FICHAMENTO DE PENAL IV
Por: EmanuelleSBH • 24/10/2017 • Projeto de pesquisa • 6.265 Palavras (26 Páginas) • 298 Visualizações
MURARO, Rose Marie. A mulher no terceiro milênio: uma história da mulher através dos tempos e suas perspectivas para o futuro. Rio de Janeiro, 4ª ed. Record: Rosa dos Tempos, 1995. P 9 – 143. | |
PÁGINA 9/12 | PRIMIRA PARTE NO PRINCÍPIO ERA A MÃE
“No começo era a mae.[...] Ao contrario do pensamento convencional de queos bandos animais se reúnem em torno de um macho dominante que escraviza os outros e se apropria das femeas, O que aparece hoje é que estes grupos são matricêntricos E matrilocais, isto é, vamos seguindo ali a sua linhagem feminina, mas nem os animais nem os próto-humanos são matriarcais, pois não são em geral os governados pelas fêmeas. Aliás, provavelmente, nunca deve ter existido uma organização social matriarcal, seja ela animal, humana o próto-humana. Porque matriarcal, por analogia a patriarcal , Avenida social que vem depois, seria uma sociedade governada por mulheres da mesma maneira que os homens governo as nossas sociedades atuais, Isto é de maneira autoritária, de cima para baixo, o chefe determinando o comportamento e o modo de pensar dos outros elementos do grupo." "A sociedades matricêntricas e matrilocais[...] apresenta entre seus membros relações não estão cerradas quanto nas sociedades patriarcais." "A natureza Matricentricas das sociedades animais não interessou os antropólogos até muito recentemente. Apesar da clara evidência do contrário, gerações e gerações de cientistas homens acreditaram que o macho dominasse em todas as sociedades animais.[...] Entre os insetos, os nossos familiares mosquito também são matrifocais: quem pica não é o macho mas a fêmea, que necessita de sangue para fazer crescer os ovos." "O matricentrismo é essencial entre os animais de maior porte, porque eu seus filhos nascem indefesos. Se não houvesse a relação o mãe/filho muito íntima, os filhotes morreriam.[...] as fêmeas, mães, irmãs, tias, viver a vida inteira em conjunto, exercendo uma extraordinária cooperação e altruísmo. Os carnívoros são animais solitários, mas, qualquer que seja o tipo de grupo entre eles, são matricentricos. As fêmeas é que controlam e defendem seus territórios, legam-nos a suas filhas quando morre ou decidem se afastar do grupo para formar outro." "[...] em quase todas as sociedades animais, as fêmeas são os residentes permanentes, e os mais são móveis. E por causa da posição central das fêmeas na maioria dos grupos animais, talvez se possa concluir que esta dominância se traduz dominação. Não é assim, no entanto: dominância é diferente de dominação. Dominância ou predominância é a capacidade inata ou adquirida de um membro de um grupo de sobressair, seja por sua personalidade, beleza, capacidade reprodutora, como é o nosso caso, mas não inclui a repressão e a correção da vontade dos outros membros do grupo, como no caso da dominação." "muitos acreditam ainda que os machos são mais agressivos do que as fêmeas, de maior tamanho e força, e que, por isso mesmo, inevitavelmente os machos coagem as fêmeas. Nem sempre com todo isso é verdade, e, mesmo que haja diferença de tamanho entre os sexos, não quer dizer que o macho maior oprime a fêmea menor. Isso acontece por exemplo em quase todas as espécies que apresentam acasalamento transitório, com a maior parte dos ungulados e primatas." "existem espécies monomorfas, isto é, em que o tamanho das fêmeas e dois machos é o mesmo, e em que os mais defendeu território contra outras marcas e a fêmea contra outras fêmeas. Nessas espécies, não a dominância, de um ou outro sexo e, muitas vezes em brigas, a fêmea pode até dominar o macho, ou aconteceu contrário." "[...]as fêmeas da maioria das espécies são mais ferozes ao defender os seus filhotes, em quantos, mas são mais ferozes defendendo um território, mas isso varia de espécie para espécie." "O estupro é extremamente raro no mundo animal." |
