A Morte de Ivan Llitch / Leon Nikolaievitch Tolstoi

RESENHA

A Morte de Ivan Ilitch / Leon Nikolaievitch Tolstoi

A história nos fala de Ivan Ilitch Golovin, que era formado em direito, funcionário público da Suprema Corte, tinha esposa e encontrou-se com a morte no dia 04 de fevereiro de 1882.

Mas a tragédia de Ivan não foi morrer relativamente jovem, mas sim a vida medíocre que levou.

O personagem em questão atribuía a si mesmo, pelo conhecimento que detinha das leis e o cargo que ocupava na burocracia estatal, uma grande importância, mas em meio ao turbilhão no qual viveu não se apercebia da frivolidade de sua existência.

Casou-se por interesse, com uma mulher igualmente frívola e em tudo que fazia insatisfeita, vivendo de aparências, pequenas mentiras e fugas, acordos políticos e relações sociais baseadas no interesse, não cultivou nenhuma amizade sincera em toda sua breve e desimportante existência, que culminou em uma morte lenta e solitária.

Prova disso é que logo no início do texto diante da notícia de sua morte, obtida por seus amigos, através de um protocolar anúncio de jornal, ao invés de piedade e lamentos pelo fato, suscita discussões e cálculos sobre quem irá ser promovido à vaga agora aberta por ocasião do passamento do até então colega de trabalho.

Outra nota trágica na história é a aproximação do enfermo Ivan com o seu empregado Gerassim, que fazia às vezes de seu enfermeiro, ressaltando mais ainda sua nulidade em seu grupo social.

Foi assim, através da alegoria da inexorabilidade da morte, que Tolstoi compõe um pungente painel crítico do sistema de valores da sociedade à época do romance, e que a despeito do decurso do tempo mantém-se atualíssimo. Ouso em dizer genial, obrigado Senhor Conde!

Cristiano Mantovani Guimarães.