Custos de Armazenagem de Contêineres em Terminais Retroportuários

Metodologia da Pesquisa I - Ciências Contábeis/CCJE - Vitória, ES, Brasil, 21 de novembro de 2020

Custos de Armazenagem de Contêineres em Terminais Retroportuários

[Container Storage Costs at Retroport Terminals]

Leonardo Barlez Pizzol

Marcos Eduardo Martins Rangel

Yang dos Santos Rangel da Silva

Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Resumo

Com o avanço tecnológico e o aumento das infraestruturas portuárias globais, o tema sobre Custos de Armazenagem de Contêineres em Terminais Retroportuários mostrou-se cada vez mais relevante. Sabe-se que o Brasil, em sua grande parte, abrange um litoral extenso capaz de suportar uma enorme quantidade de portos e, por conseguinte, a capacidade de criar retro portos para armazenagem. Um modelo teórico viável e eficaz apresentou-se necessário, uma vez que a escassez de informações relacionadas a armazenagem e custo são evidenciadas. Esse artigo propõe a utilização de manipuladores de contêineres a fim de reduzir gastos desnecessários e extrair o máximo do espaço possível viabilizando assim um modelo eficiente e prático. Não obstante, foram feitos nesse artigo modelos teóricos de gastos que se mostraram-se promissores no que se refere a logística operacional concluindo assim, a eficiência do exercício.

Palavras-chave: Custos de Armazenagem; Portos; Contêineres; Logistica.

Abstract

With technological advances and the increase in global port infrastructures, the topic of Container Storage Costs in Retroport Terminals has proved to be increasingly relevant. It is known that Brazil, for the most part, covers an extensive coastline capable of supporting an enormous number of ports and, therefore, the capacity to create retro ports for storage. A viable and effective theoretical model was shown to be necessary, since the scarcity of information related to storage and cost is evidenced. This article proposes the use of container handlers in order to reduce unnecessary expenses and extract as much space as possible, thus enabling an efficient and practical model. Nevertheless, theoretical models of spending were made in this article, which proved to be promising with regard to operational logistics, thus concluding the efficiency of the exercise.

Keywords: Storage costs; Ports; Containers; Logistics.

1. Introdução

As trocas internacionais, assim como o comércio de mercadorias entre regiões de um mesmo país, vêm adquirindo crescente importância, tornando-se, para a maioria dos segmentos produtivos, pilares de sustentação de suas atividades. No Brasil, 97% das exportações e 86% das importações são feitas através dos portos (UDERMAN; ROCHA; CAVALCANTE, 2012). As importações que são realizadas pelas empresas brasileiras em sua maioria consistem em uma lógistica complexa que dependem de n fatores, estes que, incidem em duas frentes econômicas.

O e-commerce (comercio eletrônico) que é uma tendência mundial, já está começando a se desenvolver fortemente no Brasil. Diante dessa realidade os pedidos de entrega se tornarão ainda mais pulverizados, exigindo uma maior competência do processo de armazenagem, principalmente no que se refere a separação de materiais. Por outro lado, as apertadas margens de contribuição continuarão sendo uma realidade, tornando a acurácia das informações de custos cada dia mais importante (LIMA, 1998).

Entre os objetivos gerais da Lei de Modernização dos Portos, destaca-se o de permitir que a exploração de movimentação portuária fosse realizada e explorada pelo setor privado (ROCHA, 2005). A frente da prestadora de serviço que opera em espaço arrendado, área localizada em um porto público, segundo a regulamentação da Lei 12.815/2013, que assim os descreve: "cessão onerosa de área e infraestrutura públicas localizadas dentro do porto organizado, para exploração por prazo determinado".

Esta frente, consiste em uma receita baseada na prestação do serviço de descarga, armazenamento, processamento e liberação do produto importado. Em contrapartida, a empresa que faz a importação (que compra o produto no exterior para revenda) tem em base esse processo complexo, incidindo diretamente em seu custo de estoque, ou seja, todo o processo portuário e retro portuário de importação se comprime no preço final do produto repassado ao consumidor.

O preço está passando a ser um qualificador, ou seja, se a empresa possui preços competitivos, participa das negociações do mercado, caso contrário, está fora dessas negociações (LITCANOV; PORTO; CAMARGO, 2011) e, quando a empresa prestadora deste serviço imprime um sistema logístico funcional, ele imprime um custeio menor, que abre uma competitividade maior.

Embora os modos alternativos de transporte como o aéreo venham crescendo e se desenvolvendo tecnologicamente, o modal aquaviário continua sendo o principal e o mais utilizado modo, no Brasil, para a movimentação de cargas ao comércio internacional (CORTEZ et al., 2013).

O artigo se delimita à análise de custos de armazenagem retro portuária referente a questões financeiras no porto de Vila Velha. Assim, a partir dessa análise, pretende-se hipotetizar uma nova maneira de trabalho, baseado em uma estratégia que visa reduzir o uso de espaço físico, o gasto de tempo, e sua consequência, o custo dos serviços.

A organização do artigo é a seguinte. A seção 2 traz o referencial teórico, com destaque para os dados da própria ANTAQ, que regulariza o Porto de Vila Velha. A seção 3 apresenta  a metodologia usada. A seção 4 faz uma simulação com os dois modelos, o modelo normalmente usado no porto e a hipótese teorizada, usando os dados pesquisados. A seção 5 conclui o artigo. E, a ultima seção, 6,  traz as referências bibliográficas usadas.

2. Referencial Teórico

O comércio globalizado traz um demanda imensa para as empresas portuárias, onde cada vez mais há a necessidade de estruturas competentes para suprir a demanda. O Brasil conta com uma costa de 8,5 mil quilômetros navegáveis, e possui um setor portuário que movimenta anualmente cerca de 700 milhões de toneladas das mais diversas mercadorias e responde, sozinho, por mais de 90% das exportações.