas).

Temos com exemplo claro o caso em que uma entidade vende mercadorias para seu cliente, nas condições a prazo e o mesmo efetuará o pagamento em 30 e 60 dias. A escrituração deve ser realizada, mesmo que o cliente ainda não tenha efetuado pagamento da mercadoria. A escrituração não depende do pagamento, e sim, da ocorrência do fato gerador.

Observação:

• Regime de competência – contador – balanço patrimonial – fato gerador

• Regime de caixa – administrador – fluxo de caixa – efetivo pagamento e/ou recebimento.

O regime de caixa informa que, as receitas e despesas só serão lançadas no demonstrativo financeiro fluxo de caixa, com a efetivação do pagamento e recebimento. Realmente, como o administrador financeiro poderá saldar as obrigações da entidade, se o dinheiro (disponível) não está efetivamente no caixa ou na conta corrente do banco da sua entidade. Imprevistos, situações atípicas podem acontecer e interferir nos resultados das entradas e saídas.

g) Princípio da Prudência: palavra-chave: menor valor para o ativo e maior valor para o passivo

De acordo com a norma, esse princípio determina o menor valor para as contas do Ativo (bens + direitos, ou seja, patrimônio bruto) e do maior valor para as contas do Passivo (obrigações ou passivo exigível) sempre que ocorram fatos que devam ser calculados através de estimativas, com o objetivo de quantificar o patrimônio das entidades. A aplicação desse princípio é uma forma de garantir a coerência dos registros e, jamais a ocorrência de manipulações, de valores artificiais etc.

Como você pode observar, existe uma ligação bem estreita entre os princípios contábeis, mostrando que os mesmos devem se complementar para a observância dos mesmos. Temos o exemplo, os princípios da atualização monetária e do registro pelo valor original, ou seja, o primeiro atualiza e mantém atualizados os valores de entrada (valor original ou custo histórico). O princípio da prudência também está intimamente ligada ao princípio da competência.

De acordo com Matarazzo(2003, p.30) “os princípios dizem respeito à caracterização da entidade e do patrimônio, à avaliação dos componentes deste e ao reconhecimento das mutações”. È essencial que os analistas de balanços conhecem os princípios contábeis, pois, o pontapé inicial para entender as conclusões da análise depende dessa situação.

MÓDULO VI – DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

Nesse módulo abordaremos as duas demonstrações contábeis – Balanço Patrimonial – BP e Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, que serão de suma importância para o cálculo e a interpretação da análise de balanços. Mostrando para a entidade em determinado período a sua situação financeira.

BALANÇO PATRIMONIAL

É um demonstrativo que objetiva verificar a posição financeira e patrimonial de uma entidade em determinado período, por esse motivo é considerado um demonstrativo estático. O balanço patrimonial é dividido em grupos que possuem as mesmas características para facilitar a interpretação e a análise dos fatos.

De acordo com Salazar (2005, p.21) ” qualquer indíviduo ou grupo de empreendedores que decide formar uma organização, com ou sem fins lucrativos, terá que iniciar seu planejamento com a criação de um balanço patrimonial, para dessa maneira, ter elementos adequados na tomada das decisões inerentes ao empreendimento”. Como o balanço é um demonstrativo claro, simples e objetivo, vários são os usuários dessa informação: bancos, proprietários, acionistas, investidores, sindicatos, fornecedores etc.

De acordo com a Lei 6404/76 de 15/12/1976, no cabeçalho do balanço devem constar algumas informações obrigatórias: denominação da entidade, título da demonstração e data de encerramento do balanço. Conforme a representação gráfica do patrimônio de uma entidade, do lado esquerdo do balanço patrimonial está os bens (de uso, troca) e direitos (valores a receber) da entidade e do lado direito estão as obrigações da entidade (valores a pagar).

As contas contábeis do lado do ativo (bens +direitos) estão classificadas de cima para baixo em relação à liquidez (capacidade de converter bens e direitos mais rapidamente em disponível). O ativo considerado mais líquido é o próprio dinheiro (caixa). As contas contábeis do lado do passivo (obrigações) estão classificadas de baixo para cima em relação ao endividamento.

A legislação mencionada acima também afirma que o balanço patrimonial deve ser publicado indicando valores do exercício (ano) atual e os valores do exercício anterior para que os usuários dessa informação contábil tenham a oportunidade de analisarem se a situação da entidade é favorável ou desfavorável.

Vamos estudar agora o conceito de cada grupo e subgrupo do balanço patrimonial:

ATIVO CIRCULANTE - bens e direitos que irão se realizar até o exercício social seguinte.

Ex: Caixa, Bancos Conta Movimento, Aplicações Financeiras, Contas a Receber, Estoques, Despesas Antecipadas;

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Bens e direitos que irão realizar-se após o exercício social seguinte.

