As Principais críticas à teoria da Mestiçagem e a democracia racial brasileira defendida por Gilberto Freyre
Por: Lorena Bento • 5/12/2017 • Dissertação • 358 Palavras (2 Páginas) • 699 Visualizações
Quais as principais críticas à teoria da Mestiçagem e a democracia racial brasileira defendida por Gilberto Freyre?
Em meio a um mundo cercado por conflitos democráticos, sociais e polêmicas em torno da questão étnico-racial, muito ainda se discute quanto às teorias relacionadas a esta e suas concepções históricas em geral. Por conseguinte, tratando-se do âmbito brasileiro, pode-se citar o sociólogo Gilberto Freyre como um dos mais importantes autores da década de 30 quando o assunto é a questão racial e suas implicações. Através de um método baseado na pesquisa histórica Freyre almejava, basicamente, compreender e explicar as origens histórico-sociais.
A priori, adentrando no campo da miscigenação e, consequentemente, das discussões raciais, pode-se destacar como ideia central de Gilberto Freyre a premissa de que a “mistura” tão comum no processo de desenvolvimento do Brasil deveria ser encarada como um fator positivo, onde o escravo negro, por exemplo, se tornaria um protagonista no processo de formação social brasileiro – tendo em vista a absorção dos usos e costumes destes. Através de sua principal obra, “Casa Grande & Senzala”, o sociólogo visou à exaltação da mestiçagem, reconheceu a importância da boa relação entre etnias e o positivismo do relacionamento entre estas. Isto é, em suma, Freyre explanava o pensamento de que compreender e aceitar uma sociedade miscigenada, mestiça e, dessa forma, com uma boa convivência entre raças, seria o caminho para vislumbrar uma rica formação cultural e social brasileira já existente.
Contudo, sua tese recebeu diversas críticas que, comumente, estavam atreladas à ideia do “mito da democracia social”. Isto é, para diversos autores houve certo exagero de Freyre nessa valorização da mestiçagem, pois, segundo este, essa miscigenação teria implicado uma redução das desigualdades sociais brasileiras – fato negado por aqueles que discordavam do seu pensamento. Além disso, o sociólogo estabeleceu o “tipo miscigenado” como superior aos demais, já que considerou que este teria uma influência maior no processo de formação social. Por fim, enxergando o contexto social atual, pode-se perceber que essa visão de que a miscigenação amenizaria o preconceito e as polêmicas em torno da questão racial acabam não prosperando – afinal, infelizmente, ainda presenciamos de forma recorrente casos lamentáveis relacionados ao racismo.
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