A Hipocrisia de um Dedo Sujo
Por: Carolina Batista • 27/4/2015 • Resenha • 574 Palavras (3 Páginas) • 188 Visualizações
A Hipocrisia de um dedo sujo
Nos dias atuais muito se fala em corrupção, A busca da vantagem sobre patrimônios públicos, sendo esta um grande problema que aflige nosso país. Mas quem pensa que esse é um problema novo, não pensa que durante o Brasil Colônia, os portugueses exploravam o pau-brasil de maneira ilícita, produto esse pertencente aos índios, o que nos mostra o quanto isso já faz parte da nossa realidade há tempos. Muitos atrelam esse assunto também a pequenos gestos diários, praticados por nós, mesmo sem nos dar conta da gravidade deles, sendo exemplos: Furar fila, aceitar troco errado, subornar guarda pra evitar multa e há aqueles que ligam as colas em provas à corrupção política.
No mundo universitário, a pressão por bons resultados e a falta de tempo, visto que hoje a rotina diária das pessoas diz respeito a sair pela manhã e voltar à noite para suas casas, traz uma desmotivação às vezes até por dificuldades de aprendizagem, o que é bastante comum. Essa desmotivação poderia ser o principal motivo de se desenvolver estratégias para se melhorar o nível de aprendizado. Muitos, quando não tem essa oportunidade, recorrem à cola, mas até onde isso pode ser caracterizado como desvio de caráter? Honestidade está vinculada a nível cultural ou intelectual? Só existem pessoas honestas quando se tem educação exemplar ou um nível superior?
Uma dificuldade em aprender algum conteúdo, não determina caráter, visto que podemos ter políticos inteligentes que são extremamente corruptos, e outros com nível de escolaridade baixíssimo, mas totalmente honestos, mas hoje em dia o comum é generalizar e principalmente apontar o dedo pro erro cometido por outro, mas sem ao menos ver os nossos próprios, afinal, se uma cola em uma prova determina um futuro profissional, o que dirá usar um texto sem citar autor? Se ele está escrito entre aspas, algum motivo deve ter. Na nossa sociedade é preciso ver se as nossas mãos estão limpas antes de apontar o dedo a alguém.
De certa forma não é justificável qualquer um desses “jeitos brasileiros” de se resolver as coisas, apesar de que mesmo com esse nome, é algo comum em todo o mundo. O que se vê hoje é uma tendência de se encontrar faixas ou cartazes de propagandas de sites que vendem trabalhos escolares, teses de mestrado, TCC, etc., como se fossem mercadoria e nada é feito pra impedir isso, ou você algum dia já rasgou um desses cartazes por aí porque se diz honesto, mas a caminho de um lugar pra comprar um acessório pro seu celular que você sabe que é falsificado, só porque é mais barato? É preciso acabar com a hipocrisia e rever os nossos princípios, pois usar uma cópia de um programa pirata é desonesto tanto quanto e nem por isso te faz uma pessoa de caráter duvidável ou um profissional ruim.
Por fim, nenhuma pessoa é igual sempre. Ninguém está condenado a ser a mesma pessoa. Logo, nunca podemos reduzir uma pessoa a uma ação cometida ou que se supõe que tenha feito. O que pode ser feito hoje, nem sempre se reflete no profissional de amanhã. Todos erramos ou somos empurrados a situações que não desejamos, essas que podem nos fazer pessoas melhores através do aprendizado tirado de cada uma, o que não se pode é virar contra o erro do outro, quando nós mesmos não somos perfeitos. O impulso da insinuação errada pode ser o nosso próprio abismo sobre o que fazemos.
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