Ex: Contas a Receber a Longo Prazo, Despesas Antecipadas a Longo Prazo, Contas a Receber de Pessoas Ligadas

INVESTIMENTOS - Participações permanentes no capital social de outras empresas e outros direitos permanentes que não se destinem à manutenção das atividades da empresa.

Ex: investimentos em ações ou quotas, obras de arte, imóveis para aluguel etc.

ATIVO IMOBILIZADO - Bens e direitos destinados à manutenção das atividades da empresa

Ex.: Terrenos, edificações, maquinismos, ferramentas, móveis e utensílios, marcas e patentes etc.

ATIVO DIFERIDO - despesas que contribuirão para a formação de mais de um exercício social

Ex.: Despesas pré-operacionais, despesas com pesquisas, despesas com reorganização etc

PASSIVO CIRCULANTE - Obrigações que irão vencer até o exercício social seguinte

Ex.: fornecedores, empréstimos, impostos a pagar, encargos sociais a recolher, etc.;

PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO - Obrigações que irão vencer após o exercício social seguinte

Ex.: Fornecedores a longo prazo, empréstimos a longo prazo, créditos de pessoas ligadas, etc.);

RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS - receitas de exercícios futuros, diminuídas dos respectivos custos e despesas a elas correspondentes.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO - composto das origens de recursos pertencentes aos acionistas

Ex.: Recursos recebidos na forma de capital, ágio na colocação de ações, doações e subvenções para investimentos, lucros ou prejuízos apurados.

Segue a abaixo o modelo do balanço patrimonial:

1.1.1 A T I V O 1.1.2 P A S S I V O

1.1.2.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.2.2 PASSIVO CIRCULANTE

Caixa Fornecedores

Bancos Empréstimos

Estoques 1.1.2.3 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Aplicações financeiras Fornecedores a Longo prazo

1.1.2.4 Despesas do exercício seguinte Empréstimos a longo prazo

1.1.2.5 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.1.2.6 RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

Contas a receber a longo prazo (+)RECEITAS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

CRÉDITOS COM PESSOAS LIGADAS (-)CUSTOS E DESPESAS DE EXERC. FUTUROS

1.1.2.7 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1.2.8 ATIVO PERMANENTE CAPITAL SOCIAL

INVESTIMENTOS 1.1.2.9 RESERVAS DE CAPITAL

ATIVO IMOBILIZADO RESERVAS DE REAVALIAÇÃO

ATIVO DIFERIDO RESERVAS DE LUCROS

LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE

Segundo Blatt (2003, 9) “a demonstração de resultados é a movimentação do fluxo econômico em determinado período de tempo, cujo saldo é transferido para o balanço patrimonial”. Esse demonstrativo enfoca as receitas e despesas do período de um mês, uma quinzena, um ano para demonstrar o resultado econômico da entidade. Por esse motivo sempre deve vir expresso no relatório o respectivo período.

Ele é considerado um modelo dinâmico, onde o objetivo é verificar se a entidade obteve lucro líquido ou prejuízo líquido. O demonstrativo é feito respeitando o regime da competência, ou seja, as receitas e despesas são lançadas independente do efetivo pagamento e recebimento. Com certeza o resultado líquido da DRE será diferente do resultado do demonstrativo fluxo de caixa, pois o mesmo respeita o regime de caixa.

Segue abaixo um esboço da DRE para que você sinta-se mais familiarizado com um dos demonstrativos que iremos utilizar para calcular e analisar os índices financeiros:

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

1 - RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Venda de Mercadorias e/ou Prestação de Serviços

2 – DEDUÇÕES E ABATIMENTOS

Vendas Anuladas

Descontos Incondicionais Concedidos

ICMS sobre Vendas

PIS s/ Faturamento

COFINS

3 – RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1 – 2)

4 – CUSTOS OPERACIONAIS

Custo das Mercadorias Vendidas e/ou Custo dos Serviços Prestados

5 – LUCRO OPERACIONAL BRUTO (3 – 4)

6 – DESPESAS OPERACIONAIS

Despesas com Vendas

Despesas Financeiras

( - ) Receitas Financeiras

Despesas Administrativas

Outras Despesas Operacionais

7 – OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

8 – LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL (5 – 6 + 7)

9 – RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS

10 – DESPESAS NÃO-OPERACIONAIS

11 – RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (8 + 9 – 10)

12 – PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

13 – RES. DO EXERCÍCIO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (11 – 12)

14 – PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA

15 – RES. DO EXERCÍCIO APÓS O IMPOSTO DE RENDA (13 – 14)

16 – PARTICIPAÇÕES

Debêntures

Empregados

Administradores

Partes Beneficiárias

Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados

17 – LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (15 – 16)

MÓDULO VII – DLPA E DMPL

Abordaremos no respectivo módulo outros demonstrativos contábeis, que poderão ser utilizados na análise de balanços, complementando informações úteis e importantes que o usuário necessita para elaborar o seu relatório conclusivo. Esses demonstrativos contábeis são: a Demonstração de lucros e prejuízos acumulados - DLPA, a Demonstração das mutações do patrimônio líquido - DMPL, a Demonstração das origens e aplicações de recursos – DOAR.

