A GLOBALIZAÇÃO E O TRABALHO ESCRAVO NO PARÁ
Por: pragouveia • 8/1/2020 • Trabalho acadêmico • 2.069 Palavras (9 Páginas) • 161 Visualizações
A GLOBALIZAÇÃO E O TRABALHO ESCRAVO NO PARÁ
PAULO ROBERTO
TURMA: 1DIN4
1° SEMESTRE
O trabalho escravo ainda está presente na era da globalização, com o objetivo de maximizar o lucro das empresas locais, nacionais e transnacionais. Obrigando, neste caso, os trabalhadores a viver em situações precárias e com uma impagável dívida, feitas justamente para ele não sair do local. Desta forma, esse trabalho degradante se situa principalmente dentro do Estado do Pará, que lidera o ranking nacional com mais de 70% dos trabalhadores escravizados dentro do nosso país.
Palavras Chaves: Trabalho. Escravidão. Precariedade. Amazônia. Empresas
A globalização se dá através de novas organizações e uma delas é o trabalho. Atualmente, o trabalhador é pago através de salários e outros benefícios por direito, diferentemente do trabalho escravo, onde o empregado não é pago e não tem direito a nada, sendo totalmente explorado e que dificilmente sairá daquela situação. Mesmo nessa era globalizada, ainda existem muitos casos de trabalhos escravos, e muitos deles se situam nos interiores do Pará. Esse trabalho escravo ocorre porque empresas da era global querem maximizar seus lucros a qualquer custo, explorando até mulheres e crianças.
A GLOBALIZAÇÃO E O TRABALHO ESCRAVO NO PARÁ.
Ao invés de beneficiar a todos, a globalização oferece enormes contrastes. De um lado as conquistas e avanços do desenvolvimento econômico, de outro o crescimento e agravamento de um quadro de miséria, desemprego, marginalização e desigualdades inadmissíveis. Pobres, desempregados, sem-teto, trabalhadores migrantes, meninos de rua, periferia das grandes cidades, minorias marginalizadas, constituem em todo o mundo grupos carentes, vítimas de discriminações de toda ordem. Em lugar da igualdade desejada existe o progressivo agravamento das desigualdades. Com suas palavras, Montoro descreve a globalização como “A mundialização da economia e o progresso tecnológico aumentam a cada dia a interdependência entre as nações. Caminhamos para um só mundo” (Montoro, 1997).
A Região Amazônica em si evidencia um grande contraste, pois é detentora da maior bacia hidrográfica do planeta, fauna e flora exuberantes, rica em reservas minerais de diversos tipos e, no entanto, apesar de ser uma das regiões mais ricas do planeta, contraditoriamente possui uma população das mais pobres. Grande parte do que é produzido ali não traz benefícios à população local, ao contrário, costuma trazer vários problemas sociais como a exploração do trabalho escravo, objeto deste trabalho.
Na história da humanidade, os relatos mais antigos de escravidão vêm dos primórdios da civilização; os sumérios, povos da Mesopotâmia; os prisioneiros sobreviventes dos combates eram transformados em escravos. Os egípcios utilizavam escravos para construir pirâmides, monumentos e servir à corte dos faraós onde homens eram escravizados para a execução de obras públicas e na geração de riquezas. Grécia e Roma eram formas diferentes de organizações políticas, que geravam maneiras diversificadas de exploração da força de trabalho. Ali os escravos podiam ser educadores, artistas e escribas. Eram juridicamente escravos, mas tinham certo respeito da população por causa de suas habilidades.
As grandes navegações e a descoberta de novas terras na América e na África, a necessidade de ocupá-las e as tornar produtivas para atendimento ao consumo das nações colonizadoras imperialistas da época, já constituíam um processo de globalização da economia. Naquela época, foi utilizado o trabalho escravo com o objetivo de maximização dos lucros dos dominadores e manutenção de preços acessíveis aos consumidores europeus. Desta forma a Pinski da Comissão de Justiça e paz cita que:
No Brasil a primeira mão-de-obra disponível foi a indígena, logo depois do descobrimento em 1500. Os nativos faziam trabalhos de exploração do pau-brasil e outras riquezas tropicais em troca de quinquilharias. Enquanto havia o interesse mútuo da troca, o relacionamento era pacífico, porém os índios se cansaram dos objetos barganhados e se desinteressaram pelo trabalho. Os portugueses começaram então a forçá-los às tarefas da agricultura, chegando a organizar expedições de aprisionamento com o objetivo de caçar índios. Os registros indicam cerca de trezentos mil índios aprisionados. (PINSKI, 1992, p.18)
O negro foi trazido para o Brasil a partir do século XVI, mas no século XVIII cresceu muito a importação de pessoas vindas de vários países da África, oriundos de Guiné, Angola, Benguela, Luanda e até Moçambique e Madagascar. Eles vieram como força de trabalho para a lavoura canavieira em crescimento produzindo não só para a subsistência, mas essencialmente para suprir o mercado mundial. (idem, p.19)
Durante muito tempo a escravidão esteve presente no Brasil, desde 1530 até 1888, quando foi extinta pela Lei Áurea. Tal prática foi mais que uma simples relação de trabalho, pois fixou valores na sociedade brasileira. Assim, afirmar a total extinção da escravidão no Brasil é um equívoco, pois, é notável que até os dias atuais haja permanência da escravidão humana no país. Atualmente, o termo “escravidão” é usado metaforicamente, pois, não se trata mais de compra e venda de pessoas e, sim, daquelas relações de trabalho forçadamente sob ameaça, violência física e psicológica, entre outras formas de intimidações. Há vários tipos de escravidão: crianças e mulheres são capturadas para serem escravas domésticas; o tráfico de mulheres para prostituição; o trabalho forçado de homens em fazendas que permanecem presos devido à crescente dívida do trabalhador para com seu patrão.
O trabalho escravo, segundo a OIT, acontece quando há coação e privação da liberdade. Entretanto, existem casos que não caracterizarem situações encontradas como trabalho escravo, mas que apresentam o “trabalho degradante”, que é aquele em que o trabalhador não tem registro em carteira, não dispõe de equipamento de proteção, dorme em um curral sem paredes, não tem acesso à água potável ou a assistência médica.
A Comissão de Justiça e Paz, mais uma vez corrobora com as suas explicações, deste modo definindo o trabalho escravo:
Trabalho escravo é a redução de um ou vários trabalhadores à condição igual a de escravo, consistindo na privação da liberdade destes de sair de algum
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