CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE & CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO

CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE

&  CUSTOS  DE  TRANSFORMAÇÃO

Dr. João Coimbra Neto                

1        CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADA: DEFINIÇÃO

        O Custo Total de Propriedade, também conhecido como Total Cost of Ownership (TCO), pode ser conceituado como sendo:

a)      A matriz do “ciclo de vida” de um equipamento;

        Para SAKURAI (1997, p. 158):

Outro ponto de vista, mais abrangente e estratégico, considera o ciclo de vida do produto sob a ótica da empresa fabricante e do consumidor (que pode ser o consumidor final ou outra empresa). Este conceito mais abrangente de ciclo de vida analisa as fases do produto desde o início da pesquisa e desenvolvimento até a data em que é descartado. O ciclo de vida só termina quando o produto ou equipamento perde sua utilidade ou se desgasta totalmente. A abordagem do custo total de propriedade utiliza esta idéia mais ampla do que é o ciclo de vida de um produto. Conclui-se, portanto, que o custo total de propriedade considera, além dos custos de produção, os custos de aquisição e também os custos de pós-aquisição - que são os custos de operação, manutenção e descarte.

         Ou seja, para SANT ANA & ROCHA (2011, p.3) “O custeio pelo ciclo de vida, além de identificar também quantifica os custos reais atribuíveis ao produto do início ao final de sua “vida”.

b)       Um serviço ou um produto, considerando seus respectivos custos de:

• Aquisição;
• Propriedade;
• Operação;
• Manutenção.

c)         Valores associados ao uso de um bem ou serviço em seu potencial máximo;

d)         Itens como treinamento de usuários para um determinado fim, manutenção, implantação de um serviço, avaliação de um determinado produto/serviço, gerenciamento dos processos de desenvolvimento de um determinado produto/serviço, serviço pós-venda e auditoria.

         Torna-se relevante destacarmos que o TCO pode ser aplicado tanto para fornecedores quanto usuários de um determinado nicho de mercado.

Para PINHEIRO (2011):

O TCO também possui componentes indiretos, como suporte e treinamento. As empresas podem lançar mão de ferramentas de gerenciamento para identificar exatamente o que hardware e software representam em uma determinada instalação, permitindo criar modelos de economia a partir da migração para hardware e software com configurações padrão de mercado.

Assim sendo, o TCO perpassa a um elemento indicador informa o total dos custos relacionados à posse do produto ou equipamento, desde a sua aquisição até o consumo, servindo para planejar e controlar os gastos a serem incorridos na aquisição de um produto, durante toda a sua vida operacional e inclusive na ocasião de seu descarte.

2        CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO: DEFINIÇÃO

        

        Também denominado de Conversão, o custo de transformação perpassa ao custo total do processo produtivo, representado pela soma da mão-de-obra direta com os custos indiretos, representando o custo de transformação da matéria-prima em produto acabado.

        De acordo com GANTZEL & ALLORA (1996, p. 52):

Cada produto, por mais numeroso e diversificado que seja, poderá ser medido pela quantidade de esforço que foi necessário para fabricá-lo, uma vez que este produto foi concebido através da passagem por diversos locais de trabalho, que por sua vez realizam tal esforço.

         Os cálculos de custos e o controle de desempenho são simplificados, considerando a fabricação de produtos não diversificados, haja vista o processo produtivo ser também, simplificado, bastando para tal  dividir o custo total do período pelo número de unidades produtivas, tendo-se, assim, o custo unitário.

        Todavia, BORNIA (2002, p. 140), diz-nos que:

Em empresas multiprodutoras, saber o custo unitário do produto, com um grau de precisão elevado, torna-se bem mais trabalhoso. Há a necessidade de se recorrer a critérios mais complexos, que consigam analisar os custos nesta situação.

        Assim, de acordo com a UNIVERSIDADE SÂO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE (2011):

Os custos de transformação correspondem a mão de obra directa utilizada na produção [e] os gastos gerais de fabrico, tais como todos os fornecimentos, seguros, força motriz, mão-de-obra indirecta, amortizações, etc, exigidas pela produção.

        

        Consideremos, assim, o esquema abaixo:

Custo de Transformação =  Mão-de-Obra Direta  +                                                               Custos Indiretos de Fabricação

        Para KROETZ (2011):

 MÃO-DE-OBRA DIRETA: elemento utilizado para a transformação dos materiais diretos em  produto. A mão-de-obra direta, bem como os respectivos encargos sociais podem ser claramente identificados com o volume operacional das atividades (unidades produzidas, horas-máquinas ou horas-homens). CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF): gastos que não são identificáveis diretamente aos portadores finais. Exemplo: aluguel, MOI, manutenção etc.

        Portando, o custo de transformação pode ser definido como o custo que se tem de incorrer para se transformar um ativo financeiro em outro.

3        APLICAÇÃO DO CONCEITO DE CUSTO TOTAL DA PROPRIEDADE AOS CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO

        Objetivando a apropriação dos custos de transformação aos produtos elaborados, semi-elaborados e em elaboração, bem como a apuração do custo total e unitário dos produtos e serviços - para fins gerenciais  e  administrativos,  podendo ainda  abranger  os  custos  de  distribuição, armazenagem, vendas e administração, incluídos aí os custos financeiros e tributários, surgiu a CONTABILIDADE DE CUSTOS DOS PRODUTOS,  onde a ordem de produção ou de serviço, o Boletim de Apropriação de custos (BAC) e o Mapa de Apropriação de Custos (MAC) são instrumentos-exemplos deste segmento das Ciências Contábeis.