CIVIL 2 Varella
Por: jhpribeiro • 15/5/2015 • Trabalho acadêmico • 549 Palavras (3 Páginas) • 311 Visualizações
Aula 8 - TEXTO E TEXTUALIDADE: Fatores de Textualidade
Questão Avaliativa 07
Valor: 1,0 pontos
Leia, com atenção, o texto a seguir. Identifique os mecanismos responsáveis pela continuidade das ideias e apresente um esquema da organização textual propondo uma análise do texto com base nos fatores de textualidade apresentados na aula 08 - TEXTO E TEXTUALIDADE: Fatores de Textualidade.
Durante muito tempo, três inquietações dominaram a relação com a cultura escrita. A primeira é o temor da perda. Ela levou à busca dos textos ameaçados, à cópia dos livros mais preciosos, à impressão dos manuscritos, à edificação das grandes bibliotecas. Contra os desaparecimentos sempre possíveis, trata-se de recolher, fixar e preservar. A tarefa, jamais finda, é ameaçada por um outro perigo: a corrupção dos textos. No tempo da cópia manuscrita, a mão do escriba pode falhar e acumular os erros. Na era do impresso, a ignorância dos tipógrafos ou dos revisores, como os maus modos dos editores, trazem riscos ainda maiores. Preservar o patrimônio escrito frente à perda ou à corrupção suscita também uma outra inquietude: a do excesso. A proliferação textual pode se tornar obstáculo ao conhecimento. Para dominá-lo, são necessários instrumentos capazes de triar, classificar, hierarquizar. Mas, irônico paradoxo, essas ferramentas são elas próprias novos livros que se juntam a todos os outros.
(CHARTIER, Roger. As aventuras do livro: do leitor ao navegador: conversações com Jean Lebrun. São Paulo: UNESP, 1998, p.99)
A não contradição consiste, em oferecer textos genuínos. A partir do texto pode ser estudado na sua mais profunda essência, pois lhe foram preservados os seus elementos. A textualidade da história do texto se dá antes mesmo de seu nascimento. Antes de enviar os originais para a editora, quantos testemunhos não foram escritos pelo autor e depositados no cesto de papel? E depois deste ato, quais e quantas foram as intervenções? É imprescindível, todavia, concentrar-se sobre o resultado final. Assim, deve o crítico textual debruçar-se sobre as várias redações ou, simplesmente, sobre as variantes autorais, a fim de verificar como o texto se constituiu, pois, toda obra conserva a sua identidade, que se perpetuará assim que for reconhecida por seus leitores ou ouvintes; o estudo da literatura propriamente dita pressupõe a expressão registrada por meio da escrita. Por isso, ela parte o original, ou seja, um escrito de forma direta ou indiretamente de um autor e destinado em princípio à divulgação, podendo ser manuscrito ou impresso. A partir do original, chamado de autógrafo, eram feitas as cópias. A progressão se deve a primeira máquina de copias, chamada de tipografo. A cada cópia havia o risco das alterações, que podiam ser graves ou não. No entanto, é quase impossível transcrever um texto sem cometer erros ou sem conseguir adulterá-lo. Assim, uma cópia representa a versão modificada do original. A principal expressão para a literatura é o texto escrito. A repetição neste sentido, a textualidade contribui com o trabalho literário assegurando que este tenha em mãos um testemunho que seja efetivamente aquele que o autor produziu, ou seja, o texto genuíno. A relação nesta direção, com certeza e a contribuição mais evidente e importante da textualidade é a recuperação do patrimônio cultural escrito de uma dada cultura. Assim como se restauram pinturas, esculturas, igrejas e diversos outros bens culturais da humanidade, a fim de que mantenham a forma dada por seu autor.
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