CONCEITO DO AUTISMO E SEUS FATORES
Por: Leticia Cristina • 3/7/2018 • Trabalho acadêmico • 7.356 Palavras (30 Páginas) • 239 Visualizações
1. CONCEITO DO AUTISMO E SEUS FATORES
O autismo, também chamado de Transtorno do Espectro Autista, é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) que tem influência na maioria das vezes genética e é causado por defeitos em partes do cérebro, como o cerebelo, por exemplo.
A complexidade desse Transtorno e o fato de que os sintomas e severidade podem variar (Espectro), provavelmente são quadros resultantes da combinação de diferentes genes. Alguns problemas genéticos acontecem espontaneamente e outros são herdados.
Estudos recentes indicam também que o autismo não é regido apenas por causas genéticas.
A suposição é que fatores ambientais tenham impacto no desenvolvimento do feto, como stress, infecções, exposição a substâncias químicas tóxicas, complicações durante a gravidez, desequilíbrios metabólicos podem levar ao desenvolvimento do autismo, dentro dos fatores ambientais, pesquisadores detectaram uma maior importância para o risco de TEA dos fatores ambientais individuais, que incluem complicações durante o nascimento, infecções maternas ou a medicação que se recebe antes e após o nascimento.
1.1 A MANIFESTAÇÃO E SUAS LIMITAÇÕES
O autismo caracteriza-se por dificuldades significativas na comunicação e na interação social, além de alterações de comportamento. Essas alterações costumam aparecer antes mesmo dos três anos de idade, em sua maioria, em crianças do sexo masculino.
Para o autista, o relacionamento com outras pessoas costuma não despertar interesse. Por isso, evita-se o contato físico no relacionamento com o autista - já que o mundo, para ele, parece ameaçador. Insistir neste tipo de contato ou promover mudanças bruscas na rotina dessas crianças pode desencadear crises de agressividade.
Para minimizar essa dificuldade de convívio social, vale criar situações de interação. Respeitando o limite da criança autista, a paciência para lidar com essas crianças é fundamental, já que pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual. Alguns, ao contrário, apresentam alto desempenho e desenvolvem habilidades específicas - como ter muita facilidade para memorizar números ou deter um conhecimento muito específico sobre determinada coisa. Descobrir e explorar as 'eficiências' do autista é um bom caminho para o seu desenvolvimento.
Podemos identificar suas limitações de comunicação social através de algumas manifestações:
• Isolamento ou falta de interesse em estar com outras pessoas- pessoas com TEA podem ter dificuldade em iniciar contato ou diálogo com os que estão ao seu redor e compartilhar objetos ou assuntos de interesse. Algumas vezes pode acontecer das crianças com TEA preferirem o contato com adultos ou crianças de idade diferente da sua;
• Diminuição ou ausência de contato visual- é comum no TEA a pessoa não manter o olhar ou não olhar por muito tempo para a região dos olhos das outras pessoas;
• Diminuição ou ausência do sorriso para outras pessoas- a pessoa com TEA tem menor capacidade de sorrir após atitudes cordiais ou simplesmente para ser simpático;
• Falta de habilidade em estabelecer amizades e relacionamentos afetivos- geralmente a pessoa com TEA tem pouco ou nenhum amigo;
• Dificuldade de reconhecer gestos, mímica facial, olhares, tonalidade da voz- é comum dificuldade em entender a comunicação que não é falada. Nem sempre precisamos falar para sermos entendidos, pois nossos gestos, mímica facial, olhares podem indicar o que queremos dizer, são as chamadas “pistas sociais”. Na pessoa com TEA essa dificuldade torna-se um obstáculo para perceber as intenções e os desejos do outro sem que lhe seja falado.
• No que diz respeito à linguagem vale a pena esclarecer que existem pessoas com TEA que não irão desenvolver fala, outras que falam de uma forma que não conseguimos compreender e, ainda, aquelas que falam de “um jeito diferente” ou “usam o mesmo tom de voz”. Muitos pacientes apresentam, ainda, repetição de palavras, frases ou sílabas-comportamento que tem o nome científico de ecolalia.
• A sociabilidade pode estar comprometida pela diminuição no interesse pelo outro, de se fazer entender pelo outro e pela dificuldade na compreensão do outro. Geralmente, pessoas com TEA não sabem conversar de forma espontânea e tendem a usar a fala para obter algo de que precisa ou que seja de seu interesse.
Os comportamentos restritos/repetitivos também podem se apresentar de diversas formas:
• Estereotipias motoras ou vocais - as estereotipias motoras mais frequentes são balançar para frente e para trás, andar na ponta dos pés, chacoalhar as mãos, picar papéis, girar objetos. As vocais mais frequentes são: gritos inadequados, barulhos ou sons contínuos.
• Restrição de interesses e assuntos - é comum o interesse exagerado por determinado tema, geralmente gastando muito tempo. São comuns assuntos bem específicos como dinossauros, bandeiras, astronomia, itinerários de ônibus. Inúmeras vezes essas pessoas conseguem armazenar um número enorme de informações, mas sem nenhuma utilidade para o dia a dia.
• Adesão exagerada a rotinas - essa manifestação está relacionada à inflexibilidade, uma característica bastante comum nos autistas, que têm dificuldade de encontrar formas variadas para lidar com as situações da vida. É comum os pacientes ficarem nervosos quando ocorrem mudanças ou imprevistos.
• Reatividade aumentada ou diminuída a estímulos sensoriais ou interesse por aspectos sensoriais do ambiente - é comum a pessoa com TEA não sentir dor; colocar as mãos nos ouvidos diante de barulhos de liquidificador; cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, ter fascinação por luzes.
1.2 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito de forma precisa por um neurologista ou psiquiatra especializado e capacitado que se baseia principalmente na presença desses determinados padrões de comportamento, uma vez identificado sinais de autismo ou mesmo estabelecido o diagnóstico (precoce), a intervenção é fundamental para a aquisição dos repertórios de comunicação, socialização, autonomia e motora, fundamentais para o desenvolvimento da criança e que permitem que a criança tenha ganhos consideráveis de desenvolvimento e independência.
1.3 TRATAMENTO
Não há cura conhecida para o autismo e o tratamento infelizmente tem um custo muito alto que envolve vários profissionais especializados em diversas áreas.
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