DIREITO E IDOSO: NOVAS TENDÊNCIAS NO ENSINO JURÍDICO
Seminário: DIREITO E IDOSO: NOVAS TENDÊNCIAS NO ENSINO JURÍDICO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: moog • 31/8/2013 • Seminário • 4.171 Palavras (17 Páginas) • 578 Visualizações
An. Sciencult Paranaíba v. 4 n. 1 p. 152-159 2012
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DIREITO E IDOSO: NOVAS TENDÊNCIAS NO ENSINO JURÍDICO
Sheila Marta Carregosa Rocha (PG-ESTÁCIO/PIB)
Rosana de Queiros Dias (PG-ESTÁCIO/PIB)
RESUMO
O crescimento da população idosa no Brasil requer do Estado e da Sociedade um novo
direcionamento das políticas públicas no sentido de desenvolver programas de incentivo
para os idosos de diferentes setores produtivo e social visando garantir os direitos
fundamentais à educação e à tecnologia. Este artigo trata da situação atual do idoso inserido
no sistema educacional e no acesso à tecnologia, identificando o perfil dele nesse sistema. A
metodologia constitui o conjunto de técnicas, desde a pesquisa bibliográfica no campo
teórico, revisão legislativa e grupo focal com pesquisa de campo e uma amostra não-
inferencial constituída de pessoas acima de 60 anos, de ambos os sexos, de diferentes classes
socioeconômicas, matriculados regularmente no curso de Direito de uma Instituição de
Ensino Superior. A análise das expectativas será comparada à realidade do curso e à oferta
de sistemas públicos, que permitirão na identificação das possíveis lacunas e possibilitando
o indicativo de estratégias voltadas ao público-alvo. Objetivando contribuir com uma
proposta de atividades complementares a serem desenvolvidas.
Palavras-chave: Idoso. Direitos Fundamentais. Educação. Tecnologia.
Introdução
Este artigo foi motivado e preparado para ser apresentado e publicado no Simpósio
Científico-Cultural (SCIENCULT), evento de grande relevância e magnitude para a
comunidade acadêmica na área jurídica, cujo tema neste ano de 2011 versa sobre a “Práxis
educacional, direitos fundamentais e política: perspectivas para o século XXI”.
Refletindo sobre o tema, problematizamos no sentido de analisar a prática educacional como
exercício de cidadania, enquanto garantida como direito fundamental e as políticas públicas
voltadas para os idosos na educação superior.
Para justificar a escolha do subtema, compreendemos que na década entre 2000 e
2010 houve uma renovação na vida da pessoa idosa, pois ela rompe a barreira cronológica
da idade, graças à longevidade promovida por diversos fatores, principalmente pela
Medicina. O que fazer com o ganho de alguns anos de vida?
Como a sociedade está cada vez mais marcada pelo volume de litígios inerentes à
condição humana, há um conseqüente rendimento da qualidade e preponderante retorno
gradativo do idoso ao mercado de trabalho. Surge a necessidade de se qualificar,
aumentando a procura pelo ensino jurídico, numa educação superior, para que possa ser
reinserido no mercado de trabalho de forma autônoma. E o Direito surge como um campo
emergente e aberto à renovação do conhecimento, à oportunidade de galgar um posto de
trabalho, proporcionando um grau de autonomia da nova fase experimental.
Inicialmente o interesse dos idosos pelo mercado de trabalho se dá pela via da
necessidade, num segundo momento pela via da auto-estima e num terceiro momento,
devido à ausência de mão de obra qualificada, em função do baixo nível da educação
ofertada às gerações mais novas.
Nesse contexto, o curso de Direito passa a ser uma opção profissional para as
pessoas acima de 60 anos pelo fato de ser um curso eminentemente intelectual, ou seja, de
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baixa exigência física, que abrange todas as áreas da atividade humana e atende ao requisito
da subjetividade que emana uma característica de fazer valer o sentimento de solidariedade,
que é típico da terceira idade. Da mesma forma, que o contato social atua como causa de
princípios éticos, uma vez que os da geração antiga se sentem responsáveis pelo resgate dos
valores.
Este artigo apresenta a percepção do idoso que cursa a faculdade de Direito, bem
como do idoso que retornou ao mercado de trabalho como docente num curso jurídico. A
metodologia utilizada foi uma abordagem qualitativa e como técnica dois grupos focais, um
somente de docentes, de diferentes disciplinas e ambos os sexos, 10 (dez), que têm uma
significativa representação em torno de 15% no corpo docente, e o outro grupo composto
por 10(dez) discentes, acima de sessenta anos, que cursam o bacharelado em Direito, numa
IES particular em Salvador/Bahia, no ano de 2011.
Ainda que os dados do IGBE1 constatem uma ínfima parcela
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