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Fichamento FREIRE, Paulo. Extensão Ou Comunicação? Tradução De Rosisca Darcyde Oliveira.7.ed. Rio De Janeiro: Paz E Terra, 1983, 93p. (Coleção O Mundo Hoje, V.24).

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Por:   •  23/9/2013  •  2.077 Palavras (9 Páginas)  •  3.807 Visualizações

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MINSTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais – IELACS UNIDADE TEMÁTICA ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA IV

Fichamento

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? Tradução de Rosisca Darcyde Oliveira.7.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983, 93p. (Coleção O Mundo Hoje, v.24).

O livro trata da comunicação que existe entre as pessoas, uma vez que não há pensamento completamente isolado, pois não existem homens nestas condições. Questiona ainda se o que ocorre na extensão é apenas a transmissão de um comunicado , aceito de forma passiva e estática ou se acontece a comunicação com troca de conhecimentos e interlocuções entre os sujeitos e entre estes e o objeto. O autor enfatiza a comunicação em detrimento da extensão quando o conceito remete à conquista, dominação e manipulação, longe de uma educação libertadora. Freire enfatiza ainda que é a comunicação e não a extensão que forma pessoas críticas, mais propensas e dispostas a transformações radicais.

PREFÁCIO

De acordo com Jacques Chonchol, Paulo Freire [...] analisa o problema da comunicação entre o técnico e o camponês, no processo de desenvolvimento da nova sociedade agrária que se está criando. (p.07) […] fazendo” uma análise do termo “extensão”, partindo de pontos de vista diferentes: sentido linguístico da palavra, crítica a partir da teoria filosófica do conhecimento e estudo de suas relações com o conceito de “invasão cultural”, […] opondo os conceitos de “extensão” e de “comunicação” como ideias profundamente antagônicas. (p.7)

INTRODUÇÃO

“[...] opondo à extensão, a comunicação, o autor discute, finalmente, a educação como uma situação gnosiológica, em cuja prática a “assistência técnica” teria outras dimensões” (p.9).

CAPÍTULO I

a) Aproximação Semântica ao Termo Extensão

A primeira preocupação [...]é submeter a palavra extensão a uma análise crítica e o contexto em que se encontra a palavra que delimita um de seus sentidos “potenciais ou virtuais”, como os chama Pierre Guiraud (p.11).

“Ao fazê-lo, buscando descobrir as dimensões de seu campo associativo, facilmente seremos induzidos a pensar em [...]transmissão Sujeito ativo (o que estende); conteúdo (que é escolhido por quem estende; recipiente (do conteúdo); entrega (de algo que é levado por um sujeito que se encontra “atrás do muro” àqueles que se encontram “além do muro”, “fora do muro” [...] messianismo (por parte de quem estende) Superioridade (do conteúdo de quem entrega); inferioridade (dos que recebem); mecanicismo (na ação de quem estende)” (p.12).

“E todos estes termos envolvem ações que, transformando o homem em quase “coisa”, o negam como um ser de transformação do mundo. Além de negar, como veremos, a formação e constituição do conhecimento autênticos. Além de negar a ação e a reflexão verdadeiras àqueles que são objetos de tais ações. (…) Desta análise depreende, claramente, que o conceito de extensão não corresponde a um quefazer libertador.” (p. 13).

“Aos homens se lhes problematiza sua situação concreta, objetiva, real, para que, captando-a criticamente, atuem também criticamente, sobre ela. Este sim, é o trabalho autentico do agrônomo como educador, do agrônomo como especialista, que atua com outros homens sobre a realidade que os mediatiza. (…) não lhe cabe persuadir nem fazer dos camponeses o papel em branco da sua propaganda. [...] “Como educador, se recusa a “domesticação” dos homens, sua tarefa corresponde ao conceito de comunicação, não ao de extensão (p.14).

b) O EQUIVOCO GNOSIOLÓGICO DA EXTENSÃO

É óbvio que “[...] ao estabelecer suas relações permanentes com os camponeses, o objetivo fundamental do extensionista, no trabalho de extensão, é tentar fazer com que aqueles substituam seus “conhecimentos”, associados a sua ação sobre a realidade, por outros (p.14).

Segundo Freire, “[...] as relações homem-mundo, como constitutivas do conhecimento humano, qualquer que seja a fase do conhecimento e seu nível, e, ao fazê-lo, constataremos o

equívoco gnosiológico ao qual conduz o termo extensão.” (p.15).

O primeiro equívoco gnosiológico da extensão: “algo dinâmico na prática sugerida por tal conceito, este algo se reduz à pura ação de estender (oestender em si mesmo) em que, porém, o conteúdo estendido se torna estático.” […] já que o que a Extensão pretende, basicamente, é substituir uma forma de conhecimento por outro”. Desconhecendo “[...]a confrontação com o mundo como a fonte verdadeira do conhecimento, nas suas fases e nos seus níveis diferentes, não só entre os homens, mas também entre os seres vivos em geral. ”Conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer. (p.16).

“A extensão em si mesma (e, quando não o é, está sendo mal denominada) enquanto é

um ato de transferência, nada ou quase nada pode fazer neste sentido.” No entanto, no caso do agrônomo enquanto educador este deve “[…] tentar superar o conhecimento preponderantemente sensível por um conhecimento,que, partindo do sensível, alcança a razão da realidade (p.20)

Segundo equívoco: “[...] de não ver a realidade como totalidade.” “A percepção parcializada da realidade rouba ao homem a possibilidade de uma ação autêntica sobre ela. (p.21)

“[...] o conhecimento não se estende do que se julga sabedor até aqueles que se julga não saberem; o conhecimento se constitui nas relações homem-mundo, relações de transformação, e se aperfeiçoa na problematização crítica destas relações.” (p.22)

CAPITULO II

a) Extensão e Invasão Cultural

“[...] somente o homem, como um ser que trabalha, que tem um pensamento linguagem, que atua e é capaz de refletir sobre si mesmo e sobre a sua própria atividade, que dele se separa, somente éle, ao alcançar tais níveis, se fez um ser da práxis. Somente éle vem sendo um ser de relações

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