PÁGINA 22/ 27 | 2. OS HOMINÍDEOS ERAM PACIFICOS “Como os chipanzés, os hominídeos eram altruístas, e as mães passavam a maior parte de suas vidas alimentando, cuidando e educando seus filhos. O laço mãe/filhos devia ser ainda mais forte que entre os chipanzés ou gorilas, pois os bebes humanos custam a se desenvolver mais do que os bebes macacos. Assim, para a sobrevivência da espécie, era importante que todas as fêmeas aprendessem a cuidar das crianças e os membros de ambos os sexos a repartir os frutos da coleta ou da caça [...]”. “[...], ao contrario do que pensavam Lévi-Strauss e Freud (horda primitiva), o núcleo das primeiras sociedades humanas deve ter sido um conjunto de mães com seus filhos, acompanhadas de outras mães, seus irmãos e outros machos que se agregassem ao grupo. Para Lévi-Strauss, desde o ínício da espécie as mulheres eram trocadas pelos homens entre si, na busca de mais alimento, mais território, ou melhor, segurança. [...] ao estudarmos mais detidamente alguns grupos, não era o homem o elemento fixo e, sim, a mulher. Como provou Meillassoux, quem circulava era o homem.[...]” “W.C. Mc Grew, em artigo no livro Gatherer, acredita que a menopausa tenha sido desenvolvida para evitar que as mulheres dessem à luz filhos muito próximas da idade de morrer, uma vez que os bebes humanos ficavam muito tempo dependentes da proteção materna. Por outro lado, teoriza-se que a perda do cio nas fêmeas humanas tenha sido a origem de famílias mais estáveis, uma vez que a mulher já não procriava mais sazonalmente, e, sim, em qualquer época do ano. Estas famílias mais estáveis devem ter sido matrilocais. A patrilocalidade e o patriarcado devem ter entre suas causas a descoberta do papel do homem na reprodução[...].” “[...] Os instrumentos achados durante o Pleistoceno Inferior não passavam de machados de pedra lascada ou simples seixos rolados. [...] úteis para cortar e processar vegetais, mas não para caçar animais de grande porte. Por isso, pouco a pouco, os caninos [...], foram diminuindo de tamanho na espécie humana[...].” “O passo seguinte foi a descoberta do fogo[...]. Os projeteis só aparecem a partir do Pleistoceno Médio [...]. [...] os seres humanos se tornaram caçadores cerca de um milhão e meio a dois milhões de anos[...]. Assim, a adaptação básica e universal foi coleta e não caça, e a pratica da coleta permaneceu até muito depois de ter se iniciado o período de caça.” “[...] A caça mudou a nossa relação com a natureza e com os outros animais, entre sexos e conosco mesmos. Aí se iniciam as relações de competição e violência.” “Faltava apenas um degrau para ser ultrapassado rumo a plena humanidade: a capacidade de abstração que daria origem à fala.[...], a hipótese de que a linguagem teria se desenvolvido a partir da necessidade da comunicação entre os machos caçadores não parece valida, e, sim aquela que diz que ela se originou da comunicação entre mães e filhos pequenos.” “[...] As primeiras formas de humanidade, em vez de terem sido selvagens e cruéis, hordas de machos rebeldes contra um pai tirano e violadores de mulheres, que trocavam estas mesmas mulheres entre si como mercadorias, não passavam de fruto imaginário patriarcal. Este tipo de sociedade primitiva provavelmente nunca existiu”. |
PÁGINA 28/31 | 3. O HOMO SAPIENS, O GUERREIRO “Não há consenso sobre a época em que o homem como o conhecemos hoje apareceu sobre este planeta. [...]”. “[...] a paternidade era desconhecida nos primeiros tempos. Portanto, os primeiros grupos de seres humanos foram matrilocais e matrilineares. [...] As crianças ficavam com as mães, ou, no caso da morte delas, com as outras mulheres da família”. “Em geral, não parece ter havido chefe ou lideres, mas sim rodízio de poder. Se houvesse conflito entre dois grupos do mesmo clã, um deles se retirava para formar outro grupo ou juntar-se a outro já existente. Esta organização político-social primitiva nada mais é do que a verdadeira anarquia[...]. Ainda hoje muitas sociedades primitivas vivem desta maneira.” “[...] havia uma divisão sexual de trabalho, mas, na maioria das vezes, ela tendia a ser arbitraria. Em algumas sociedades, as mulheres faziam cerâmicas e os homens pescavam; em outras, [...] o contrario. Em outras [...] era bastante rígida. [...] Nessas sociedades casar é um fato de vida ou morte, pois um homem prefere morrer a fazer trabalho de mulher e vice-versa. Em outras não.” “[...] nas sociedades avançadas, [...] as mulheres não só trabalham fora como dentro de casa, cumprindo dupla jornada de trabalho que nunca existiu para o sexo masculino. É possível, assim, que a divisão sexual de trabalho tenha começado porque os homens queriam uma definição de suas funções como as mulheres tinham a sua, através da maternidade.” “[...] as tarefas femininas [...] possuíam mais valor do que as masculinas; porém no mundo patriarcal, a situação se inverte[...]”.