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS - DLPA

De acordo com Blatt (2002, p.43) “a demonstração de lucros e prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada a evidenciar, em um determinado período, as mutações nos resultados acumulados da Entidade”. Esses resultados poderão ser lucros ou prejuízos acumulados, dependendo do valor apurado na demonstração do resultado do exercício – DRE.

Segundo o artigo 186 da Lei N.º 6.404/76 os itens que compõem a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados são:

• Saldo do início do período

• Ajustes de exercícios anteriores

• Correção monetária do saldo inicial

• Reversões de reservas

• Dividendos distribuídos

• Parcela do lucro incorporada ao capital

• Saldo no final do período

A finalidade maior da DLPA é a distribuição do lucro do período. Nesse relatório é informado o lucro do exercício, somado aos lucros de períodos anteriores e, posteriormente destinado para a distribuição de dividendos (repassado para os acionistas com o intuito de remunerar o capital investido por eles) ou para reaplicar na entidade para assegurar o crescimento da mesma.

De acordo com a Instrução normativa – IN CVM Nº 59/86 as companhias abertas são obrigadas a elaborar a Demonstração das mutações do patrimônio líquido - DMPL em substituição a DLPA.

MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS

1. Saldo no início do período

2. Ajustes de exercícios anteriores (+ ou -)

3. Correção monetária do saldo inicial (+)

4. Saldo ajustado e corrigido

5. Lucro ou prejuízo do exercício (+ ou -)

6. De reservas (+)

7. Saldo à disposição

8. Destinação do exercício

• Reserva Legal

• Reserva Estatutária

• Reserva para Contingência

• Outras Reservas

• Dividendos obrigatórios (R$ por ação)

9. Saldo no fim do exercício

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Segundo o artigo 186 da Lei N.º 6.404/76, A Demonstração das mutações do patrimônio líquido enfoca:

• Saldos iniciais

• Ajustes de exercícios anteriores

• Correção monetária

• Aumentos do Capital

• Reversões de reservas

• Lucro líquido do exercício e sua destinação

• Saldos finais das contas que compõem o Patrimônio Líquido

De acordo com a Lei das Sociedades por Ações – 6404/76 a entidade que optar pela elaboração da DMPL não necessita elaborar a DLPA.

Segundo Marion (2002, p.62) “por apresentar maior riqueza de informações, o ideal seria a substituição da Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados - DLPA pela Demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL”. A DMPL é mais completa em termos informacionais do que a DLPA, pois a primeira aborda cada conta do patrimônio líquido e, não só a conta de lucros e prejuízos acumulados, como é o caso da DLPA. Além disso, a Demonstração das mutações do patrimônio líquido - DMPL ajuda consideravelmente da elaboração da Demonstração das origens e aplicações de recursos – DOAR, onde veremos a seguir.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

CAPITAL

SUBSCRITO A REALIZAR REALIZADO

Saldo em 31/12 anterior

Ajustes de Exercícios Anteriores

Aumentos de Capital:

com Reservas e Lucros

por Novas Subscrições

Lucro Líquido do Exercício

DESTINAÇÃO DO LUCRO:

Transferências para Reservas

Reserva Legal

Reservas Estatutárias

Outras Reservas

Dividendos

Saldo em 31/12 atual

MÓDULO VIII – DOAR

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Segundo Blatt (2002, p.40) “a demonstração das origens e aplicações de recursos é a demonstração contábil destinada a evidenciar, em um determinado período, as modificações que originaram as variações do capital circulante líquido da entidade”. A variação do capital circulante líquido – CCL é a diferença entre os totais das origens (passivo) e das aplicações (ativo) dos recursos da entidade.

O objetivo maior da DOAR é informar organizadamente os financiamentos (origens de recursos) e os investimentos (aplicações de recursos) durante determinado período.

Em algumas obras você encontrará a DOAR com outras denominações como: Demonstração do fluxo de fundos, Demonstração de fontes e usos de capital de giro líquido, Demonstração das modificações na posição financeira.

Segundo a Lei 6404/76 – Lei das sociedades por ações, está obrigada a fazer e publicar a DOAR: as companhias abertas e as grandes companhias fechadas.

