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O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO

Por:   •  8/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.101 Palavras (17 Páginas)  •  351 Visualizações

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O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

E DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, ECONOMIA E CONTABILIDADE

A Administração Financeira está estreitamente ligada à Economia e Contabilidade. A Administração Financeira pode ser vista como uma forma de economia aplicada que se baseia amplamente em conceitos económicos. A Administração Financeira também aproveita ceftos dados da Contabilidade, outra área da Economia aplicada. Nesta seção discutiremos a relação entre a Administração Financeira e Economia, bem como entre a primeira e Contabilidade. Embora estas disciplinas estejam relacionadas, há diferenças marcantes entre elas.

Administração Financeira e Economia

A impoftância da Economia para o desenvolvimento do ambiente financeiro e teoria financeira pode ser melhor descrita em função de suas duas área mais amplas [pic 1]Macroeconomia e Microeconomia. A Macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e intemacional em que a empresa precisa operar, enquanto que a Microeconomia trata da detennmação de estratégias operacionais ótimas para empresas e indivíduos. Cada uma dessas áreas será discutida sucintamente sendo tratadas suas relações com a Administração Financeira.

Macroeconomia

A Macroeconomia estuda a estmtura institucional do sistema bancálio, intennediários financeiros, o Tesouro Nacional e as políticas económicas de que o Govemo Federal dispõe para controlar satisfatoriamente o nível de atividade econômica dentro da economia. Deve ficar claro que a teoria e a política macroeconómica não conhecem limites geográficos; antes, elas visam estabelecer uma estmtura intemacional segundo a qual os recursos fluam livremente entre instituições e nações, a atividade económica seja estabilizada e o desemprego possa ser controlado.

Uma vez que a empresa deve operar no âmbito macroeconônnco, é Impoftante que o Administrador Financeiro esteja ciente de sua estmtura institucional. Precisa também estar alem para as conseqtiências de diferentes níveis de atividade económica e mudanças na política económica que afetam seu próprio ambiente de decisão. Sem compreender o funcionamento do amplo ambiente económico, o Administrador Financeiro não pode esperar obter sucesso financeiro para a empresa. Deve perceber as conseqtiências de uma política monetária mais restritiva sobre a capacidade da empresa obter recursos e gerar receitas. Precisa ainda conhecer as várias instituições financeiras e saber como estas operam para poder avaliar os canais potenciais de investimento e financiamento.

Microeconomia

As teorias lmcroeconômicas fomecem a base para a operação eficiente da empresa. Visam definir as ações que pennitirào à empresa obter sucesso. Os conceitos envolvidos nas relações de ofefta e demanda e as estratégias de maximização do lucro são extraídos da teom Microeconôlmca. Questões relativas à composição de fatores produtivos, níveis "ótimos" de vendas e estratégias e detenninação de preço do produto são todas afetadas por teofias do nível Microeconómico. A mensuração de preferências através do conceito de utilidade, fisco e determinação de valor está fundamentada na teoria Microeconômica. As razões para depreciar ativos também defivam desta área da Economia. A análise marginal é o prmcípio básico que se aplica em Administração Financeira; a predominância desse prmcípio sugere que apenas se deve tomar decisões e adotar medidas quando as receitas marginais excederem os custos margmais. Quando se verificar essa condição, é de se esperar que uma dada decisão ou ação resulte num aumento nos lucros da empresa. A impoftância da análise marginal na tomada de decisões financeiras se tomará evidente nos capítulos subseqtientes.

Em resumo, é necessário possuir conhecimentos de Economia para se entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base da Administração Financeira contemporânea. A Macroeconomia fomece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas do Governo e instituições privadas, através da quais a atividade econôlmca é controlada. Operando no "campo econôlmco" criado por tais instituições, o Administrador Financeiro vale-se das teofias Microeconómicas de operação da finna e maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar não só outros concon•entes em seu setor, mas também as condições económicas vigentes.

Administração Financeira e Contabilidade

Muitos consideram a função financeira e a contábil dentro de uma empresa como sendo viltualmente a mesma. Embora haja uma relação íntima entre essas funções, exatamente como há um vínculo estreito entre a Administração Financeira e Economia, a função contábil é mais bem visualizada como um insumo necessário à função financeira [pic 2]isto é, como uma subfunção da Administração Financeira. Esta visão está de acordo com a organização tradicional das atividades de uma empresa em três áreas básicas — produção, finanças e mercadologia. Em geral considera-se que a função contábil deve ser controlada pelo vice-presidente financeiro. Contudo, há duas diferenças básicas de perspectiva entre a Administração Financeira e a Contabilidade — uma se refere ao tratamento de fundos e a outra à tomada de decisão.

Tratamento de Fundos

O Contador, cuja função básica é desenvolver e fomecer dados para avaliar o desempenho da empresa, apurar sua situação financeira e pagar Impostos, difere do Administrador Financeiro da maneira como vê os fundos da empresa. O Contador usando ceftos princípios padronizados e geralmente aceitos, prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas devem ser reconhecidas por ocasião das vendas e as despesas quando inconidas. Este método contábil é geralmente chamado de Regime de Competência dos exercícios contábeis. A receita ofiunda da venda de mercadorias a crédito, pela qual não se tem recebido ainda o pagamento efetivo de caixa, aparecem nas demonstrações financeiras da empresa como contas a receber, um ativo temporário. As despesas são tratadas de modo semelhante isto é, celtos passivos são cñados para representar bens ou serviços que foram recebidos, mas ainda devem ser pagos. Esses itens são nonnalmente listados no Balanço como contas a pagar.

O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os flUXOS de caixa necessários para honrar as suas obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessálios para atingir as metas da empresa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e despesas quando inconidas, reconhece receitas e despesas somente com respeito às entradas e saídas de caixa.

Uma analogia simples ajudará a esclarecer as diferenças básicas de perspectiva entre o Contador e o Administrador Financeiro. Se considerássemos o corpo humano como uma empresa cada pulsação do coração representasse uma nova venda, o Contador iria ocuparse de cada uma dessas pulsações e daria entrada nestas vendas como receitas. O Administrador Financeiro iria vefificar se o fluxo resultante de sangue através das aftérias tem atingido as células celtas, conservando os vários órgãos da corpo em funcionamento. E possível que o coração seja fofie e, no entanto, pare de funcionar, devido ao desenvolvimento de obstmções e coágulos no sistema circulatório. Da mesma fonna, uma empresa pode conservar os níveis de vendas crescentes, mas falir por causa de entradas insuficientes de caixa para saldar suas obrigações no vencimento.

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