DISCURSO DO JÚRI SIMULADO DO JUNIOR SOBRE LEGALIZAÇÃO DA MACONHA

                            DISCURSO DO JÚRI SIMULADO

Senhores jurados, venho aqui mostrar o lado obscuro da legalização da maconha cujo os meus colegas da Defesa insistem em alegar apenas benefícios. O caso submetido à apreciação dos senhores é complexo e deve ser visto em sua amplitude. Como se já não bastasse todos os males causados pelo uso do álcool e do cigarro, buscam a legalização de mais um câncer social. De acordo com Karl Marx “Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência”, ou seja, muitos usuários alegam que seu uso isolado não afeta ninguém, mas como dito anteriormente a consciência do  homem é formada pelas relações no meio social e assim o usuário estará afetando negativamente seus familiares e toda a sociedade não usuária que sofrerá os impactos do aumento de sobrecarga no sistema de saúde, mesmo que para o usuário isso não seja verdade.

O discurso pro-legalista diz muito sobre livre arbítrio, mas temos que deixar claro que o bem esta social deve prevalecer ao individual, e como já dito por Platão no segundo momento da sua teoria da justiça, o homem nunca irá agir de forma ética naturalmente, dependendo então da existência de normas para o convívio social, mesmo que estas interfiram em sua liberdade individual.

Os valores tradicionais brasileiros foram no inicio do período colonial e segue uma forma de organização especifica, senhores  jurados como vai ser possível trabalhadores e pais de família que em sua educação foram ensinados que drogas são substancias que degradam o ser humano aceitarem e conseguirem conviver com essas drogas no seu dia-a-dia dentro da sua casa ? Como vai ser possível controlar mais uma droga no país no qual a não adaptação dos brasileiros a vícios é um fator imerso na cultura brasileira, que tem como provas várias campanhas contra o álcool e o craque.

Notoriamente, a intenção do Brasil em legalizar a maconha é apenas no aspecto econômico para que tenha um aumento na arrecadação de impostos, essa medida é falha assim como foi falha com o álcool e o cigarro cujos impostos cobrados em cima dos produtos são exorbitantes e o lucro não foi reinvestido em melhoras de infraestrutura pública.

Temos hoje em nosso país a carga tributaria mais alta do mundo, e vemos isso com clareza ao analisarmos a taxação cobrada em cima de drogas já lícitas, a receita federal anuncia que a taxação em cima do cigarro esta em 81%. Convido os senhores, a imaginar comigo uma realidade pouco pensada sobre o tema deste júri, os impostos em cima da maconha seriam exorbitantes, devido a ganancia estatal por mais arrecadações que não levam a nenhuma mudança significativa nos órgãos de fiscalização ou de saúde publica. Vemos diariamente como os impostos interferem diretamente no preço final de qualquer produto, devido a forte influencia do estado sobre nossa economia interna, como já dito pelo mestre Edmundo Pereira Correia, “A intervenção do estado na economia pode dar-se de maneira direta quando ele exerce atividade econômica em sentido estrito. Pode atuar indiretamente regulando o mercado e coibindo abusos”. Pode-se imaginar então o preço pelo qual a maconha vai ser vendida, uma vez que o estado e a população não tem interesse banalizar o uso desta.