Trabalho Sujo E Mediação Em Instituições Para Adolescentes Em Conflito Com A Lei
Dissertações: Trabalho Sujo E Mediação Em Instituições Para Adolescentes Em Conflito Com A Lei. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cristianeapp • 17/4/2013 • 1.502 Palavras (7 Páginas) • 1.529 Visualizações
Segundo o autor a mediação pode fazer parte de um projeto profissional no qual a difusão da cultura ou experiências pode se tornar "meio de vida" e pode impedir conflitos ou diferenças que resultam em violência ex. escolas de capoeira e samba, etc. Os conceitos de antropologia urbana, esta tem como principais interesses a área do trabalho, ocupações e profissões.
Seguem abaixo alguns conceitos sobre "trabalho" e "trabalho sujo" sob a ótica de diversos autores:
Park (1916) afirma que a divisão do trabalho, é uma das principais características do trabalho nas grandes cidades.
Velho (1996) "o trabalho surge das diferenças e é fonte das diferenças", ao mesmo tempo em que "cria o indivíduo, torna-o inseguro e dependente".
O trabalho também é considerado como mediador das relações pessoais, funciona como fonte de uma nova organização que se baseia em interesses ocupacionais e vocacionais.
Em algumas sociedades a expressão de trabalho sujo representa a relação entre "trabalho e a violência/perigo", alguns significados trazem a afirmação de que para livra-se da sujeira é preciso se sujar. Podemos verificar o retrato disso em filmes policiais, de espionagem e criminais onde o "trabalho de limpeza é matar os marginais ou traidores".
O trabalho sujo também pode significar a diferença entre trabalho bem feito e o mal feito ou estar associado "contato físico com excrementos, dejetos e detritos".
Segundo Hughes: trabalho sujo como atividade está associado a poluição física, moral ou simbólica, ou a execução de uma tarefa de maneira não satisfatória. O trabalho sujo social pode designar todo o trabalho que implique no exercício de força ou violência contra indivíduos ou grupos humanos por razões legais (prisão), de saúde (manicômios e hospitais) de educação ou disciplina (internatos) ou por preconceitos étnicos, religiosos ou políticos, como nos campos de concentração ou de prisioneiros de guerra. Dejours traz num sentido próximo de Hughes para denominar o trabalho mal executado que chama de "pressão para trabalhar mal".
O trabalho sujo parece ter tido origem, no sentido literal do trabalho que lida com dejetos, impurezas ou poluição higiênica ou ritual. Seria então o trabalho de limpeza ou dos cuidados com o corpo, principalmente quando há cuidados com dejetos humanos, doentes ou cadáveres.
O trabalho sujo conhecido como "Dirty Work" traz dois sentidos e da atividade que agrega satisfação e prestigio ex. médicos no manuseio do corpo humano. E de outra forma quando o trabalho sujo é obrigado ou delegado sem acréscimo de poder é exercido como humilhante e indigno pelos que executam quase sempre uma posição mais baixa ou humilde.
O trabalho sujo também obedeceria interesses comerciais ou pessoais.
Entrevista realizada a campo na CAS-ENCA, feita uma análise relacionando os dados obtidos na entrevista e com o texto sugerido “Trabalho sujo e mediação em instituições para adolescentes em conflitos com a lei”
Instituição: CAS- ENCA
Profissional entrevistada: Mari Ângela Stallivieri, Coordenadora da Instituição e é formada em Serviço Social
Idade da casa: 1 ano e 5 meses.
Questões
1) Quais e quantas são as principais infrações que levam os jovens a serem internados? As principais infrações são assalto a mão armada, 90 % dos casos, é cometida para manter o vício de drogas, 99% dos menores são dependentes químicos.
2) Quais as medidas sócio-educativas no centro educativo?
Medidas sócio-educativas são: advertência e regime semi-aberto. No regime semi-aberto são obrigados a freqüentar a escola, dispõe de rotina com limites, fazem cursos, tem oficinas de artesanato, cinema, horário para assistir televisão e jogar jogos, fazem a manutenção e limpeza do pátio, cuidam da horta da instituição. São disponibilizados acompanhamento psicológico e médico. O jovem que não trabalha permanece na casa o dia todo. Ao entrarem na casa é feito um questionário com o nome de PIA (plano individual de atendimento), através dele são reconhecidas as necessidades dos menores de cursos, estudos, tratamento médico, psicológico .São liberados no fim de semana para ficar com a família se houver um bom comportamento durante a semana.
3) Qual a porcentagem de recuperação desses jovens?
A casa não faz acompanhamento desses dados, porém em uma pesquisa recente feita pela coordenadora, 40 % dos jovens que saem conseguem manter uma rotina de trabalho e estudos sem reincidir no crime.
Os profissionais do CAS-ENCA procuram fazer um trabalho disciplinador, mas tudo depende desses jovens quererem. Alguns conseguem ter uma boa recuperação, mas essa ela esta ligada com a quantidade e o tempo do uso das drogas pelos jovens, e também com o apoio familiar
4) Como esses jovens são reintegrados na sociedade depois que saem do centro sócio-educativo?
Com tratamento para drogadição, trabalhando em um emprego conseguido através da parceria do CAS-ENCA com empresas e acompanhamento psicológico para o menor e a família.
5) A partir de que idades esses jovens são encaminhados para o centro?
A partir de doze anos de idade completos até os vinte e um anos. Antes dessa idade são consideradas crianças pela ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
6) Como é avaliada a permanência desses jovens no centro educativo?
Nenhum deles é obrigado a permanecer na casa, porém se resolverem sair a casa pode aceitá-los em até 48 horas, seu comportamento está diretamente ligado ao tipo e quantidade de drogas que usam e ao contexto familiar.
7) A classe social tem influencia na internação?
Sim, para cometer as infrações e para o uso de drogas, a maioria dos jovens são de classe social baixa, sem estrutura familiar e muitos carentes. Eles sentem muito a falta da mãe que muitas vezes tem que trabalhar. A falta de carinho também é um ponto fraco, vão para a escola que não está preparada a receber os diferentes e os alunos “problemas”. É no ambiente escolar que começam a apresentar os primeiros problemas de comportamento e convivência. A entrevistada recorda-se de um caso apenas de um menor infrator de classe alta.
8) Como
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