“Em quase todas as sociedades, as mulheres sempre trabalharam mais do que os homens [...]”. “[...] as mulheres que descobriram a arte de plantar grãos férteis que eram colhidos sazonalmente e começaram a plantá-los com as próprias mãos [...]. E foi assim que as mulheres se tornaram as primeiras horticultoras.” “[...] horticultura era principalmente efetuada pelas mulheres com instrumentos manuais primitivos, e a agricultura, que só apareceu muito mais tarde, dependia de maquinas pesadas me era feita basicamente por homens.” |
PÁGINA 32/37 | 4. OS VESTÍGIOS DO PASSADO “A Arte” “Existem,[...], objetos e jóias de metal datando de eras longínquas[...]. Analisando-se estas peças, bem como esculturas em cerâmica da mesma época, vê-se que o maior número delas representa femininas. [...] São todas estatuas da Grande mãe, ou da Deus mãe, figura da Mãe Terra[...].
“Os Mitos” “Uma infinidade de mitos no mundo inteiro descreve épocas em que as mulheres estavam mais próximas do sagrado do que os homens. Pouco a pouco, estes mitos foram sendo substituídos por outros em que os homens iam tomando o poder. Josep Campbell, mitólogo americano, divide seu estudo sobre os mitos primitivos ocidentais no livro The Masks of God: Ocidental Mythology em quatro etapas: na primeira, o mundo é criado por uma deusa sem auxilio de ninguém; na segunda, esta deusa é associada a um consorte; na terceira, um deus macho cria o mundo sobre o corpo de uma deusa, e, em ultimo lugar, um deus masculino, cria o mundo sozinho”. |
PÁGINA 38/50 | 5.COLETORES E CAÇADORES NO MUNDO ATUAL “[...] o que se pode dizer destes trabalhos é que em todas essas culturas o traço dominante era que as mulheres davam à luz e cuidavam dos bebês e em muitas, mas não em todas[...]. Em nenhuma delas as mulheres governam os homens, mas em muitas o seu status é igual ao do homem.[...] Nessas sociedades, é rara a guerra, e em todas, com maior ou menor nitidez, há uma divisão sexual de trabalho.Também em qase todas elas o que o homem produz é mais valorizado do que o produto da mulher[...] “[...] as sociedades matrilineares eram menos competitivas em relação a terra e seus frutos, enquanto as patrilineares eram mais agressivas e competitivas, dentro e fora do grupo. Nas sociedades patrilineares , os indivíduos competem entre si, e a sociedade como um todo compete com as outras.” “[...] as sociedades matrilineares tendem a ser sexualmente e socialmente mais igualitárias do que as patrilineares.” “[...] aos coletores/caçadores, em primeiro lugar a divisão de alimentos entre o grupo é altamente cooperativa.[...] Richard Lee descreve um bosquímano voltando da caça ao fim do dia. Este dividia a sua caça com todas as famílias, mesmo as que não tinham participado da caça.[...] Assim, a reciprocidade encoraja a sobrevivência.” “[...] A centralidade é obtida pelos méritos pessoais, e o líder não tem poder de coerção. Ele ou ela pode apenas persuadir, seduzir ou “chamar à ordem” para que as pessoas obedeçam. “Homens e mulheres coletam, homens caçam” “[...]Neste contexto, cada um pode sustentar-se independentemente dos outros, e por isto, os dois gêneros são altamente independentes quanto ao suprimento de alimentos, mas as mulheres ainda dependem dos homens para comerem carne.[...] Assim, [...] a estratificação sexual é muito pequena, e os casamentos[...] não são tão importantes para a sobrevivência individual[...]; por isso, são feitos mais por atração sexual do que por necessidade.” “Homens e mulheres coletam e caçam coletivamente” “[...] torna os gêneros profundamente igualitários e interdependentes [...]; é uma interdependência cooperativa.[...] a cooperação ds gêneros é essencial para a sobrevivência física de ambos.” “Homens caçam e mulheres coletam” “Este tipo de trabalho supõe uma complementaridade e uma interdependência entre ambos os gêneros. [...] a caça é em geral mais valorizada[...]. “Homens caçam e mulheres processam o produto da caça” “[...] acontece em regiões desérticas, ou semidesérticas onde não há vegetação, ao menos em boa parte do ano [...]