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Por que que a gente inventou esse nome de texto baba?

Por:   •  16/8/2021  •  Projeto de pesquisa  •  704 Palavras (3 Páginas)  •  89 Visualizações

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Por que que a gente inventou esse nome de texto baba?

A palavra texto baba foi inventada para dar conta de alguma coisa que estava querendo produzir... mais do que uma coisa que agente estava querendo produzir, é um lugar desde o qual a gente pensa. E a palavra baba veio porque uma vez conversando com Pierre Fédida, (analista da Lygia Clark), um psicanalista muito interessante porque se ligava muito na questão dos afetos, e ele disse: as palavras são excreções do corpo, elas são baba e aos poucos ela vai encontrando as roupinhas com as quais elas vão se apresentar.

As palavras, elas tem o conteúdo delas o significado que a gente apreende com a nossa capacidade cognitiva (nossa capacidade cognitiva é integralmente estruturada na linguagem, no repertório cultural de que a gente dispõe), então as palavras estão dentro de uma cartografia de representações, de significado. Mas as palavras são vivas nas inscrições do corpo. Que corpo? essa capacidade que tem um corpo, que é muito diferente da sua capacidade cognitiva, que é de ser afetado pelo corpo vivo do mundo é nossa condição. Uma coisa é nossa experiência subjetiva como sujeito integrado na cultura e etc; e outra coisa é nossa capacidade subjetiva como ser vivo. A experiência que a capacidade subjetiva faz como ser vivo, que é como o mundo (o cosmo e não só a Terra) que é um imenso corpo feito de forças de todas as espécies em relações que vão variando, afeta nosso corpo. Palavra afecto com c (porque não é afeto de carinho), é afecto de ser afectado, de ser tocado, de ser perturbado, de ser contaminado. E isso produz uma experiência que não tem imagem, não tem palavra, mas que ela cria uma outra maneira de ver e de sentir. E é essa experiência que, na sua tensão com o nosso campo todo de representações, significados e etc, é ela que funciona como um alarme que força o desejo a agir. O desejo entra em ação pra conseguir dar um corpo para essa experiência de maneira que ela passe a participar da realidade, das nossas imagens e etc... E que muda, muda o mapa ali. Então, essa experiência, essa ação do desejo é que é o pensamento.

Então o pensamento tem uma função ética, porque ele tá a serviço da vida pras demandas da vida;

O pensamento tem uma função cultural, porque ele produz algo novo que muda a cartografia cultural do presente;

O pensamento tem uma função política, porque através dessa experiência (e o pensamento sobre o que fazer com essa experiência) que a gente cria escolhas e cria o que é necessário criar para que a vida individual e social volte a respirar, volte a pulsar.

E o nosso texto baba é um exercício pra poder conquistar essa capacidade de se reconectar com isso que eu chamo de saber do corpo que nós, caras pálidas, estamos destituídos desta conexão, (isso é uma das características fundamentais da subjetividade na cultura moderna-ocidental-colonial-capitalista-burguesa etc etc etc….) inclusive na subjetividade de esquerda. A esquerda é a melhor que nós temos a democracia burguesa que é o que zela, que visa a uma melhor distribuição das riquezas materiais e imateriais.

Na nossa tradição de cara pálida o pensamento, ao contrário (como a gente está desconectado com isso), ele serve pra nos apaziguar da turbulência que

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