Apesar da riqueza de informações da DOAR, alguns usuários da informação contábil, como os investidores e analistas de mercado, defendem a substituição da Demonstração das origens e aplicações de recursos - DOAR pela Demonstração do fluxo de caixa – DFC (fluxos de recebimentos – entrada e pagamentos – saída), pois colocam que a linguagem da DFC é mais clara e objetiva e fácil de ser interpretada, gerando uma melhor comunicação entre eles, enquanto a linguagem da DOAR é difícil de se apreender.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E PLICAÇÕES DE RECURSOS

1 – ORIGENS DOS RECURSOS

a. Lucro Líquido do Exercício

(+) Depreciação, amortização ou exaustão

(+ ou -) Variação nos Resultados de Exercícios Futuros

(+ ou -) Resultado da Correção Monetária das Demonstrações financeiras

b. Realização do Capital Social

c. Contribuições para Reservas de Capital

d. Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo

e. Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo

f. Alienação de Investimentos e Direitos do Ativo Permanente

TOTAL DAS ORIGENS

2 – APLICAÇÕES DE RECURSOS

a. Dividendos distribuições

b. Aumentos de Bens ou Direitos do Ativo Permanente

c. Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo

d. Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo

TOTAL DAS APLICAÇÕES

3 – AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DO CCL( 1 – 2)

4 – VARIAÇÕES DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO - CCL

• Ativo Circulante Inicial

• (-) Passivo Circulante Inicial

a. Capital Circulante Líquido Inicial

• Ativo Circulante Inicial

• (-) Passivo Circulante Inicial

b. Capital Circulante Líquido Final

c. Variação do Capital Circulante Líquido (b – a)

Nos módulos seguintes, onde abordaremos as técnicas de análise de balanços, daremos maior ênfase ao demonstrativo Balanço patrimonial - BP e Demonstração do resultado do exercício – DRE, pois é através da análise de ambos que a entidade conhecerá a sua posição financeira.

MÓDULO IX – ANÁLISE VERTICAL

De acordo com Blatt (2003, p.59) “ a análise vertical tem por objetivo determinar a relevância de cada conta em relação a um valor total “. A análise revela ao analista contábil e financeiro qual conta contábil é mais significativa na formação de cada demonstrativo contábil. Quando se trabalha em termos percentuais cada conta contábil em relação ao todo, comparando dentro de um mesmo período. Temos como exemplo:

• Balanço patrimonial: cada conta contábil em relação ao grupo total do ativo, tendo como resultado a avaliação da estrutura dos bens e direitos da entidade e das fontes de financiamento.

• Demonstração do resultado do exercício – DRE: cada conta contábil em relação a receita líquida, tendo como resultado a participação de cada conta na formação do lucro/prejuízo da entidade

• Demonstração das origens e aplicações de recursos – DOAR: cada conta contábil em relação às origens de recursos, tendo como resultado a avaliação da formação das fontes de recursos e aplicações de recursos.

A seguir seguem exemplos do cálculo e da interpretação da análise vertical:

BALANÇO PATRIMONIAL EM X1 E X2

R$ %

ATIVO CIRCULANTE 1.000 66,66 1.000/1.500

Disponibilidades 1.000 66,66 1.000/1.500

Caixa 600 40,00 600/1.500

Bancos c/ mov. 400 26,66 400/1.500

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 500 33,33 500/1.500

Duplicatas a receber 500 33,33 500/1.500

TOTAL DO ATIVO 1.500 100,00 1.500/1.500

Fonte: Autoria própria

Conclusão: 66,66 % está aplicado no ativo circulante – bens e direitos a curto prazo e 33,33% está aplicado no ativo realizável a longo prazo – bens e direitos a longo prazo.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM X1 E X2

R$ %

Receita bruta 10.000

Receita de vendas 10.000

Deduções de vendas 3.000

Devoluções de vendas 1.000

Impostos sobre vendas 2.000

Receita líquida 7.000 100 7.000/7.000

Custo da mercadoria vendida 2.500 35,71 2.500/7.000

LUCRO BRUTO 4.500 64,28 4.500/7.000

Fonte: Autoria própria

Conclusão: O Custo da mercadoria vendida – CMV representou 35,71% da receita líquida da entidade, com isso sua margem bruta resultou em 64,28%.

Segundo Iudícibus( 2003, p.139) “ a finalidade da análise vertical é dar uma idéia da representatividade de um determinado item ou subgrupo de uma demonstração financeira relativamente a um determinado total ou subtotal tomado como base”. O cálculo da análise vertical é direcionado para um ano, mas é relevante que sejam informados anos anteriores para o analista contábil/financeiro verificar a evolução ou não dos respectivos demonstrativos contábeis.

O objetivo primordial da análise vertical é a identificação da relevância de cada conta contábil em relação a sua respectiva demonstração contábil, comparando-se e visualizando se há contas com desvios.