. [...] Nesta sociedade, os homens dominam as mulheres, que são inteiramente dependentes deles para seu alimento. Isto repercute em todo o cotidiano. [...] Embora haja desigualdade, o trabalho da mulher é essencial à sobrevivência do grupo; nesta sociedade, no entanto já há sinas de agressão contra as mulheres, como espancamento, estupro e rapto de jovens solteiras para um casamento. [...]” “Mulheres coletam e caçam, homens caçam e pescam” “[...] é mais complicado que os outros[...]. Nesta cultura, as mulheres são responsáveis pelo suprimento dos alimentos que vêm da terra, como vegetais e animais, e os homens que vêm da água e do ar, como peixes e aves. Os animais da terra não são tão perigosos como os crocodilos e outros répteis que os homens perseguem na água.[...] a monogamia seja regra par a grande maioria dos coletores e caçadores[...]. Os homens em geral são polígamos, e as mulheres adotam a monogamia serial.[...]” “[...] enquanto os homens são polígamos e na juventude lutam muito para conseguir a mulher, começando por uma mais velha, as mulheres começam sua monogamia serial com um homem muito mais velho e terminam com outro muito jovem.[...] nesta cultura, a mulher tem também seus meios de conseguir prestigio, que nunca são iguais aos do homem mas, apesar disto, a desigualdade entre os dois gêneros é bem menor do que na nossa civilização ocidental tecnologicamente avançada.” |
PÁGINA 51/58 | 6. OS HORTICULTORES HOJE “As sociedades horticultoras simples estão no limiar das sociedades agrárias mais adiantadas [...]. Plantam com instrumentos simples e com métodos primitivos. A contrario do arado, estes não permitem revirar o solo em profundidade. Estes povos são por isso ainda seminômades, pois, uma vez esgotada a terra, esta pode ser abandonada em alguns anos e retomada pela floresta.” “As sociedades horticultoras mais avançada já conhecem a fundição dos metais e, portanto, podem cultivar o solo com pás, picareta e enxadas, revolvendo a terra com maior profundidade e aumentando assim a sua fertilidade, mas ainda não são sociedades agrárias [...]. [...] são maiores e mas densas que os grupos de caça ou de coleta, apresentando estrutura políticas e econômicas também avançadas[...].Os alimentos e a terra são bem comuns, e não existem disparidades de poder e riqueza. [...] A posição de prestigio [...] não é hereditária. [...] Já nas sociedades horticultoras mais avançadas, há um embrião de hereditariedade e um começo de trabalho escravo. [...] Tanto nas sociedades horticultoras simples como nas avançadas, o trabalho de limpar a terra é alocado aos homens[...].[...] Quando as mulheres dominam o processo de plantio, em geral elas também comercializam o produto do seu trabalho[...]. |
PÁGINA 59/69 | SEGUNDA PARTE ...E O VERBO VEIO MUITO DEPOIS 7. O PATRIARCADO “No principio era a mãe. O verbo veio muito depois e iniciou uma nova era: o patriarcado. [...] Os machos não são dominadores por natureza, [...], da mesma maneira biológica que as fêmeas dão a luz. E é a palavra, o patriarcado que quer fazer da dominação masculina um fato “natural” e biológico. E o patriarcado é de tal modo hoje uma realidade bem-sucedida que muitos não conseguem pensar na organização da vida humana de maneira diferente da patriarcal, em que o macho domina de direito e de fato.” “Através da palavra, a maternidade pode ser vista como uma grande força, como as culturas ancestrais, ou então como vulnerabilidade, uma inferioridade [...].” “Quanto à origem do patriarcado, a partir do século XIX muitos pensadores levantaram várias teorias [...]. [...] afirmam que a divisão social do trabalho, que, por sua vez, levou à especialização. [...] levou ao aperfeiçoamento de tecnologias que deram origem aos excedentes (lucro) [...].” “[...] o patriarcado teve uma origem gradual e lenta. No começo, as sociedades possuíam laços fracos de dominação, e se criaram através de laços fortes entre mães e filhos, principalmente filhas, sendo os machos elementos periféricos e instáveis nos grupos.” “[...] os homens puderam abrir um grau de distancia entre os humanos e o meio ambiente como resultado de um crescente controle que foram descobrindo e exercendo sobre a natureza. [...] Quando se iniciaram as primeiras culturas e o controle sobre a natureza aumentou, a ansiedade