A Educação Para a Paz
Por: mmoraishellen • 18/5/2020 • Dissertação • 2.277 Palavras (10 Páginas) • 167 Visualizações
EDUCAÇÃO PARA PAZ COMO MÉTODO DE ENSINO DESDE A EDUCAÇÃO INFANTIL VISANDO COMBATER PROBLEMAS SOCAIS
Hellen de Menezes Morais
Bacharelando em Direito pela Faculdade de Tecnologia e Ciências de Itabuna.
RESUMO: Diante do mundo em que estamos vivendo, com tanta violência, desrespeito e falta de solidariedade, torna-se ainda mais imperativo ensinar valores construtivos para as crianças, desde o início da vida escolar. Acreditando que construindo uma base solida, com bons exemplos e boas informações se alcançará um futuro com menos problemas sociais como o bullying, preconceitos e a violência de forma em geral .
PALAVRAS CHAVES: Educação para a paz. Infância. Educação infantil. Cultura da paz. Paz.
ABSTRACT: In the face of the world in which we are living, with so much violence and disrespect, it becomes even more essential to teach constructive values for children from the beginning of school life. Believing that building a solid foundation, with good examples and good information will achieve a future with fewer social problems such as bullying, prejudice and violence.
KEY WORDS: Education for peace. Childhood. Child education. Culture of peace. Peace.
INTRODUÇÃO
Paz: definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações e agitação. Contudo, no plano pessoal, paz designa um estado de espírito isento de raiva, desconfiança e de um modo geral todos os sentimentos negativos. É o oposto de guerra! Assim, ela é desejada por cada pessoa e, eventualmente, para os outros, além de ser também um objetivo de vida.
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu cultura de paz na Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz, em setembro de 1999, da seguinte maneira:
Uma Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados: No respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação; No pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; No compromisso com a solução pacífica dos conflitos; Nos esforços para satisfazer as necessidades de desenvolvimento e proteção do meio-ambiente para as gerações presente e futuras; No respeito e fomento à igualdade de direitos e oportunidades de mulheres e homens; No respeito e fomento ao direito de todas as pessoas à liberdade de expressão, opinião e informação; Na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia, tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade cultural, diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e entre as nações; e animados por uma atmosfera nacional e internacional que favoreça a paz (ONU, 2004).
A discussão moderna de uma Educação para Paz como alternativa para a educação se estabelece a partir da Segunda Guerra Mundial no século XX, com a ideia da paz como a mediação e a resolução não violenta dos conflitos e a redescoberta da solidariedade.
Considerando o conflito como traço definidor das relações humanas e não como violência em si, deles surgem a violência ou a não violência. Assim, uma pedagogia da convivência e dos conflitos, onde as diferenças, a diversidade, as opiniões e posicionamentos são dialogados e encaminhados no sentido do bem coletivo, é o caminho pedagógico de educar para a paz nas escolas.
Uma “não violência ativa” é diferente que uma “paz passiva”. Deste modo, não adiantam pedidos de paz entre os homens se nossas atitudes tiverem os traços das micro violências cotidianas, reproduzidas dentro das famílias, sociedade e escolas. É bom ressaltar que paz não começa só no plano celestial, nem no governo, começa com nossas atitudes. Uma Cultura de Paz é processo, um caminho que vale a pena ser seguido. Por isso pode se dizer que a “cultura de paz só se faz com uma EDUCAÇÃO PARA A PAZ.
CULTURA PARA A PAZ: PONTOS PARA REFLEXÃO
O mundo está passando por profundas transformações, e com elas ocorrem transições positivas e negativas, tais como as drogas, a prostituição infantil e a violência. Diariamente vê-se nos noticiários agressões físicas, mortes, furtos, sequestros dentre outros. A escola está inserida nessa sociedade, e sofre também com essas problemáticas, sendo uma delas a violência. Sabe-se que a violência não está somente do lado de fora da escola. Ela já extrapolou esses limites, pois constantemente é noticiado diversas ocorrências relacionadas à violência dentro desse ambiente. Nesse sentido, a demanda pela ampliação na discussão sobre cultura de paz na educação é crescente. O esgotamento de modelos voltados ao enfrentamento da violência (cultura repressiva), do bullying, e do preconceito, faz com que haja a intenção de buscar aspectos preventivos e educativos, nas escolas para que a violência seja contida.
É perceptível que o conflito é inerente ao ser humano. Sejam conflitos com outros ou conflitos internos sobre a própria vida. Segundo o Manifesto 2000 a responsabilidade individual com a paz e os valores humanos deve se tornar uma cultura de não-violência, onde as atitudes seja mais tolerantes, solidárias e generosas. A ideia é que todos possam envolver-se, tanto em suas famílias como em seu bairro, cidade, região e país.
MANIFESTO 2000 - O TEXTO
Reconhecendo a minha cota de responsabilidade com o futuro da humanidade, especialmente com as crianças de hoje e as das gerações futuras, eu me comprometo - em minha vida diária, na minha família, no meu trabalho, na minha comunidade, no meu país e na minha região a:
1. Respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminação ou preconceito;
2. Praticar a não-violência ativa, rejeitando a violência sob todas as suas formas: física, sexual, psicológica, econômica e social, em particular contra os grupos mais desprovidos e vulneráveis como as crianças e os adolescentes;
3. Compartilhar o meu tempo e meus recursos materiais em um espírito de generosidade visando o fim da exclusão, da injustiça e da opressão política e econômica;
4. Defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural, dando sempre preferência ao diálogo e à escuta do que ao fanatismo, a difamação e a rejeição do outro;
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