UMA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO EVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
Por: Francivaldo Freitas Vieira • 31/3/2021 • Artigo • 5.844 Palavras (24 Páginas) • 176 Visualizações
AESA - ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA
FARO – FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS, EXATAS E LETRAS
DE RONDÔNIA
COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
UMA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO EVA® COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
Francivaldo Freitas Vieira
Orientador: Professor Ozanan Thales Silva Teixeira
FARO – Faculdade de Ciências Exatas, Humanas e Letras de Rondônia BR 364, Km 6,5 CEP 78.900-000 – Porto Velho, RO, Brasil
Resumo:
Palavras-chave: EVA, Economic Value Added,Valor econômico agregado, Sistema de gestão financeira
1. INTRODUÇÃO
Com o advento da globalização veio a escassez de capital no mundo, o que fez com que as empresas se adequassem à procura de uma melhor transparência para captação de recursos no mercado de capital. Na busca de conquistar a confiança dos investidores, vários métodos estão sendo utilizados para demonstração da maximização de suas riquezas, resultando na implantação de uma nova cultura dentro das organizações.
Mundialmente existem no mercado vários instrumentos de avaliação econômicofinanceira. Dentre os quais podemos citar: os de Retorno sobre o Total de Ativos (Lucro Líquido/Total de Ativos), Retorno sobre o Patrimônio Líquido (Lucro Líquido/Patrimônio
Liquido), Índice Preço/Lucro (Valor de Mercado da Ação/Lucro Líquido por Ação), Índice Preço/Valor Patrimonial (Valor de Mercado da Ação/Patrimônio Líquido por Ação) Índices de Eficiência (Despesas com Pessoal + Administrativas/Resultado da Intermediação Financeira – Provisão para Devedores duvidosos + Outros Resultados Operacionais).
Todos os modelos de avaliação mencionados anteriormente, baseiam-se exclusivamente em dados contábeis, não incluindo a exigência de uma rentabilidade mínima sobre o capital investido pelos acionistas.
Para atender as novas exigências da administração financeira, diversos métodos têm sido desenvolvidos, partindo dos já clássicos como Análise do Valor Presente Líquido ou de Taxa Interna de Retorno de um projeto e chegando aos métodos mais recentes de avaliação de gestão como o Ecomomic Value Added (EVA®) o Market Value Added (MVA®) e sistemas mais complexos de gestão como o GECON (Sistema de Gestão Econômica da FIPECAFIUSP) e o Balanced Scorecard.
1.1. Objetivo
O objetivo do presente trabalho é mostrar o EVA® como instrumento de avaliação econômico-financeira para medir a capacidade financeira da empresa em remunerar o acionista acima do custo dos seus investimentos, abrangendo a definição do EVA®, o conceito de custo de capital, Cálculo do EVA®, vantagens e desvantagens do EVA®, utilização do EVA® nas empresas e o cálculo do EVA® de algumas empresas do setor de telecomunicações.
1.2. Justificativa
Na busca de melhores vendas, lucros operacionais, ganhos por ação, as empresas tem procurado por melhores formas de medir a performance econômico-financeira, com o objetivo de direcionar a compensação e a motivação de seus colaboradores para agregar valor às suas ações. Muitas empresas estão adotando o EVA® (Economic Value Added) como ferramenta de avaliação desempenho baseada na criação de valor econômico, pois esta metodologia permite a maximização do valor criado pela empresa através da mudança da cultura corporativa, de tal forma que seus gerentes pensem, ajam e sejam recompensados como se fossem acionistas da empresa.
1.3. Metodologia
A metodologia adotada na realização deste artigo, teve como base fundamentos básicos, teorias e conceitos de fontes bibliográficas, sendo estas fontes composta por livros, revistas e artigos retirados da internet.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Ehrbar (85, 1999), planos de bônus baseados no conceito de EVA® não são novidade. A General Motors adotou no período de 1922 a 1947, um plano de bônus que dava aos gerentes 10% de todos os lucros excedentes a um retorno sobre capital de 7%. Ou seja, a General Motors subtraiu dos lucros um encargo de capital pós-tributação igual a 7% dos ativos, e 10% do montante remanescente iam para um pool para cobrir pagamentos a todos os funcionários que tivessem direitos ao bônus. O plano representava uma composição simples, embora bastante elegante, entre gerentes e proprietários: a gerência recebia 10% e os acionistas recebiam 90% de todos os lucros remanescentes após a dedução de um salário para a gerência e um retorno mínimo para os acionistas. A General Motors abandonou o plano quando começou a conceder opções de compra de ações.
O conceito de lucro residual ficou esquecido até o início dos anos 90, quando foi redescoberto e reformulado por Joel Stern e G. Bennett Stewart III, e patenteados por sua empresa, a Stern & Stewart Co. no formato de economic value added ou EVA®.
Lucros por ação, crescimento dos lucros são medidas enganosas da performance coorporativa, já que não leva em consideração o retorno do investimento. A base conceitual do EVA® é mais abrangente do que simples análises baseadas em lucros contábeis e sustentase como hipótese sua superioridade qualitativa em relação aos demais indicadores de análise de balanço e divide-se em quatro tipos de EVA®:
- O EVA® básico que é apurado diretamente das demonstrações contábeis sem qualquer ajuste;
- O EVA® divulgado que requer o ajuste em torno de uma dezena de itens e é oficialmente utilizado pela Stern & Stewart em suas publicações disponíveis;
- O EVA® sob medida que é o conceito obtido com base nos anteriores, mas considerando também outros ajustes específicos e inerentes de determinada empresa, como sua estrutura operacional, estratégias e políticas; e
- O EVA® verdadeiro que requer muito mais conhecimento do que se possui. Alguns atalhos práticos são inevitáveis na realização dos cálculos do EVA®, a maioria não requer mais do que 15 ajustes contábeis.
A grande diferença do EVA® em relação aos outros métodos é a sua facilidade de aplicação, através dos relatórios contábeis, já existentes. O método ganhou notoriedade e aceitação depois de ser adotado e utilizado pela Coca-Cola Co.
Quando uma empresa incorpora o conceito do EVA®, ela passa a avaliar a real necessidade de investimentos a serem realizados, de modo a evitar que gastos desnecessários aconteçam, elevando assim, o retorno sobre o capital investido.
3. Definição do EVA®
De acordo com Ehrbar (1, 1999), o EVA® é uma medida de desempenho empresarial que difere das demais por incluir uma cobrança sobre o lucro pelo custo de todo o capital que uma empresa utiliza., sendo uma estrutura para um sistema completo de gerencia financeira e remuneração variável que pode orientar cada decisão tomada por uma empresa, da sala do conselho até o chão da fábrica; que pode transformar uma cultura corporativa; que pode melhorar as vidas profissionais de todos na organização, fazendo com que sejam mais bem sucedidos; e que pode ajudá-los a produzir maior valor para os acionistas, clientes e para eles próprios.
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