MÓDULO X – ANÁLISE HORIZONTAL

Conforme Matarazzo (2003, p.245) “ a análise horizontal baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica”. O aspecto de maior relevância na referida análise é a indicação do crescimento ou declínio da entidade, através da comparação de cada conta contábil, mostrando se a mesma evolui ou não.

A análise horizontal ocorre ao longo dos anos sob a forma horizontal, conforme veremos no exemplo a seguir:

BALANÇO PATRIMONIAL EM X1 E X2

X1 % X2 %

Ativo Circulante 1.000 100 1.200 120 1200/1000

Disponibilidades 1.000 100 1.200 120 1200/1000

Caixa 600 100 700 116,66 700/600

Bancos C/ Mov. 400 100 500 125 500/400

Ativo Realizável a Longo Prazo 500 100 600 120 600/500

Duplicatas a Receber 500 100 600 120 600/500

Total do Ativo 1.500 100 1.800 120 1800/1500

Fonte: Autoria própria

Conclusão: Podemos observar que os recursos aplicados no Ativo circulante em X2 foram 20% maiores ao ano X1, demonstrando uma viabilidade de crescimento na entidade (120 – 100). Dependendo do ramo de atividade da entidade, o analista poderá comparar esse crescimento com os percentuais da concorrente.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM X1 E X2

X1 % X2 %

Receita bruta 10.000 100 12.000 120 12000/10000

Receita de vendas 10.000 100 12.000 120 12000/10000

Deduções de vendas 3.000 100 4.000 133,33 4000/3000

Devoluções de vendas 1.000 100 1.500 150 1500/1000

Impostos sobre vendas 2.000 100 2.500 125 2500/2000

Receita líquida 7.000 100 8.000 114,28 8000/7000

CMV 2.500 100 3.000 120 3000/2500

LUCRO BRUTO 4.500 100 5.000 111,11 5000/4500

Fonte: Autoria própria

Conclusão: Podemos verificar que o faturamento da entidade em X2 foi 20% maior do que em X1, identificando uma tendência de crescimento. O mesmo ocorre com a receita líquida, com 14,28 de crescimento, porém não seguindo o percentual de aumento do faturamento. A margem bruta superou o ano de X2 em relação a X1 em 11,11%. Da mesma forma da análise anterior, dependendo do ramo de atividade da entidade, o analista poderá comparar esse crescimento com os percentuais da concorrente.

As análises vertical e horizontal são técnicas que se complementam e, no seu conjunto, podem identificar as contas contábeis que necessitam de uma abordagem mais profunda, em função dos seus desvios e diferenças relevantes.

Segundo Matarazzo( 2003, p.255) “ a regularidade de comportamento dos diversos itens das demonstrações financeiras é sinal de estabilidade e segurança, onde a excessiva flutuação representa elevação do risco empresarial”.

A partir dessas análises o analista contábil e financeiro deve utilizar-se de outras técnicas que veremos nos módulos a seguir. Conclusões precipitadas levam ao usuário a utilizar informações que não mostram, na realidade a situação da entidade.

MÓDULO XI – ANÁLISE DE LIQUIDEZ DE CURTO E LONGO PRAZOS

No referido módulo enfocaremos os índices ou quocientes de curto prazo e longo prazo, também conhecidos como índices de liquidez.

A técnica de análise de balanços tem como marco principal o cálculo e a análise dos índices e quocientes, principalmente nas contas do demonstrativo balanço patrimonial e demonstrativo do resultado do exercício - DRE.

De acordo com Iudícibus (2002, p.98) ”o uso de quocientes tem como finalidade principal permitir ao analista extrair tendências e comparar os quocientes com padrões preestabelecidos”. Alguns índices, como verão a seguir, possuem alguns padrões de valores:

Resultado maior que 1 – satisfatório

Resultado menor que 1 – insatisfatório

Resultado igual a 1 = nula ou neutra.

Segundo Santos (2004,23) “a interpretação desses índices pode ser feita comparando-os com os de outras empresas, ou analisando sua evolução ao longo do tempo na própria empresa”. Um dos pontos importantes da análise de índices é que, além de informar o que ocorreu no passado, pode ser uma ferramenta para o usuário utilizar no futuro, isto é, algumas informações são úteis para as previsões futuras.

A análise dos quocientes está voltada tanto para as finalidades externas como as internas. No caso das finalidades externas (bancos, investidores, analistas financeiros etc), o cálculo e a análise deverão ser elaborados periodicamente e, no caso das finalidades internas (empresa), deve ser elaborado em períodos mais curtos, dependendo da situação.

O resultado da análise só terá êxito se o usuário utilizar todos os índices em conjunto para efetuar as suas conclusões, pois alguns índices analisados isoladamente darão resultados distorcidos e fora da realidade econômica, financeira e patrimonial da entidade.

