Análise comparativa do filme Jornada pela justiça
Por: Eliane Braff • 31/5/2017 • Resenha • 1.532 Palavras (7 Páginas) • 1.773 Visualizações
Análise comparativa do filme
Jornada pela justiça
A injustiça está presente no cotidiano e costuma ser um fator causador de grande comoção nas pessoas não atingidas por ela. Ver alguém sofrendo com as consequências de algo pela qual não é responsável, com frequencia ativa uma gama de emoções peculiares na gente.
O filme Jornada pela justiça, no original The Wronged Man, que foi cartaz em 2010, é um filme que aborda além de uma emocionante história real, muita determinação e coragem na luta para que a justiça seja feita.
A história é baseada na narrativa legítima de Janet Prissy Gregory, interpretada pela atriz Julia Ormond, que batalha incessantemente para provar a inocência de Calvin Willis, atuado por Mahershalalhashbaz Ali.
As primeiras cenas retratam vários anos antes do enredo principal. Começa com o momento em que o marido de Prissy está prestes a ser condenado à morte e faz uma ligação telefônica para se despedir dela. Aqui inicialmente podemos traçar um comparativo com a Legislação no Brasil. Não sabemos o crime cometido que o levou a esta sentença. No entanto, sabe-se que atualmente nos Estados Unidos, 33 dos 50 estados do país ainda mantém a pena de morte. As leis que o definem variam de estado para estado, considerado a autonomia legislativa deles. As condutas que podem levar à pena de morte nos Estados Unidos variam de acordo com o Estado. São, na prática, 33 leis diferentes para a definição destes crimes. Há, contudo, certo nível de concordância em relação ao crime em questão. Já no Brasil, independente do delito cometido ou mesmo da localidade, a condenação máxima é de 30 anos reclusos em regime fechado.
A Constituição Brasileira, ao contrário de várias outras constituições ao redor do mundo (incluindo em países mais e menos democráticos) proíbe a pena de prisão perpétua. O Artigo 5o , XLVII, b diz "não haverá penas de caráter perpétuo" e no e Artigo 75, diz que "o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 anos. § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo". Em outras palavras, quando alguém é condenado a mais de 30 anos, o juiz deverá somar todas essas penas e unificá-las em uma só, de 30 anos.
Janet acaba conhecendo a história de Calvin Willis através do advogado que o defendia, seu chefe. Segundo ele, há fortes indícios de que o condenado seja inocente e o verdadeiro criminoso ainda está solto. Porém, Graves Thomas acaba sofrendo um grave incidente e vem a falecer. Prissy, já convencida da inocência do acusado, encontra novas informações que à época não foram incluídas no processo decidindo devolver o caso à família, que é pobre e não tem condições de manter um novo advogado. Ela se compadece com as condições da avó do acusado, que também tem filhos e esposa. Encara então aquele desafio meio sem ter consciência dos seus reais motivos.
Um fato que chama a atenção na história e que se pode fazer um confronto com o Brasil é que Janet consegue resposta favorável ao pedido de saída para Willis participar do enterro de seu sogro. Isto também é possível aqui, pois a Lei de Execução Penal 7.201/84 do Brasil no Artigo 120 diz que "Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmã". Então se pode perceber que neste caso há algo em comum entre ambas as legislações.
Com o decorrer de toda a trama pode-se perceber que a história de Calvin, um afro-americano acusado de estupro de uma garotinha do bairro em que morava, faz referência ao abuso sofrido pela própria Janet. Ela necessita vencer o caso para superar seus traumas, para enfim conquistar sua cura. Nasce então a obstinação para superar os limites humanos e jurídicos. Prissy demonstra fé, perseverança e crença na verdade acima de tudo.
Vê-se algumas cenas em que Janet vai à prisão falar com Willis. É notável a diferença do presídio retratado no filme com os existentes no Brasil, independente da época.
As prisões dos EUA são compostas de três níveis básicos de segurança: máxima, média e mínima. As prisões de segurança mínima frequentemente se parecem com acampamentos ou campus de universidades. Elas são reservadas para infratores não violentos e com fichas criminais relativamente limpas, ou para presos que passaram a maior parte do tempo em uma prisão de segurança máxima e apresentaram comportamento exemplar. Uma prisão de segurança média restringe bastante os movimentos diários dos internos, mas em vez de celas eles costumam ter dormitórios. Normalmente, possui cercas farpadas em toda sua extensão. As pessoas costumam pensar em prisões de segurança máxima quando pensam em como seria a prisão. No entanto, apenas um quarto de todos os presidiários dos Estados Unidos está em presídios de segurança máxima. Esse tipo de prisão é reservada para infratores violentos, para quem já fugiu (ou tentou fugir) ou para presos que podem causar problemas em prisões de menor segurança. Elas são rodeadas por muros altos e cercas farpadas. Guardas armados em torres de observação atiram em qualquer um que tente "pular o muro". Quando um incidente ocorre em prisões de segurança máxima, todos os internos são presos em suas celas por vários dias, com absolutamente nenhuma liberdade. Isso é chamado de lockdown. Várias prisões foram construídas e funcionam em lockdown permanente. Elas são conhecidas como prisões SuperMax. A maioria das prisões de segurança máxima tem uma unidade de SuperMax, em que os internos ficam presos permanentemente. É oficialmente conhecida como Security Housing Unit (SHU - Unidade de Segurança), mas os presidiários a chamam simplesmente de "O Buraco".
Já o sistema
...