A ILHA ROUBADA – SANDRO VAIA
Por: Jonas Menegatti • 13/6/2016 • Resenha • 717 Palavras (3 Páginas) • 367 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS
CURSO DE DIREITO
JONAS DANIEL MENEGATTI
A ILHA ROUBADA – SANDRO VAIA
FOZ DO IGUAÇU
2016
A Ilha Roubada – Sando Vaia
O presente livro tem por escopo retratar a história e a forma de vida de Yoani Sanchez. De forma indissociável, retrata a situação da própria ilha de Cuba, demonstrando os impactos da ditadura naquele país.
Yaoni, conforme se verifica, mantém o blog Generación Y, que tem, por maior objetivo, ser a “voz” das pessoas que residem naquela ilha e que, por não defenderem o comunismo, na forma como se instaurou, acabam por serem subjugados e impossibilitados de se expressarem (características que, claramente, pertencem aos governos ditatoriais). Conforme demonstrado no livro, o blog de Yoani, com sua função política (sem ser, necessariamente, um blog político), à fez alcançar o posto de ser uma das cem pessoas mais influentes do mundo, de acordo com lista realizada pela revista “Times”.
O livro, em si, traz uma biografia muito bem redigida de Yoani, demonstrando todos os percalços passados até a criação do blog que lhe causou tamanho reconhecimento internacional. Contudo, conforme não poderia deixar de ser, a história da “protagonista” mistura-se com a própria história de Cuba, de forma que, durante a narrativa, o autor apresenta fatos históricos e atuais daquele país, revelando a situação em que se instaurou a ditadura e a forma como a ilha demonstra-se organizada hodiernamente, tanto em questão estrutural (política/organização) quanto na questão pessoal (ou seja, quanto aos seus habitantes).
É possível aferir que a indignação política de Yoani advém, sobretudo, da ausência de liberdade, que não é característica apenas da situação cubana, mas sim de todas as ditaduras. Tal constatação advém, principalmente, a partir do 4º capítulo da obra, onde o autor tenta descobrir qual a “filosofia política” seguida pala protagonista da obra e seu marido, oportunidade em que recebe uma resposta não muito esclarecedora, porém, sincera. Na hipótese, Yoani afirma que, se aquilo que ocorre em Cuba é socialismo, ou se aquela é a mentalidade de esquerda, ela não é socialista ou de esquerda, uma vez que aquelas manifestações ditatoriais não representam sua inclinação à justiça social.
Continuando a entrevista, o autor passa a descrever, com a ajuda de Yoani e seu marido, a situação específica da educação e da saúde na ilha socialista. Conforme se observa dos relatos, por mais que tais pontos sejam classificados como de suma importância, a realidade dos precitados serviços é completamente contrária à estipulação apresentada na mídia. Os relatos evidenciam claramente as necessidades pelas quais passam tais serviços, bem como a precariedade dos mesmos, evidenciando a falência institucional característica dos sistemas ditatoriais “comunitários”.
Continuando as reflexões sobre a situação do país, o capítulo 7 trata da “abertura econômica” (se é que pode ser assim chamada), ocorrida ao final do século XX, na ilha. Abertura esta que, pouco a pouco, foi novamente abafada pelo Estado, sob a argumentação de que poderia gerar novas desigualdades entre os habitantes, de forma que, em ganhando forças, poderiam afrontar o sistema [socialista] vigente, o que seria, em si, inconcebível. O capítulo posterior trata de demonstrar a ausência de informação aos habitantes do local, bem como a censura existente à qualquer forma de informação estranha àquela estipulada pelo Partido.
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