Vamos agora iniciar os nossos estudos a partir dos índices de liquidez, que são retirados do demonstrativo balanço patrimonial, sendo considerados estáticos e buscando informar o nível de solidez financeira da entidade.

GRUPO: ÍNDICES OU QUOCIENTES DE LIQUIDEZ DE CURTO E LONGO PRAZOS

1. ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA = DISPONIBILIDADES___

PASSIVO CIRCULANTE

Esse índice representa o dinheiro que a empresa possui no momento (disponibilidades – Ativo circulante – Balanço patrimonial) para pagar as suas dívidas de curto prazo, que vencerão em, por exemplo, 30, 60, 90, 180 e até 365 dias. Podemos concluir que a empresa precisa contar com o dinheiro quando as dívidas vencerem.

Utilizaremos o exemplo a seguir para todos os cálculos e interpretações dos índices desse grupo:

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

TOTAL 14.000 TOTAL 16.000

Conclusão: O ILI = 2.000_= 0,12

16.000

Para cada R$ 1,00 de PC (obrigações a curto prazo) a empresa possui R$ 0,12 de disponibilidades (Caixa + bancos + aplicações de curtíssimo prazo).

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

Utilizamos a moeda corrente (R$) como forma de interpretação de alguns índices, pois para os usuários internos e externos a análise ocorre com mais clareza, objetividade e facilidade.

Podemos concluir que a entidade precisa contar com o dinheiro quando as dívidas vencerem. Apesar da existência do referido índice, o orçamento de caixa é a ferramenta mais adequada para prevenir esse fato.

2. ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE__

PASSIVO CIRCULANTE

Também chamado de índice de liquidez comum, alguns autores nas suas obras consideram esse índice como o mais importante do grupo de liquidez, pois representa quanto em bens e direitos de curto prazo a entidade dispõe para saldar as suas dívidas.

Devemos ter o cuidado em tratar o índice de forma isolada, para evitar interpretações erradas e fora do contexto real. A situação isolada do índice é:

• ILC maior do que 1 – satisfatória/positiva

• ILC menor do que 1 – insatisfatória/negativa

• ILC igual a 1 – neutra/nula

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

TOTAL 14.000 TOTAL 16.000

Conclusão: ILC = 14.000 = 0,87

16.000

Para cada R$ 1,00 de PC (obrigações a curto prazo) a empresa possui R$ 0,87 de AC (dinheiro e valores que se transformarão em dinheiro).

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

Quando ocorre o declínio do ILC, como no exemplo acima, pode significar tanto a perda da capacidade de pagamento, como a existência de uma administração financeira mais rígida, em função do crescimento da entidade.

3. ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA= ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES_

PASSIVO CIRCULANTE

Esse índice é o mais criterioso para a análise da liquidez, pois com a dedução dos estoques, e entidade elimina os imprevistos e as incertezas em relação os estoques (considerado o ativo menos líquido em relação ao grau de liquidez).

A situação isolada do ILS é:

• ILS maior do que 1 – satisfatória/positiva

• ILS menor do que 1 – insatisfatória/negativa

• ILS igual a 1 – neutra/nula

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

TOTAL 14.000 TOTAL 16.000

Conclusão: ILS = 14.000 – 4.000 = 0,62

16.000

Para cada R$ 1,00 de PC (obrigações a curto prazo) a empresa possui R$ 0,62 de AC (dinheiro e valores que se transformarão em dinheiro) deduzindo os estoques da empresa.

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

De acordo com Santos (2006, 118) “a principal limitação dos índices de liquidez corrente e seca é que os ativos se converterão em dinheiro instantaneamente pelos seus valores contábeis e não de mercado”. Os valores contábeis, também chamados de históricos ou de aquisição, são os valores do bem na data da compra. Os valores de mercado são os valores de determinado bem atualmente, ditado pelo mercado.

4. ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL= AC + ARLP_

PC + PELP

AC – Ativo circulante

ARLP – Ativo realizável a longo prazo

PC – Passivo circulante

PELP – Passivo exigível a longo prazo

Também conhecida como índice de liquidez financeira, possui a mesma limitação dos índices de liquidez corrente e seca: os ativos são convertidos pelo valor contábil e não de mercado.

AC PC

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

ARLP PELP

Créditos de diretores 1.000 Financiamentos 2.000

TOTAL 15.000 TOTAL 18.000

Conclusão: ILG= 14.000 + 1.000 = 0,83

16.000 + 2.000

Para cada R$ 1,00 de PC + PELP (obrigações a curto e longo prazos) a empresa possui R$ 0,83 de AC + ARLP (dinheiro e valores que se transformarão em dinheiro a curto e longo prazos).

