O Mito do Progreso
Por: Betenun • 6/8/2016 • Trabalho acadêmico • 2.728 Palavras (11 Páginas) • 351 Visualizações
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 1
2 DESENVOLVIMENTO.................................................................................................... 2
2.1CIÊNCIA MÉDICA, SAÚDE MEDICALIZAÇÃO...................................................... 2
2.2 MEDICALIZAÇÃO DA SAÚDE E O ABANDONO DO DOENTE EM FAVOR DA DOENÇA................................................................................................................................ 4
2.3 MANIPULAÇÃO GENÉTICA E NANOTECNOLOGIA:A FRONTEIRA DECISIVA? ......................................................................................................................... 5
3 CONCLUSÃO................................................................................................................... 7
4 REFERÊNCIA.................................................................................................................. 8
- INTRODUÇÃO
Como a ideia de desenvolvimento/progresso é um mito, e central na obra o Mito do Progresso, não seria diferente no capitulo 4.
Nesse capitulo o autor analisa temas importantes, e relaciona ciência médica, saúde e progresso. Debate sobre a crescente medicalização da saúde que levou ao abandono do foco no doente para se combater a doença. Destaca temas como manipulação genética e nanotecnologia ganham uma espécie de aureola que os coloca acima da razão e da moral. Devemos garantir que a combinação imprevisível de duas sequências diferentes de cromossomos continue a determinar o direito de vir a ser através da lógica da natureza? Ou aceitaremos que o arbítrio de alguém, que deseja um "design" apropriado de um novo ser, possa interferir nos fundamentos somáticos e na liberdade ética de outra pessoa que ainda não existe e não pode ser consultada.
O autor tem como objetivo procurar estimular a retomada de valores éticos como referência para a discussão sobre os rumos da ciência em geral e das ciências da saúde, em particular. Em que medida o prolongamento da vida, por exemplo, é desejável? Quem deve se beneficiar dele? A espécie tem algo a ganhar com isso?
Para subsidiar a coleta de informações foram feitas leituras do Livro O Mito do Progresso e de textos de interesse e relação com o tema para o desenvolvimento do trabalho, procedendo à elaboração do presente trabalho acadêmico.
- DESENVOLVIMENTO
2.1 Ciência médica, saúde e progresso
Já na introdução da obra O mito do progresso, Dupas (2006) chama atenção para o aspecto contraditório do progresso na sociedade contemporânea.
No alvorecer do século XXI, o paradoxo está em toda parte. O saber científico conjuga-se à técnica e, combinados a serviço de um sistema capitalista hegemônico, não cessam de surpreender e revolucionar o estilo de vida humana. Mas esse modelo vencedor exibe fissuras e fraturas; percebe-se, cada vez com mais clareza e perplexidade, que suas construções são revogáveis e que seus efeitos podem ser muito perversos. A capacidade de produzir mais e melhor não cessa de crescer e assume plenamente a assunção de progresso, mas esse progresso, ato de fé secular, traz também consigo exclusão, concentração de renda e subdesenvolvimento (Dupas, 2006, p. 11).
A sociedade vive um processo crescente de medicalização de todas as esferas da vida. Entende-se por medicalização o processo que transforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos. Problemas de diferentes ordens são apresentados como “doenças”, “transtornos”, “distúrbios” que escamoteiam as grandes questões políticas, sociais, culturais, afetivas que afligem a vida das pessoas. Questões coletivas são tomadas como individuais; problemas sociais e políticos são tornados biológicos.
Essa questão da medicalização está se tornando cada vez mais agravante. O indivíduo não tem nenhum problema de saúde e acaba adquirindo certo problema devido a medicação que passa a usar, gerando na maioria dos casos, a depressão e outros distúrbios. Uma vez classificadas como “doentes”, as pessoas tornam-se “pacientes” e consequentemente “consumidoras” de tratamentos, terapias e medicamentos, que transformam o seu próprio corpo no alvo dos problemas. Frank Furedi, professor da Universidade de Kent, chama de medicalização "aquele processo por meio do qual, problemas encontrados na vida cotidiana são reinterpretados como problemas médicos" (2005).
A atuação médica equivocada e que não segue parâmetros diagnósticos adequados promove um hábito nocivo à saúde humana. Pesquisa publicada pela Revista da Associação Médica Americana mostra que a probabilidade de um paciente obter do seu médico o remédio que deseja, mesmo que não seja o mais indicado para o seu caso (Anúncio..., 2005), aumenta quando o cliente pede por ele.
O professor Louis Garrison, da Universidade de Washington, lembra que a grande carga de publicidade influencia a prescrição de um medicamento porque “os médicos querem dar a seus pacientes um diagnóstico sólido, mas também querem deixá-los felizes" e até a crença de que os problemas da vida, das relações que estabelecemos com as pessoas, e que nos incomodam, são inerentes a nós, transtornos nossos, e estariam sendo resolvidos pelas pílulas que tomamos. Com isso, acaba sofrendo a pessoa e a família, enquanto os profissionais e as autoridades que devem cuidar mais das questões sociais, acabam se livrando de suas responsabilidades.
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