Resumo Livro Cinzas do Norte
Por: rafaelviana • 16/10/2016 • Resenha • 5.506 Palavras (23 Páginas) • 1.931 Visualizações
Capítulos 1 e 2
Jano e seu cachorro chamado Fogo eram inseparáveis. Já Alícia, esposa de Jano, não o suportava. Mundo era o filho de Alícia e Jano. Ele era um menino magricelo que gostava de desenhar.
Mundo começou a estudar no ginásio Pedro II, em 1964, após o golpe do Regime Militar. Bombom de aço era o chefe da escola. Ele era muito rigoroso e reclamava com Mundo, pois ele era muito desleixado com a farda e andava com cabelo despenteado.
Nos intervalos Mundo caminhava sem medo no meio dos veteranos valentões ignorando as ameaças. Na hora da prova de matemática dava para ouvir os ruídos da ponta do lápis no papel; era Mundo rabiscando seres e objetos. Mesmo assim, era o primeiro a terminar a prova. Ao final no ano letivo Mundo foi aprovado em todas as disciplinas e casou inveja entres os colegas, pois eles achavam que os pais dele davam uma boa gorjeta aos professores.
Mundo não participava dos jogos devido à mãe apresentar atestado médico dizendo que o filho não poderia fazer educação física. Ele ficava na arquibancada, abria sua caixa de lápis e desenhava os corpos que corriam, trombavam, se contorciam, giravam e caiam.
Mundo deixou o desenho que fez dos colegas em sua cadeira e na manhã seguinte os alunos o encontram. Havia umas caricaturas estranhas nos desenhos, e um dos seus colegas chamado Minotauro não gostou. No outro dia ele se aproximou de Mundo e o convidou para ir até a praça que ficava em frente a sua escola. Mundo concordou e mostrou seus desenhos para as meninas que lá estavam. Enquanto isso Minotauro colocou um chumaço com carrapicho de rabiola na traseira de Mundo, tocou fogo com álcool e se afastou. Lavo, amigo de Mundo, queria avisar, mas foi impedido.
Após esse dia Mundo não foi mais para aula, perdeu o ano letivo e foi estudar no Colégio Brasileiro, no qual podia desenhar e acordar tarde. Certo dia Lavo o encontrou e tentou devolver os desenhos dos corpos caídos, mas Mundo não quis. Ele disse ao amigo que estava mesmo entusiasmado com a nova escola, pois podia desenhar e ler livros sobre arte.
Quando Lavo chegou em casa, ele ouviu alguns latidos. Era Fogo, o cachorro de Jano. Ramira, tia de Lavo, apareceu surpresa e sem jeito com a visita. Ela pediu desculpas pela casa estar desarrumada e conversaram um pouco.
Numa manhã Lavo e a Ramira avistaram Alícia e Jano. Eles vinham abraçados e sorrindo. Ramira ficou nervosa e queira voltar, mas Jano a cumprimentou com um sorriso erguendo a mão. Já Alícia acariciou o cabelo de Lavo e deu um beijo em seu rosto.
Passado alguns dias, Ramira informou que comprou uma Casa na Vila da Ópera. Ranulfo, tio de Lavo, perguntou se ela estava querendo mudar-se para perto de Jano, porém ela respondeu que iriam se mudar, pois suas clientes não conseguiam entrar no Morro e no centro a sua clientela iria aumentar.
Ranulfo pensava que era apenas uma ameaça, até Ramira começar a guardar a máquina de costura, seus moldes, revistas, carretéis, agulhas e panos. Foi quando Ranulfo realmente acreditou na mudança. Ele mesmo encaixotou a máquina de costura e transportou os móveis em uma caminhonete velha do seu amigo Corel.
Capítulos 3 e 4
Em um Domingo de manhã, quando Ranulfo ainda dormia, um rapaz apareceu assobiando na porta da sua casa para entregar um envelope e uma tartaruga para Ramira. Ela abriu o envelope, foi Jano que havia enviado e escrito “Uma dádiva da Vila Amazônia”.