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

Em todos os índices anteriormente calculados e analisados, devemos enfocar a sua análise em função dos índices-padrão. Conforme afirma Marion ( 2005, p.86) “ os índices–padrão representam índices médios de diversas empresas do mesmo ramo de atividade, e que servirão de parâmetro para comparação dos índices calculados”.

MÓDULO XII – ANÁLISE DE ENDIVIDAMENTO

No referido módulo abordaremos os índices ou quocientes de endividamento.

5. GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO= AP_

PL

AP- Ativo permanente

PL – Patrimônio líquido

Esse índice também pode ser conhecido como: comprometimento do patrimônio líquido no ativo permanente. Quanto mais recursos próprios (PL) forem inseridos no AP, sobrarão menos recursos para serem aplicados no negócio, ou seja, mais capital de terceiros serão devidos para que as empresas desenvolvam sua operacionalidade. Utilizaremos o exemplo a seguir para todos os cálculos e interpretações dos índices desse grupo:

AC PC

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

ARLP PELP

Créditos de diretores 1.000 Financiamentos 2.000

AP REF -

Imobilizado 63.000

PL

Capital 60.000

TOTAL 78.000 TOTAL 78.000

Conclusão: O GIPL = 63.000_= 1,05

60.000

Para cada R$ 1,00 de PL(capital próprio) a empresa possui R$ 1,05 de AP (investimentos + imobilizado + diferido).

RESUMO: QUANTO MENOR, MELHOR

Assim como nos índices de liquidez abordados no módulo VII, devemos analisar o endividamento das empresas em função dos índices-padrão.

6. GRAU DE ENDIVIDAMENTO DO PL = PC + PE_

PL

PC – Passivo circulante

PE – Passivo exigível = PC + PELP

PL – Patrimônio líquido

Esse índice também é chamado de alavancagem financeira, e segundo uma linha de autores esse índice é calculado da seguinte forma:

Grau de Endividamento do PL = PELP

PL

AC PC

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

ARLP PELP

Créditos de diretores 1.000 Financiamentos 2.000

AP REF -

Imobilizado 63.000

PL

Capital 60.000

TOTAL 78.000 TOTAL 78.000

Conclusão: O GEPL = 16.000 + 16,000 + 2.000_= 0,56

60.000

Para cada R$ 1,00 de PL ( capital próprio) a empresa possui R$ 0,56 de PC + PELP(dívidas totais), ou seja, a empresa deve R$ 0,56 para terceiros para cada R$ 1,00 de capital próprio .

RESUMO: QUANTO MENOR, MELHOR

7. GRAU DE ENDIVIDAMENTO TOTAL = PC + PELP

PL

PC – Passivo circulante

PELP – Passivo exigível a longo prazo

PL – Patrimônio líquido

AC PC

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

ARLP PELP

Créditos de diretores 1.000 Financiamentos 2.000

AP REF -

Imobilizado 63.000

PL

Capital 60.000

TOTAL 78.000 TOTAL 78.000

Conclusão: O GET = 16.000 + 2.000_= 0,30

60.000

Para cada R$ 1,00 de PL (capital próprio) a empresa possui R$ 0,30 de PELP (dívidas a longo prazo), ou seja, existem R$ 0,56 de dívidas totais para R$ 1,00 de fontes totais de recursos.

RESUMO: QUANTO MENOR, MELHOR

8. GRAU DE GARANTIA DE CAPITAL DE TERCEIROS = __PL_____

PC + PELP

PL – Patrimônio líquido

PC – Passivo circulante

PELP – Passivo exigível a longo prazo

Segundo Franco (2004, p.153) “quando maior for este quociente, ficará evidenciado que a empresa utiliza mais capitais de terceiros que capitais próprios, o que pode ser considerado anormal e inconveniente, não só para a própria empresa, pois isso pode representar situação de difícil solvência, como também para os credores, pois suas garantias são reduzidas”. O fato de utilizar capital de terceiros não necessariamente indica situação de insolvência, pois depende de como esses capitais então aplicados do lado do ativo.

AC PC

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

ARLP PELP

Créditos de diretores 1.000 Financiamentos 2.000

AP REF -

Imobilizado 63.000

PL

Capital 60.000

TOTAL 78.000 TOTAL 78.000

Conclusão: O GEPL = 60.000 _____ = 3,33

16.000 + 2.000

Para cada R$ 1,00 de capital de terceiros a empresa possui R$ 3,33 de capital próprio, ou seja, indica que existem R$ 1,00 de dívidas totais para R$ 3,33 de PL .

