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Banalidade do mal

Por:   •  6/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.182 Palavras (9 Páginas)  •  818 Visualizações

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Debate ocorrido dia 23/05/2015 na Livraria da Vila - Unidade Higienópolis, pelo Ciclo "Banalidade do Mal na atualidade" - com Marcia Tiburi e Maria Rita Kehl.

Mediação da palestra: Caio Garrido - psicanalista, coordenador da Formação em Psicanálise do Núcleo Tavola em São Paulo, editor geral da Revista Tavola Magazine, Coordenador do Depto. de Literatura e Inteligência em Redação Núcleo Tavola.

Grande pergunta: De que forma essa banalidade se apresenta nos dias de hoje?

Banalidade do mal – conceito – fenômeno comum

Transposição para as ditaduras brasileiras.

Hannah – Adolf Eichmann praticou um mal banal.

Expressão do mal disseminada – muita gente acreditou e ‘’comprou’’ nos ideais postos pelo líder carismático e simplesmente denunciaram vizinhos, apoiou, achando que estava fazendo o certo.

O mal se torna banal quando as condições de pensamento se esvaziam; regimes autoritários e totalitários contribuem para esse pensamento. A identificação do carisma do líder carismático e a possibilidade do sujeito na massa, poder perder alegremente o compromisso ético. Sentimento de coletividade, de não se responsabilizar pelos próprios atos. Deixa de se comprometer com a sua capacidade de pensamento. A condição das massas serem capazes de linchar, de apoiar um líder violento tem a ver com essa paixão de se dissolver completamente e não ter que se preocupar com a dura e solitária necessidade de julgar os próprios atos.

Paixão da instrumentalidade: O quê que você quer de mim para eu ser aquele alguém que te completa? O que você quer de mim para eu não ter que sofrer angústia das minhas decisões e poder servir a você? O que você quer de mim para me livrar do duro poder de desejar? Ao invés de eu ter que dar um destino pro meu desejo, eu faço o que você desejar. Eu faço de você meu mestre. Estou a serviço do outro, esse prazer nos libera do duro dever de julgar os nossos atos. Gozo regressivo: faço isso porque ele me ama.

Quando o outro se coloca no lugar de dominação, no caso o líder, ele se mantem líder pela adesão subjetiva das pessoas que o segue. Golpe militar brasileiro teve apoio da população, a principio, o AI5 teve apoio da população. PPI: se diluir na massa pra não tomar decisão de risco, ou seja, o que a massa fizer, ele vai atrás. O que você pintar, eu assino. Se dissolver na massa e o gozo, não necessariamente o mal. Mas quando você abre em mão do seu juízo, que sempre te implica, te deixa em duvida em arriscar, para seguir a massa, é a paixão da instrumentalidade. Ai criam as condições propicias para o vazio do pensamento, instituindo assim, a banalidade do mal. A pessoa violenta: ignorante, não pensa, ignorância como condição possível da violência.

PRIMEIRO VÍDEO - Parte boa pra colocar como vídeo para turma: 14:25min até 20:28min

Torturador: a paixão da instrumentalidade, eu estou fazendo isso em nome de uma causa maior, eu estou cumprindo ordem, eu não me responsabilizo pelos meus atos. Gozo sádico: prazer do poder de ter um corpo mais frágil sob seu domínio. Criança que bate no irmão quando pequeno. É comum passar sobre isso, o que e incomum é se fixar nesse princípio. E outra coisa, como banalidade do mal, e estar submetido a uma ordem que favorece isso, que premia: faça em nome do bem. Condição da alienação das massas, do gozo do torturador. Grandes poderes pra fazer o mal em nome do bem.

Lacan: se existe um mal absoluto, é aquele que se pratica convictamente em nome de um bem absoluto.

“O prazer de estar submetido a outro, a profunda convicção de que você esta do lado de um bem absoluto produz condições para o mal radical.”

Livro da Hannah: Eichmann em Jerusalém.

Banalidade do mal, assunto abordado livremente no livro.

Teses e artigos

Tradição do mal na historia da filosofia: (problema da filosofia)

- Problema metafísico: Mal cósmico;

Do latim, malum. 1. Em um sentido geral, tudo que é negativo, nocivo ou prejudicial a alguém. "Podemos considerar o mal em um sentido metafísico, físico ou moral. O mal metafísico consiste na simples imperfeição; o mal físico no sofrimento; o mal moral no pecado, segundo Leibniz (Dicionário de Filosofia)

O mal, segundo Santo Agostinho, é o estado em que o homem se afasta de Deus, de seus preceitos, de seu amor. Contudo, é uma condição presente na vida de todos os homens, devido ao pecado original de Adão e Eva, conforme o livro bíblico, Gênesis. O afastamento da convivência espiritual com Deus e a desobediência à sua vontade provoca todo o mal presente na vida dos homens. Somente por intermédio de Jesus Cristo, o filho de Deus encarnado, os homens podem ser redimidos e reviver o estado pleno de bondade junto a Deus (Chalita).

Santo Agostinho tenta provar de forma filosófica de que Deus não é o criador do mal, em seu livro 'O Livre-arbítrio'. Pois, para ele, tornava-se inconcebível o fato de que um ser tão bom, pudesse ter criado o mal. A concepção que Agostinho tem do mal, esta baseada na teoria platônica, assim o mal não é um ser, mas sim a ausência de um outro ser, o bem. O mal é aquilo que "sobraria" quando não existe mais a presença do bem. Deus seria a completa personificação deste bem, portanto não poderia ter criado o mal. Deus em sua perfeição, quis criar um ser que pudesse ser autônomo e assim escolher o bem de forma voluntária. O homem, então, é o único ser que possuiria as faculdades da vontade, da liberdade e do conhecimento. Por esta forma ele é capaz de entender os sentidos existentes em si mesmo e na natureza. Ele é um ser capacitado a escolher entre algo bom (proveniente da vontade de Deus) e algo mal (a prevalência da vontade das paixões humanas) (Wikipedia).

- Mal ético/ Mal prático: advém da condição humana, da relação humana que não consegue conviver com o mal metafísico.

- Kant: mal maligno, inexistente, o mal em que não e o mal simplesmente nem metafisico nem pratico, mas seria tão destrutivo, que seria diabólico. Não existe a chance do mal absoluto.

Kant percebeu que o mal pode ter origem não nos instintos ou na natureza pecaminosa do homem e, sim, nas faculdades racionais que o fazem livre. Dessa forma, o mal não possui dimensão ontológica, mas contingencial. Ele acontece a partir da interação e da reação das

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