também cresceu.” “Por outro lado, as sociedades patriarcais caracterizam-se por um profundo medo da mulher, concretizando nos fortes tabus referentes à menstruação, à nudez ou ao parto, o que leva a um acentuado antagonismo entre os dois gêneros. Com isso, estas sociedades controlam a reprodução e o trabalho das mulheres [...] Nas culturas patriarcais, as mulheres são associadas à sedução, à traição e ao levar o homem para caminhos que os conduzem à derrota e à morte.” “[...] O domínio público, da história, foi alocado ao principio masculino, enquanto o principio feminino, marginalizado, circunscreveu-se ao domínio da casa, do privado, da reprodução. E o feminino era associado a uma mediação entre o homem transcendente e a cultura imanente.” “[...] homem e mulher, assume o seu lugar no sistema patriarcal a partir do mais intimo de mesmo, sem saber que são ambos fabricados para serem o combustível o sistema, vivendo s papeis que este lhe destinou.” |
PÁGINA 70/74 | 8. O MITO PATRIARCAL: O GÊNESE “O mundo é criado por um deus único e todo-poderoso, onipotente e onipresente, que controla todos os seres humanos em todos os momentos de sua vida. E aqui entramos no mito judaico-cristão é o mito dos que crêem e dos que não crêem nele, dos antigos e dos modernos [...].” “Iavé cria sozinho o mundo em sete dias e depois cria o homem, E só depois, de uma costela sua, tira a primeira mulher. E foi esta mulher a causa de todos os males que sucederam ao homem. Depois da queda, ele teria que ganhar o pão com o suor de seu rosto, e ela, ser submissa ao marido e parir na dor. E ambos foram expulsos do Jardim do Éden.[...] primeiro havia um jardim em que o alimento era abundante e farto que era colhido sem trabalho.[...] O homem e a mulher eram iguais, e a natureza era integrada com eles. Quando ambos comem o fruto da árvore do conhecimento[...], eles começam a se afastar da natureza e a dominá-la.[...] Ao dominar a natureza, o homem vai também pouco a pouco dominando a mulher.” “[...] Poder que é agora controle, autoritarismo, centralização e que antes era o privilégio de melhor servir a comunidade.” “Portanto não é de se espantar que estes dois capítulos do Gênese venham também santificar as relações de poder a partir do inconsciente que agora irão governar homens e mulheres.” “[...] A dominação do homem pelo homem e do homem sobre a mulher, que são as duas características essenciais do patriarcado, acrescida da dominação do homem sobre a terra, já estão santificadas. São então santificadas todas as cisões:1) a cisão dentro do homem entre sexualidade e afeto[...];2) a cisão homem/homem[...];3) a cisão homem/mulher[...]; 4) a cisão homem natureza[...].” |
PÁGINA 75/78 | 9. AS SOCIEDADES PASTORIS “A sociedade pastoril é em geral definida como aquela que repousa economicamente sobre a criação de rebanhos, sejam eles de cabras bois, cavalos, ovelhas etc. Como as sociedades de coleta e horticultores simples, as sociedades pastoris são em parte nômades.[...] O pastoreio de ovelhas e cabras é menos pesado,mas o de bois e camelos requer força física, além de terem que ser continuamente vigiados[...]. [...] são maiores do que a de caça ou coleta, e também mais sujeitas a guerras. Seus sistemas sociopolíticos são mais centralizados e hierarquizados. [...] seus valores não são de generosidade e distribuição de alimentos, mas a necessidade de aumentar rebanhos e pensar no futuro, o que os faz de um extremo valor de herança e aos filhos.” “A divisão sexual de trabalho é baseada na supremacia masculina nas tarefas economicamente produtivas. [...] As famílias são patricêntricas, e os homens em geral tendem a controlar os rebanhos. [...] Nestas sociedades pastoris, as mulheres exibem um status melhor do que nas sociedades agrárias, em que elas nas participam nos negócios do domínio público. No decorrer da história, encontram-se muitos exemplos de rainhas guerreiras neste tipo de sociedade. [...] Mas, à medida que os países vão se sedentarizando, a mulher vai perdendo o seu status político e econômico e pouco a pouco vai sendo isolada no domínio do privado. [...] As mulheres são excluídas do domínio público, e os códigos de honra s estendem ao seu comportamento, com punições de morte para a perda da virgindade ou adultério [...]. Desde crianças, são educadas para uma extrema castidade e vergonha do corpo, e treinadas nos trabalhos domésticos, enquanto os meninos desde cedo, são adestrados para a iniciativa, a coragem, a virilidade, a guerra e a independência.” |
