Etapas aposentadoria 2015
Por: Leonardo Olivato • 25/2/2016 • Artigo • 5.533 Palavras (23 Páginas) • 251 Visualizações
FACULDADE DO INTERIOR PAULISTA
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DIONE BRUNO GOMES
A PULVERIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS NO SETOR CANAVIEIRO: RISCOS DE CONTAMINAÇÃO E IMPACTOS SOBRE A SAÚDE DOS TRABALHADORES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Administração da Faculdade do Interior Paulista de Barra Bonita/SP, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Administrador.
Orientadora: Profa.Dra. Angela Cristina Ribeiro Caires
BARRA BONITA
2015
FACULDADE DO INTERIOR PAULISTA
ARTIGO ORIGINAL
(TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO)
A PULVERIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS NO SETOR CANAVIEIRO: RISCOS DE COMTAMINAÇÃO E IMPACTOS SOBRE A SAÚDE DOS TRABALHADORES
Aluno: Dione Bruno Gomes
Orientadora: Angela Cristina Ribeiro Caires
Doutora em Sociologia
Professora da Faculdade do Interior Paulista
1 INTRODUÇÃO
O uso de agrotóxicos na produção agrícola é um fenômeno que há bom tempo preocupa a sociedade de modo geral e o setor de saúde em particular.
No Brasil, o uso desses produtos está relacionado ao processo de modernização agrícola que ocorre no país, sobretudo, a partir do final dos anos 1950 e 1960 e também às políticas governamentais de incentivo.
Para ser mais preciso, é necessário anotar que no período de 1945 a 1985 ocorreu a modernização da agricultura nacional, impondo-se a utilização de insumos químicos (agrotóxicos). Com o intuito de propiciar melhoramento na produção agrícola, o governo brasileiro, em meados da década de 1960, aprova o Sistema Brasileiro de Crédito Rural (SNCR), programa que oferece fortalecimento financeiro aos agricultores, com o propósito de aumentar a produção agrícola através da utilização de máquinas no campo, com isso aumentando a aplicação de agrotóxicos e desencadeando, no Brasil, a chamada Revolução Verde (SILVA et al, 2005).
Com o crescimento da agricultura e aumento do uso de agrotóxicos aliado ao financiamento das atividades agrícolas, o mercado mundial, especialmente o setor ligado à produção de agrotóxicos, enxergou uma promissora oportunidade de investimento no país, o que fez crescer ainda mais o seu uso no território nacional e em diversas culturas, inclusive na cana-de-açúcar, que, aliás, é uma cultura que faz uso intenso desse produto.
Com o passar dos anos, o Brasil vem passando por várias mudanças no processo de produção. Vem se modernizando tecnologicamente, utilizando máquinas de aplicação de alta performance, com isso substituindo a mão de obra e cada vez mais introduzindo agrotóxicos no campo. Essa política permite inclusive o uso de agrotóxicos que em outros países são proibidos, além de criar um conjunto de normas que reduzem a cobrança de impostos sobre esses produtos. Consequentemente o que se vê é o aumento do consumo de agrotóxicos pelos produtores rurais, crescendo ainda mais a incidência de problemas de saúde relacionados ao seu uso, sendo esses problemas: intoxicação, irritação de pele e olhos, sem contar o impacto no meio ambiente (ABREU, 2014; ALONZO, 2014).
O uso de agrotóxicos, como muitos estudos têm demonstrado, traz muitas consequências para quem os manipula diretamente e para a sociedade como um todo, o que tem exigido do governo medidas que regulem o uso desses produtos.
Preocupado com a saúde dos trabalhadores, o Ministério do Trabalho e Emprego também criou, em 2005, a norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho, a NR nº31, que fiscaliza as organizações e o ambiente de trabalho e deixa claro os procedimentos e exigências em relação ao agrotóxico na agricultura, tanto para o empregador como para o empregado, prevendo, inclusive, punição para aqueles que não seguirem essas normas ou fizerem uso irregular de agrotóxicos.
Diante deste quadro, a presente pesquisa propôs a seguinte problemática: A pulverização de agrotóxicos em trabalhos mecanizados no setor canavieiro representa um fator de adoecimento dos trabalhadores? Como é possível diminuir os riscos de contaminação, assegurando uma melhor saúde aos trabalhadores?
Meu interesse pelo tema surgiu pelo fato de trabalhar diretamente com o manuseio e transporte de agrotóxicos no setor canavieiro na região de Barra Bonita, município do interior do estado de São Paulo. Minha proposta foi refletir sobre o tema de maneira mais sistemática, inclusive vislumbrando a possibilidade de entender a minha própria realidade neste contexto, bem como a realidade vivida por outros trabalhadores.
Entendendo que o tema é bastante complexo, este trabalho teve como intuito conhecer a realidade em uma região específica, de forma sistemática e com o objetivo de propor medidas preventivas que possam contribuir para amenizar possíveis riscos e danos à saúde dos trabalhadores que trabalham diretamente com os produtos.
Assim, como objetivo geral o trabalho procurou conhecer a realidade investigada, refletir sobre a forma como o trabalho de pulverização de agrotóxicos é realizado nos trabalhos mecanizados do setor canavieiro, buscando identificar riscos de contaminação e adoecimento e, partir daí, elaborar um diagnóstico que permita propor medidas preventivas que contribuam para diminuir ao máximo os riscos para a saúde do trabalhador.
Como objetivos específicos o trabalho procurou descrever a forma como a pulverização de agrotóxicos ocorre nos trabalhos mecanizados da cana-de-açúcar em uma região determinada, com vistas a levar à reflexão acerca da importância do uso de EPIs adequados em todas as etapas do processo de trabalho (armazenamento, transporte e aplicação), bem como orientar sobre os cuidados que devem ser tomados no momento da retirada dos mesmos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/REVISÃO DA LITERATURA
O uso de agrotóxicos, como já anotado, tem sido frequente e maciço na agricultura brasileira, inclusive na agricultura da cana-de-açúcar. Essa prática que não é recente, e como apontam alguns estudos, tem início no final dos anos 1940, persiste nos anos 1950 e ganha impulso ainda maior a partir de 1960, quando o campo brasileiro assiste a um intenso processo de modernização com a implantação de novas tecnologias para a promoção da chamada Revolução Verde. Com isso aumentou a produtividade em quase todas as culturas agrícolas do país, e a cana-de-açúcar não ficou para trás.
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