Ranulfo colocou a água para ferver, derramou dentro de um tanque e em seguida colocou a tartaruga dentro. Ele preferiu matá-la dessa maneira, pois as outras eram muito cruéis. Depois ele começou a prepará-la para o almoço. Fez uma farofa com a banha da tartaruga e preparou o picadinho no casco com salsa, coentro e cebola. No dia seguinte, Ramira pediu que Lavo levasse uma cumbuca de comida que estava na geladeira para Jano.
Chegando à casa de Jano, Naiá pediu para ele esperar um pouco e depois retornou dizendo que os patrões queriam vê-lo. Alícia percebeu que era a primeira vez que Lavo visitava a sua casa, então disse: “Lavo é muito tímido, ficou órfão antes de falar mamãe”. Depois de almoçar, ele entrou na sala do palacete e ficou surpreso com tanto luxo. Haviam muitas antiguidades preciosas como retratos, harpas, pinturas e livros.
Jano chamou Lavo para mostrar o restante da casa. Chegando no quintal, Lavo notou que havia muitas árvores e palmeiras. Jano mostrou a casinha onde ficava o gerador, que era protegido por uma grade de ferro, do lado tinha uma garagem, onde tinha um DKW preto, um Jipe e um Aero Willys. Por último mostrou o quarto de Mundo que ficava no andar de cima. No quarto tinha papel jogado no chão, pincéis, lápis, plantas ressequidas e sementes espalhadas no chão e nas paredes.
Jano ficou chateado e falou que Mundo não tinha nenhum livro de matemática nas estantes, e nem foto de mulher alguma. Apenas livros sobre artes e poesias. Trancou o quarto e convidou Lavo para dar uma volta. Passando na Avenida Epaminondas, ele parou o carro próximo a um Oficial e o saudou. Depois comentou com Lavo “Falta isso ao meu filho... correr e saltar com coragem, que nem esses rapazes armados”. Seguiram até o escritório de Jano. Chegando lá, Jano propôs a Lavo que se ele ajudasse Mundo a conseguir uma mulher e deixasse o amigo pintor, ele iria pagar uma boa quantia em dinheiro. Lavo não conseguiu responder. Seguiu para sua casa caminhando e pensando em tudo o que aconteceu no escritório.
Em um sábado à tarde, Lavo descobriu que Mundo frequentava um ateliê, em uma ilha no meio do canal. Ele conseguiu chegar lá através de um homem chamado Lutti. Chegando lá, Mundo mostrou todo o ateliê e artes de Arana, o seu amigo pintor e artista.
Ao anoitecer Mundo e Lavo pararam em um bar e brindaram o aniversário de Jano, que estava fazendo 40 anos. Após saírem do bar, Mundo convidou Lavo para ir até a sua casa, pois queria mostrar os convidados ilustres do pai.
Passado alguns meses, Lavo estava em um beco quando ouviu um assobio. Era Macau, chofer de Jano. Chegando lá, Jano estava dentro do seu carro como uma ordem disse a Lavo, em janeiro vamos à Vila Amazônia e você vai conosco.
Assim que chegou em casa, Lavo falou para tia que tinha sido convidado por Jano para ir à Vila Amazônia. Ramira ficou radiante, mas logo foi ficando triste, pois quase teria ido se não fosse por Ranulfo.
Lavo já havia percebido que tinha algo estranho entre as famílias. Ramira parou a costura e começou a falar: “Ranulfo foi casado por pouco tempo com Algisa, irmã de Alícia”.
Ao amanhecer chegaram à Vila Amazônia. Havia um casarão cinzento que ficava em um barranco alto, a casa era todo em estilo português. No fundo da piscina tinha um mapa de Portugal, e nas paredes eram gravados os nomes dos reis e rainhas daquele tempo.
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