Correntes Europeias e Americanas de Contabilidade e Suas influências no Brasil

Correntes Europeias e Americanas de Contabilidade e Suas influências no Brasil

FREI LUCA PACIOLI:

Luca Bartolomeu de Pacioli, nasceu por volta de 1445, no vilarejo de Borgo di San Sepolcro, província de cidade de Arezzo foi um monge franciscano e grande célebre matemático.

Na sua infância foi educado pelo matemático Dominico Bragadino. E tornou-se matemático de uma escola local.

Em 1470, Pacioli escreveu seu primeiro manuscrito de álgebra.

Em 1472, tornou-se o primeiro professor de matemática da Universidade de Perugia na Itália. Nesta mesma época se tornou Frei fazendo votos aos Franciscanos.

Luca Pacioli é autor de 10 livros, sendo o mais importante o “Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità” (Conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e proporcionalidade), onde no capítulo “Tratactus de Computis et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas), escreve sobre a famosa técnica.

Vale a pena enfatizar que o citado método não foi criação de Pacioli, ele apenas a divulgou em livro, pois a técnica de partidas dobrada já era muito utilizada na Itália sobretudo na Toscana.

A partir da divulgação desta técnica, ocorreu uma verdadeira revolução da contabilidade no mundo todo, e a contabilidade começou a ser a principal forma de controle mercantil.

Após a divulgação deste livro, Luca Pacioli continuou a escrever e lecionar. Em 1510 escreveu seu segundo livro mais importante o De divine proportione (Proporção Áurea).

Pacioli viveu até 19 de junho de 1517 onde faleceu no mosteiro de San Sepolcro na Itália.

ESCOLA ITALIANA DE CONTABILIDADE:

Após a divulgação da técnica do método de partidas dobradas, a contabilidade na Europa, viveu um período de estagnação que compreende os anos de 1500 Há 1800 aproximadamente.

A partir de 1801 surgiram as escolas de contabilidade sob o regimento de grandes pensadores contábeis entre os principais tais como Fábio Besta, Giuseppe Cerboni, Francisco Marchi, Francesco Villa, e Gino Zappa.

Esse corpo docente foi responsável pela corrente de pensamentos contábeis.

As principais correntes de pensamentos contábeis são: o contismo, o personalismo, o controlismo, o aziendalismo e o patrimonialismo.

O Contismo:

Foca as contas contábeis, sobretudo devido à grande influência do método das partidas dobradas. Os estudiosos deste método preocupavam-se em controlar a movimentação da empresa por meio dos saldos das contas. Cada conta movimentada possuía um registro próprio e exclusivo, e toda movimentação ocorrida na conta durante o período era registrada em um mesmo local.

O Contismo ganhou mais impulso a partir da teoria das cinco contas do francês Degranges. A teoria das cinco contas são: mercadoria, dinheiro, efeitos de pagar, efeitos de receber e lucros e perdas.

O Personalismo:

É o estudo que classifica as contas do proprietário, dos consignatários e dos correspondentes.

Proprietários seriam os responsáveis pelas Contas de Patrimônio Líquido e suas variações que são elas: capital social, custos, despesas e receitas.

Consignatários seriam as contas em que a entidade confia a guarda seus bens (ativos) que são elas: Caixa, bancos, aplicações, títulos de capitalização, imóveis, terrenos, veículos, entre outras.

Correspondentes são os terceiros em que a entidade tem seus direitos (Ativos) ou obrigações (passivos). Exemplos de contas de terceiros seriam os clientes em que a entidade espera o recebimento pelas compras realizadas e fornecedores em que a entidade comprou suas mercadorias a prazo e fará em momento oportuno sua liquidação.

Segundo o livro (Teoria da Contabilidade, ELEUTÉRIO, Érico da Luz, Ed. Intersaberes, pag. 43), Giuseppe Cerboni defende a tese dos axiomas que são seis verdades conforme abaixo:

1º Axioma:

A administração da azienda estará a cargo do proprietário, porém este deve estabelecer relações adequadas com os agentes correspondentes;

2º Axioma:

É preciso distinguir o papel do proprietário e do administrador, embora possa se unir a mesma figura (proprietário administrador), deve haver separação clara entre os negócios e a família;

3º Axioma:

O papel do administrador é gerenciar o negócio sem usar as riquezas para usufruir de benefícios pessoais;

4º Axioma:

Todo devedor corresponderá a um credor e vice-versa;

5º Axioma:

O proprietário administrando ou não a azienda, é de fato, credor da substancia e devedor das passividades pertinente aquela riqueza;

6º Axioma:

No personalismo a riqueza do proprietário (débito e crédito) varia conforme os lucros e perdas ou acréscimos e decréscimos de capital

Essa teoria foi elaborada por Francesco Marchi e Giuseppe Cerboni

O Controlismo:

Seu idealizador foi Fábio besta através da escola controlista. Ele apregoava que a contabilidade tinha funções mais amplas do que o próprio registros de fatos econômicos. (Teoria da Contabilidade, ELEUTÉRIO, Érico da Luz, Ed. Intersaberes, pag. 44).

Neste tempo foi idealizado um conjunto de normas para que os controles contábeis fossem eficientes e completos, para tomadas de decisões sobre a entidade.

A informação contábil partir deste estudo passaria a ser fundamental para a análise da gestão passada, e para as previsões futuras.

Os fundamentos do controlismo são bem semelhantes aos estudos de hoje em dia sobre a controladoria.

O Aziendalismo:

A escola Aziendalista surgiu no início do século XX e sua proposta era enquadrar a contabilidade como um conhecimento cientifico. Seu mentor foi Gino Zappa (1879-1960). Que propôs um novo conceito de economia aziendal (Teoria da Contabilidade, ELEUTÉRIO, Érico da Luz, Ed. Intersaberes, pag. 45).

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