CIDADE E DEMOCRACIA: A PAISAGEM PLURAL DOS CONVIVENTES NO ESPAÇO PÚBLICO
Por: gmflacerda • 27/4/2018 • Abstract • 482 Palavras (2 Páginas) • 170 Visualizações
CIDADE E DEMOCRACIA: A PAISAGEM PLURAL DOS CONVIVENTES NO ESPAÇO PÚBLICO
Fernando Barotti dos Santos[1]
Gustavo Marcel Filgueiras Lacerda[2]
O presente artigo tem por objetivo apresentar a cidade como o cenário em que se revelam diferentes identidades, seres plurais, conviventes no mesmo espaço público, constituindo uma perfeita paisagem democrática. Para tanto, recorrerá ao pensamento político de Hannah Arendt, bem como ao desenvolvimento do conceito de paisagem, para analisar a constituição democrática que forma a paisagem da cidade.
Nesse sentido, a paisagem se descortina como resultado do processo de construção social, onde o sujeito político e seus pares, podem se reconhecer no espaço público por eles construído em suas relações e se sentem pertencentes a ele. Assim, a paisagem da cidade é um cenário cultural resultante das relações político-sociais estabelecidas em seu bojo, historicamente construída, por sujeitos livres, em verdadeira isonomia (igualdade perante a norma), fundada na isegoria (igual direito de fala).
Dessa forma, pensar a cidade sob a perspectiva de sua paisagem democrática é perceber, de forma concreta, a concepção aredtiana de que o mundo é habitado pelos homens e não pelo homem, ou seja, por seres igualmente diferentes, que, assim, descobrem a necessidade da política no entre-os-homens, que convivem num espaço público. Neste ensejo, é imperioso observar que a política nasce no contexto de uma cidade, na polis grega, que teve em sua ágora (praça), o ambiente propício para o livre diálogo comprometido. Assim, a cidade é o cenário da pluralidade. Seu todo é o resultado dessa pluralidade convivente em seu espaço. Portanto, a cidade, enquanto complexidade identitária plural, é perfeita paisagem da democracia daqueles que são seus cidadãos.
O próprio conceito de cidadão, enquanto sentido político do povo de um Estado, traz em sua etimologia a cidade. Dessa forma, cidadão é o habitante da cidade, no uso de seus direitos e deveres civis e políticos, comprometidos com a vida em comum. Portanto, a proposta deste artigo se torna fundamental para repensar, em tempos de crise sistêmica das instituições, a participação democrática na construção da paisagem da cidade, que é, em última instância, conforme Arendt, verdadeira ação política.
Por fim, trata-se de uma pesquisa qualitativa, empregando o método dedutivo, visto que se realizará por meio de análise da teoria de diversos autores pesquisados. Assim, o trabalho apresentará a temática proposta em três tópicos estruturais, a saber: cidade e paisagem, cidade, pluralidade e política e cidade como paisagem da democracia.
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