A Midia Comprometida
Por: carolferreiraros • 27/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.793 Palavras (8 Páginas) • 188 Visualizações
MÍDIA COMPROMETIDA
A mídia contribui bastante para a formação de opiniões de uma sociedade. As emissoras de rádio, jornais, internet e televisão são os principais meios para obtenção de notícias e informações. O nosso conhecimento sobre a realidade local, nacional e internacional é basicamente transmitido pelos meios de comunicação. A mídia, portanto, dá acesso à informação e ao mesmo tempo tenta formar a opinião pública.
Sendo assim, os meios de comunicação acabam por controlar a sociedade na medida em que estereotipa certas situações, cria mitos, generaliza fatos e comportamentos diante de um determinado conflito.
No âmbito do direto penal, a mídia acaba por exercer um grande papel na influencia da produção legislativa do ramo, isso porque ela é um instrumento DE construção da realidade, de estereótipos e do imaginário popular, uma vez que os meios de comunicação ao expressar suas próprias opiniões durante os procedimentos criminais acabam influenciando na opinião do indivíduo já que o ser humano é o resultado de informações e conhecimento que ele absorve.
No que tange ao direito penal, a mídia acaba apresentando uma realidade criminal distorcida, pois muitas vezes constrói uma imagem que não condiz com a realidade. O resultado disso é a construção do imaginário popular, criando uma sensação de pânico e de terror, com a transformação de um fato corriqueiro em um verdadeiro espetáculo.
A influência da mídia é capaz de induzir a população a sensibilizar-se de tal forma que se torna necessário à formulação de novas leis. Exemplo disso são as emendas constitucionais que tramitam no Senado Federal, visando alterar a maioridade penal.
A mídia, ao noticiar fatos delituosos, acaba influindo na percepção da realidade criminal de forma negativa e distorcida, muitas vezes criando grandes vilões para sociedade.
No que diz respeito aos crimes praticados por menores essa percepção é ainda mais distorcida, uma vez que para quem acompanha as noticias sobre atos de violência cometidos por adolescentes tem a sensação de que são estes os autores da maioria dos crimes graves que ocorrem no país.
Os adolescentes são retratados pela mídia como os algozes, responsáveis pela onda de violência existente no País, pois nos bombardeiam com manchetes sobre atos infracionais praticados com alto grau de violência e atentados contra a vida, sem nos apresentar os reais dados estáticos. Dessa forma, são criados no imaginário popular monstros, jovens criminosos.
Criando assim no imaginário da sociedade uma seção de pânico e de impunidade, uma vez que é latente na mídia a divulgação da opinião de apresentares que insistem em dizer que quando um adolescente é apreendido ele é logo liberado devido à ineficiência de nossas leias que acabam protegendo esses indivíduos.
Ocorre que a mídia é muitas vezes omissa quanto ao real numero de atos infracionais, principalmente aqueles considerados hediondos, praticados por menores de 18 anos. Os dados nos mostram que o numero de crimes praticados por adolescentes é bem menor do que os praticados por maiores de 18 anos. Na realidade os adolescentes são mais vítimas do que autores de violência, isso porque, os crimes cometidos contra menores possuem dados alarmantes.
Portanto, nota-se que a mídia é a principal responsável pela formação de opiniões e sendo assim caberia a ela fazer um debate honesto, mostrando os reais dados e não tentando manipular opiniões com omissão de informações.
O SISTEMA “NÃO RECUPERA”
A violência em nosso país tem preocupado a todos, uma vez que os índices de crimes violentos como roubo, homicídio e estupro não param de crescer. A violência de uma forma geral, tanto a praticada por adultos como por adolescentes, alcança índices altíssimos. Nesse contexto, tem-se buscado soluções para tentar diminuir o índice de crimes violentos, especialmente no que diz respeito àqueles praticados por adolescentes.
Uma das soluções apontadas para essa redução seria a diminuição da maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes hediondos, porém essa redução não seria a solução do que diz respeito ao índice de criminalidade existente em nosso país, pelo contrario seria apenas aumentar outro problema que já existe, a superlotação do sistema carcerário, além de que caso o adolescente seja aprendido será mais facilmente cooptado pelo crime organizado, no qual ficará ligado ao sair, trazendo problemas maiores ainda.
O sistema prisional brasileiro não recupera os presos e muitas vezes não conseguem nem mantê-los presos devidos a diversas falhas na segurança, sem conta que o nosso sistema não tem estrutura para dar conta do aumento projetado para a população carcerária, caso a redução da maioridade penal seja aprovada.
A população carcerária do Brasil está distribuída em vários estabelecimentos de diferentes categorias, incluindo penitenciárias, presídios, cadeias públicas, casas de detenção e delegacias policiais. Em alguns estabelecimentos, a superlotação atingiu níveis desumanos, com presos amontoados em grupos.
As prisões e penitenciárias constituem um espaço propício para produção e reprodução da violência, não só em relação a abusos entre os presos, como, também, aqueles cometidos por policiais carcerários.
Tais fatos demonstram que nosso sistema não é capaz de cumprir com sua real função, que seria a reeducação dos presos. A ressocialização dos presos, nas condições em que nosso sistema se encontra, é quase impossível nos dias de hoje, pois é notório que as penitenciárias em vez de recuperar os presos os torna piores e menos propensos a se reintegrarem ao meio social, isso porque além do que diz respeito a ordem psicológica do individuo pelo fato do individuo encontra-se isolado dos outros membros da sociedade causando-lhe distúrbios em sua conduta existe o sentimento de vingança que nasce no individuo contra a sociedade.
O que a gente vê nos dias de hoje é que muitas vezes o Estado coloca nas prisões presos, às vezes, nem tão perigosos, mas que no convívio com a massa prisional acabam tento um eficiente aprendizado de violência, corrupção, e marginalidade, que acaba sendo manifestada no comportamento do preso quando ele volta a sociedade.
Portanto, nota-se que o sistema não recupera ninguém e na prática se tornou uma verdade fabrica de novos criminosos.
Voltando ao tema da redução da maioridade penal, não é jogando jovens de 16 anos em uma sela que irá recuperá-lo, pois se o sistema carcerário não consegue reeducar os adultos imagine jovens infratores.
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