CINZAS DO NORTE
Por: 36420700 • 3/5/2016 • Trabalho acadêmico • 3.825 Palavras (16 Páginas) • 315 Visualizações
UNIVERSIDADE NILTON LINS
SHIRLEY DE ALMEIDA GÓES
MATRÍCULA - 14001094
CINZAS DO NORTE
MILTON HATOUM
MANAUS- AM
2016/1
CAPÍTULO 1 E 2
Sob o sol ou dias de chuva Fogo (cachorro) e Jano (seu dono) caminhavam juntos. Fogo sempre se adiantava, virava o focinho para o lado, esperava, se empinava um pouco, farejava o cheiro do homem, escutava os sons roucos da voz que imperava suas ordens.
Os dois eram inseparáveis, pois Fogo dormia perto da cama do casal, e Alícia (esposa de Juno) nunca suportou isso. Alícia preferia dormir no quarto do filho. Os últimos meses da vida de Jano foi assim, ele e o cachorro, e a mulher e o filho no outro
Lavo antes de conviver com Mundo no colégio Pedro II, o viu vez no centro da praça São Sebastião com as características magricelo, cabeça quase raspada, sentado nas pedras que desenham ondas pretas e brancas. Olhando o barco do monumento, o qual desenhava com uma cara de espanto. Lavo parou para observar o desenho: um barquinho torto e esquisito no meio de um mar escuro que podia ser o rio Negro ou o Amazonas. Mundo de repente se levantou e estendeu a mão, oferecendo ao colega que o observava, um papel dobrado. No começo ele foi apenas um colega de sala para Lavo, Mundo era Esquivo, o mais estranho de todos, e dono de certas regalias, não participava dos torneios, nem praticava os demais esportes era dispensado por causa de um atestado médico arranjado pela mãe, porém tinha que permanecer na quadra e responder à chamada nas aulas de educação física.
Mundo era sempre o excluído da turma, nas aulas de esporte ele ficava desenhando, e em um desses seus desenhos acabou fazendo uma caricatura dos garotos da quadra “Corpos Caídos”, era o nome da obra, os quais se aborreceram e armaram uma emboscada para fazer com o que o jovem não repetisse a “graça”, então uma roda de alunas cercou o banco enquanto Mundo mostrava o desenho; Minotauro colou com carrapicho um chumaço de rabiola na traseira do artista, tocou fogo com álcool e se afastou; Lavo ia correr para avisá-lo, mas Minotauro o segurou, tapou a boca dele com a mão e curvou com força sua cabeça. Mundo estranhou a risada das garotas, viu a fumaça entre suas pernas, e se atirou no lago. Os dias se passaram e a cadeira de Mundo na sala de aula permaneceu vazia, acabou perdendo o ano letivo e foi estudar no Colégio Brasileiro, onde podia desenhar à vontade, e não precisava seguir a disciplina militar. Lavo guardou o caderno de desenhos que Mundo, assustado, jogouno chão antes de se atirar lago da praça.
CAPÍTULO 3 E 4
Ramira (tia de Lavo) encontrou Ran (seu irmão) lendo e fazendo anotações a lápis numa tira de papel de seda branco. Perguntou por que ele lia e escrevia em vez de ir atrás de trabalho. Ele respondeu que estava trabalhando, argumentando que trabalhava com a imaginação dos outros, Ramira estranhou a frase, que tempos depois Lavo entendeu que seria uma das definições de literatura. E quando Ran dava uns livros para Lavo com desenhos, a tia logo provocava, dizendo que haviam sido roubados de uma livraria ou eram comprados com o dinheiro de Alícia. Lavo cresceu ouvindo seus tios brigarem por causa da mãe de Mundo, que tinha morado num bairro vizinho.
Na manhã de um domingo, Ranulfo dormia numa esteira de palha, quando um rapaz assobiou na porta da sua casa e entregou a sua irmã um envelope e uma tartaruga. Ela abriu o envelope e leu o bilhete em voz alta: “Uma dádiva da Vila Amazônia”.
