POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS DO IDOSO
Trabalho Universitário: POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS DO IDOSO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: felipyk7 • 29/4/2013 • 6.834 Palavras (28 Páginas) • 1.427 Visualizações
POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS DO IDOSO: DESAFIOS DA AGENDA SOCIAL DO
BRASIL CONTEMPORÂNEO
Mari a das Graças Melo Fernandes e Sérgio Ribeiro dos Santos*
1. Introdução
Em todo o mundo, o conti ngente de pessoas com idade igual ou superior
a sessenta anos tem cresci do rapidamente. No fi nal do século passado, eram
estimados 590 milhões de indiví duos nessa fai xa etária, sendo projetado para 2025
o montante de um bilhão e duzentos mil hões, atingindo dois bilhões em 2050.
Neste ano, pel a primeira vez na história da humani dade, as pessoas i dosas
superarão as crianças com idade entre zero quatorze anos, correspondendo,
respectivamente, a 22,1% e 19,6%, segundo a World Health Organization (2002),
fenômeno esse aconteci do no final do sécul o passado, no ano 2000, em al guns
países desenvolvi dos como Alemanha, Japão e Espanha, conforme dados da
organização das Nações Unidas (2003).
O Brasil é um país que envelhece a passos largos. No iní cio do século
XX, um brasileiro vi via em média 33 anos, ao passo que hoje sua expectati va de
vi da ao nascer constitui 68 anos (Veras, 2003). Esse autor ressalta também que,
em nosso paí s, o número de idosos passou dos doi s milhões, em 1950, para seis
mi lhões em 1975 e, para 15,4 milhões, em 2002, significando um aumento de
700%. Estima-se, ainda, para 2020, que esta população al cance os 32 mi lhões.
Cabe destacar que, em todo o mundo, a popul ação idosa está
envelhecendo, intensi ficando a heterogeneidade dentro do própri o grupo etário.
Conforme Camarano (2002), as proporções da população “mai s idosa”, ou seja, a
de oitenta anos e mais, no total da popul ação brasileira, está aumentando em ritmo
bastante acelerado, embora ainda represente um contingente pequeno. De 166 mil
pessoas em 1940, o segmento “mais i doso” passou para quase 1,9 mil hões em
2000.
Tal mudança demográfica se deve a vários fatores: o controle de muitas doenças
infecto-contagiosas e potencialmente fatai s, sobretudo a partir da descoberta dos
antibi óticos, dos imunobiol ógi cos e das políticas de vacinação em massa;
diminuição das taxas de fecundidade; queda da mortalidade infantil, graças à
ampl iação de redes de abasteci mento de água e esgoto e da cobertura da atenção
básica à saúde; acel erada urbani zação e mudanças nos processos produtivos, de
organização do trabal ho e da vida (Minayo, 2000).
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No contexto do envel hecimento populacional, inúmeros fatores se interrelacionam. Entre eles, os de maior relevância são aqueles ligados à previ dência
social e à saúde os quais constituem desafios para o Estado, setores produtivos e
famíli as. Levando em conta as i mplicações do envelhecimento para a soci edade, o
Banco Mundial , em 1994, afirma, através de um documento, que a crescente
expectati va de vi da nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil , estava
provocando a “crise da vel hice”, traduzida por uma pressão nos sistemas de
previdência soci al a ponto de pôr em risco não somente a segurança econômica dos
idosos, mas também o próprio desenvolvi mento desses paí ses (Simões, 1997). Nas
sociedades i ndustri ali zadas, Giddens (1999) ressalta que o envelhecimento constitui
um grande problema por causa da bomba-rel ógio da aposentadoria.
Corroborando essa assertiva, Veras (2003) destaca que, entre 1999 e
2050, o coefi ci ente entre a popul ação ativa e inati va, isto é, o número de pessoas
entre quinze e 64 anos de i dade por cada pessoa de 65 anos ou mai s diminuirá em
menos da metade nas regiões desenvol vidas e em uma fração ainda menor nas
menos desenvolvidas. Assi m sendo, uma nova reforma da previdência, nas
próximas décadas, será recolocada em pauta, e novos embates virão.
Cabe ressaltar que a aposentadori a, apesar de ter como proposi ção a
garantia de direitos e de inclusão soci al do i doso na sociedade democrática
brasi lei ra, seus valores, do ponto de vista econômico, não permi tem o atendimento
satisfatório das suas necessidades de sobrevivência, especialmente dos mais
pobres que evi denciam um envelhecimento, no geral, patológico e com
incapaci dades associ adas, requerendo, portanto, maior demanda de recursos tanto
do seu si stema de apoio formal (Estado, sociedade civil) como do informal (famí lia).
Isto é reconheci do por Carvalho et al . (1998, p.28) ao discorrerem que “a
aposentadori
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