A HERMENÊUTICA UNIVERSAL DE SCHLEIERMACHER
Por: Amandaschmidt • 10/10/2018 • Trabalho acadêmico • 3.587 Palavras (15 Páginas) • 407 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC MINAS
HERMENÊUTICA
BELO HORIZONTE
2018
1-A HERMENÊUTICA UNIVERSAL DE SCHLEIERMACHER
- Como a discussão de Schleiermacher sobre a linguagem se compara com a sua compreensão do que é a linguagem e como nós a aprendemos?
Superando as hermenêuticas técnicas e regionais, Schleiermacher começa a ver como uma filosofia fundamental. É um trabalho de descentralização, onde o sujeito deixa de ser o único acesso à verdade e a linguagem é considerada condição de possibilidade de expressão e de compreensão de sentido. Desenvolve-se na relação entre a linguagem e o indivíduo. Existe um processo em Schleiermacher de “retranscendentalização”:Não está apenas centrada na consciência de si, mas na consciência de si enquanto deslocada para o âmbito da linguagem. A compreensão deixa de ser apenas um simples modo de conhecer a realidade para tornar-se um modo de ser e de se relacionar com o ser no mundo.
Schleiermacher propõe um caminho diferente para as filosofias da representação e para a concepção moderna de sujeito. Ao defender a linguagem como caminho de legitimação do conhecimento, ele propõe uma racionalidade não reduzida a enunciados lógicos. Possibilitando o surgimento da hermenêutica como ciência própria.
2) Utilizando um trabalho estudantil ou alguma outra expressão linguística, tente interpretá-lo utilizando a hermenêutica de Schleiermacher.
Utilizando um trabalho estudantil ou alguma outra expressão linguística, tente interpretá-lo utilizando a hermenêutica de Schleimacher.
Exemplo “Acertou na mosca.” Existe aqui um sentido figurado. As expressões linguísticas possuem significado diferente do que teriam as palavras separadamente. (Hermenêutica de Schleieimacher.)
3) Leia uma interpretação contemporânea de um poema e compare-a com a discussão de Schleiermacher das interpretações gramatical e psicológica. Quais semelhanças e diferenças você encontra?
Identidade Contemporânea
Sou,
ser incompetente
crítico absoluto
e cínico
Também sou
improvável, egoísta,
insuficiente, e transparente
Aprendi ser
medroso, inseguro,
e infeliz
dentre,
insatisfeito, indiferente,
os desatinos da sociedade
concluiu-me sonhador.
Rafael Medeiros
Rafael Medeiros apresenta, em sua poesia, a intensidade dos sentimentos da modernidade. Uma mistura de sensações que está inerente na maioria dos indivíduos.
2- A COMPREENSÃO HERMENÊUTICA DE DILTHEY
1) Você concorda com Dilthey que há uma diferença entre explicação e compreensão com referência à separação das ciências humanas das ciências naturais? Explique sua resposta.
Sim. Na medida em que a discussão vai se aprofundando vai se dando conta ao mesmo tempo de sua complexidade. As ciências humanas compreendem sinais internos e externos, enquanto as naturais somente os externos (físicos), possíveis de serem empiricamente testados. Enquanto as naturais tem outros derivantes, como por exemplo as diferentes mentes de pessoas e grupos ao se relacionarem.
2) Escreva uma pequena lista dos tipos diferentes de compreensão elementar que você aprendeu. Avalie a conexão entre significado interno e manifestação externa.
Existem 3 tipos de compreensões elementares: a primeira consiste de conceitos, juízos e as formações de pensamentos maiores; A segunda são as manifestações da vida; a terceira é composta por expressões da experiência vividas;
A compreensão mais elevada é geralmente provocada por uma falha da compreensão elementar. Se não consigo compreender imediatamente a ação de uma pessoa, investigo sua cultura ou sua vida como um todo. Se não consigo compreender uma frase, devo interpretar o livro inteiro.
Muitas vezes a compreensão elementar é insuficiente porque a pessoa — o autor de um texto, um gesto ou uma ação — é invulgar, e não pode ser compreendida pelos cânones normais do espírito objetivo. Para compreendermos o que o autor diz ou faz, precisamos compreendê-lo em sua individualidade. Portanto, a compreensão mais elevada geralmente envolve a compreensão dos indivíduos, e não somente a compreensão geral apropriada para a vida diária. Também me compreendo a mim mesmo: através da compreensão elementar, sei imediatamente que estou com fome, com ciúmes e assim por diante, sem recurso às minhas expressões. Pela compreensão mais elevada dou sentido a mim mesmo, à minha vida como um todo. Novamente, a compreensão mais elevada pode ser estimulada por uma falha da compreensão imediata: como posso estar com ciúmes, me pergunto, ou como posso ter feito isso? Na compreensão mais elevada de mim mesmo, torno-me ciente de minha individualidade, do que me diferencia dos outros.
Compreender, então, torna-se menos um processo de relação entre interno e externo, num sentido estreito herdado, e mais um processo de relação da experiência interna como um conjunto, envolvendo a experiência externa como um de seus aspectos. Aqui temos a concepção de Dilthey de compreensão do significado das coisas em termos do contexto.
3) Como Dilthey descreveria o processo de compreender uma obra de arte literária, talvez uma peça de Shakespeare? Até que ponto você reexperimentou o que o autor intencionava ? E como você diria que ao compreendê-la você reexperimentou o que o autor intencionava?
A vivência é, para Dilthey, uma realidade direta, no sentido de que potencialmente lança bases à relação do homem com o mundo. Ela é a experiência no seu estado puro; a conexão entre o espírito e o tempo, portanto, realidade histórica; mundo exterior; saber estruturado pela compreensão da vida. Espírito e mundo encontram-se articulados na vivência expressada, portanto ela se põe como material privilegiado de descrição psicológica e de hermenêutica das manifestações da vida — fundamentos das ciências do espírito. Mas, alerta o autor, para alcançar esta estrutura, é preciso dar conta dos nexos efetivos que das vivências emanam, isto é, uma teleologia, um sentido que decorre da própria vivência ao processar relações inter-humanas e, dessa forma, revelar o mundo histórico. Elas são baseadas nas formas elementares, e empregam a nossa habilidade de reenquadrar as experiências mencionadas e explicitas poelo autos as nossas próprias experiências de vida.
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