Ranulfo se espreguiçou e logo ironizou a atitude do vizinho que dera este presente, Ran começou a falar que com um vizinho desses não era necessário comprar mais nada, apenas cozinhar.
Ramira defendeu Jano (Pai de Mundo e vizinho que deu o presente) dizendo que o mesmo apesar de rico é um simples, pois já fora na casa deles e não fez se quer cerimônia, e ainda levou o Fogo.
Jano, não aceitava como Mundo estava levando a vida, temia que ele não seguisse os ideais masculinos, por se diferenciar dos demais jovens, então chamou Lavo e sabendo da condição financeira do menino lhe fez a proposta levar Mundo para o caminho das bebida, mulheres e farra, em troca daria dinheiro, alegando que isso era como um emprego qualquer. A mãe era o refúgio de Mundo, mas havia outro, que descobri por acaso na tarde de um sábado, quando fazia uma pesquisa para um trabalho de história.
Lavo, observa pela janela a movimentação da rua e avista Mundo indo em direção ao porto e logo o segue, chegando lá descobre que o amigo viajara sozinho quase todos os dias até o outro lado do rio para encontrar um amigo que era um verdadeiro artista e ensinava à Mundo as maravilhas da arte. Após a descoberta, os amigos retornam para a casa de Mundo, e lá estava acontecendo a festa de 40 anos de Jano, o qual se aborreceu, pois a mulher e o filho se recusaram a participar do evento.
CAPÍTULO 5 E 6
Carregando uma caixa de ferramentas, Macau (motorista de Jano) sumiu no porão do barco, Jano se encostou na amurada, contente por avistar Mundo saltar para fora do barco e se juntar aos homens, bebendo e mexendo com as meninas. A mulher que perto de seu filho vestia short e camiseta; morena e baixinha, ria de graça, aparentava ser mais que as outras, ela bebia, e rebolava diante de Mundo. Jano então se encheu de alegria ao presenciar a cena. O coronel Zanda erguia o copo, chamando Jano, que negava com um gesto. O pai de mundo se segurou, pois estava feliz, ele sorria embaraçado para Lavo, como se este fosse seu cúmplice, sem conseguir ver que tudo não passava de uma provocação de Mundo.
Durante o tempo que passaram no local, Mundo desapareceu, fugiu. Todos perguntavam por ele e ninguém sabia. Alguns dias se passaram e Lavo perguntou à Macau se tinha notícias sobre Mundo, o motorista então respondeu com as mãos escondendo o rosto Mundo já está em Manaus, mas ninguém podia saber.
Macau era pago por Jano para vigiar Muno, mas seu deboche da situação o tornava menos servil e parecia dizer: Mundo é um sacana que enganou todos nós. Na viagem de volta, Jano ficou remoendo a ousadia do filho. E, diante do homem, Lavo não sabia o que dizer. Jano subia até a cabine, perguntava a Macau como Mundo havia fugido e se tinha alguma lancha veloz no porto. O motorista balançava a cabeça dizendo que era um mistério, mas ia descobrir.
Então contou como havia embarcado num hidroavião, o Catalina do Correio Aéreo Nacional, que fazia escala no porto de Parintins. Persuadira o comandante a deixá-lo ir até Manaus. Chorando, dissera que Jano era um grande amigo do coronel Zanda e que ele, Mundo, tinha urgência para chegar: o pai estava muito enfermo. Entrou no hidroavião com a roupa do corpo, carregando os objetos e desenhos feitos pelo índio velho e as sementes e plantas que catara durante a viagem.
Tempos depois Lavo reencontra Mundo que traz desenhos que fez durante as férias, e mostrou-lhe objetos que havia trazido um índio chamado de Parintins chamado Nilo. O amigo apenas observou tudo e por não ter entender nada sobre artes, comentou que apesar de seu desentendimento na área, estava admirado, pois tudo dava uma visão das pessoas e do lugar.
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