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

9. ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS = LAJI

DJ

LAJIR – Lucro antes dos juros e imposto de renda

DJ – Despesa com juros

Segue abaixo o exemplo de uma demonstração do resultado do exercício - DRE de uma empresa para fins de cálculo e interpretação:

Vendas Líquidas 10.000

(-) Custo da Mercadoria Vendida 2.000

(-) Depreciação 1.000

= Lucro antes de juros e impostos 7.000

(-) Despesas de juros 1.500

(-) Impostos 300

= Lucro Líquido 6.200

Conclusão: O ICJ = 7.000 = 4,66

1.500

Para cada R$ 4,66 de LAJI a empresa possui R$ 1,00 de despesas de juros a ser pago.

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

MÓDULO XIII – ANÁLISE DA ROTATIVIDADE

No referido módulo estudaremos os índices ou quocientes de rotatividade, também conhecidos como índices de estrutura, de giro, de atividade ou índices de administração de ativos. Esses índices influenciam os índices de liquidez e endividamento, por esse motivo, mostram o dinamismo da análise, através da utilização conjunta do balanço patrimonial - BP e da demonstração do resultado do exercício – DRE.

Segundo Iudícibus (2003, p. 105) “estes quocientes representam a velocidade com que os elementos patrimoniais de relevo se renovam durante determinado período de tempo”. O objetivo principal desses índices é avaliar como a entidade está gerenciando seus ativos, dependendo da operacionalidade do negócio.

A seguir estão os índices ou quocientes de rotatividade com alguns exemplos, buscando fazer com que você se familiarize com esse grupo de atividade.

10. GIRO DE CONTAS A RECEBER (GCR) = VENDAS___________

CONTAS A RECEBER

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

O giro de contas a receber esclarece para a empresa o prazo entre a realização da venda e o seu recebimento. Muitas empresas, principalmente as micro e pequenas empresas chegam a uma situação de insolvência em conseqüência da falta de planejamento na administração das suas contas a receber.

2. DIAS DE VENDAS EM CONTAS A RECEBER = 360 OU 365

GCR

Também é conhecido como prazo médio de recebimento - PMDR, e o resultado é informado em média, ou aproximado, pois não podemos interpretar que existam dias como 12,36 dias; 45;68 dias; 88,56 dias etc.

RESUMO: QUANTO MENOR, MELHOR

Utilizaremos o exemplo a seguir para todos os cálculos e interpretações dos índices desse grupo:

BALANÇO PATRIMONIAL – BP EM 2006

AC PC

Disponibilidades 2.000 Fornecedores 3.000

Contas a receber 8.000 Impostos a recolher 5.000

Estoques 4.000 Empréstimos 8.000

ARLP PELP

Créditos de diretores 1.000 Financiamentos 2.000

AP REF -

Imobilizado 63.000

PL

Capital 60.000

TOTAL 78.000 TOTAL 78.000

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE EM 2006

Vendas Líquidas 50.000

(-) Custo da Mercadoria Vendida 4.000

(-) Depreciação 3.000

= Lucro antes de juros e impostos 43.000

(-) Despesas de juros 5.000

(-) Impostos 1.000

= Lucro Líquido 38.000

Conclusão:

GCR = 50.000 = 6,25

8.000

Nº. de dias de vendas em contas a receber = 360 ou 365 = 57,6 ou 58,4 dias

6,25

A empresa cobra o seu saldo de contas a receber e fornece novamente crédito 6,25 vezes durante o ano, ou seja, em média a empresa cobra as suas vendas a prazo em 57/58 dias.

3. GIRO DE CONTAS A PAGAR (GCP) = CMV____________

CONTAS A PAGAR

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

4. DIAS DE VENDAS EM CONTAS A PAGAR (PMDP) = 360 OU 365

GCP

Também é conhecido como prazo médio de pagamento - PMDP, e o resultado é informado em média, ou aproximado, pois não podemos interpretar que existem dias como 12,36 dias; 45;68 dias; 88,56 dias etc.

RESUMO: QUANTO MAIOR, MELHOR

BALANÇO PATRIMONIAL – BP EM 2006

AC PC

Disponibilidades 2.000 Contas a pagar 10.000

Duplicatas a receber 8.000 Impostos a recolher 2.000

Estoques 4.000 Empréstimos 4.000

ARLP PELP

Créditos de diretores 1.000 Financiamentos 2.000

AP REF -

Imobilizado 63.000

PL

Capital 60.000

TOTAL 78.000 TOTAL 78.000

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE EM 2006

Vendas Líquidas 50.000

(-) Custo da Mercadoria Vendida - CMV 14.000

(-) Depreciação 3.000

= Lucro antes de juros e impostos 33.000

(-) Despesas de juros 5.000

(-) Impostos 1.000

= Lucro Líquido 27.000

Conclusão:

GCP = 14.000 = 1,40

10.000

Nº. de dias de vendas em conta

...

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