PÁGINA 79/84 | 10. AS SOCIEDADES AGRÁRIAS “[...] de nômades os povos passam a tornar-se sedentários e começam a cultivar a terra de novas formas.[...] ser sedentária supõe que a comunidade seja capaz de manter a terra fértil por longo tempo, a fim de colher seu fruto periodicamente. E assim surge a agricultura que emprega basicamente o arado, só tornando possível após a aprendizagem da fundição dos metais[...]. Desses processos, surgem as primeiras aldeias, as primeiras cidades, as cidades-estados e depois os grandes impérios da Antiguidade[...]. A revolução agrícola pe considerada o inicio da História.” “[...] as sociedades agrárias possuem também classes medias encarregadas das trocas dos excedentes do comercio. Embora de pouco prestígio, estas atividades produziam considerável riqueza. Uma classe de maior prestigio era aquela composta dos que serviam diretamente classe dominante.[...] As classes mais privilegiadas constituíam-se dos que governavam o Estado e comandavam as forças militares; eram fabulosamente ricos. Aao lado destas, colocava-se a classe sacerdotal[...]. São os sacerdotes os representantes de Deus ou dos deuses. Acima de todos vinha o rei, supremo e soberano por direito divino ou ele mesmo, nas sociedades mais antigas, a encarnação de um deus.” “As sociedades agrárias são muito mais complexas do que as que as antecederam. [...] Por ser Estado altamente centralizado, há sempre uma continua luta entre governantes e governados, bem como entre os diversos estados. [...] As religiões das sociedades agrárias refletem a situação social e econômica maior. São todas elas universalistas [...]: um deus masculino reina sobre todo o universo, e os que não seguem as suas leis têm que ser conquistados e escravizados.” “[...] Os casamentos nas sociedades agrárias são feitos por interesses de alianças entre setores da sociedade e as grandes famílias. Era através do casamento que a mulher, segregada apenas ao ambiente domestico, adquiria algum status. [...] Às meninas eram ensinadas a arte domestica e as de manipulação dos homens, e aos meninos, as profissões de seus pais, a iniciativa e a coragem. Assim, nas sociedades agrárias, a estratificação de classes vem juntamente com a estratificação dos sexos. A subordinação da mulher é maior nas sociedades agrárias do que em qualquer outra. [...] Além disso, nas sociedades agrárias, a sexualidade das mulheres era controlada, mas não a dos homens. [...] Aparecem então sob o patriarcado as mulheres privadas e as mulheres públicas.” |
PÁGINA 85/99 | 11. OS GRANDES IMPÉRIOS DA ANTIGUIDADE “Egito” “[...] acultura e a civilização egípcias eram matricêntricas e matrilineares.[...] ordenavam que os homens obedecessem às suas mulheres. Embora esta situação não tenha durado três ml anos[...]. [...] Nos primeiros tempos, o trono passava segundo a linha matrilinear, e , embora pareça ter havido estratificação de classes, os túmulos mais antigos mostram igualdade ente homens e mulheres [...]. Com o correr do tempo, no entanto, a condição da mulher foi diminuindo. Os faraós construíram para si túmulos que desafiaram os séculos, mas na família real eram irmão e irmã que reinavam juntos. Isto durou até o primeiro século a.C quando uma rainha; Cleópatra [...] veio a ameaçar a hegemonia do Império Romano[...]. [...] ela não usou sua beleza para seduzir os donos do mundo e obter o poder absoluto, mas foi uma guerreira.[...]” “Grécia” “ [...] sofreram forte influencia da cultura e civilização cretense minóica[...]. A civilização minóica era matrilinear e matrilocal. Pinturas e afrescos mostram mulheres dirigindo navios, comerciando, plantando, mulheres sacerdotisas etc. [...] pereceu instantaneamente por uma enorme erupção vulcânica e mais tarde foi invadida por um povo agressivo e militarista: os egeus, um povo grego da região de Micenas.[...] mesmo povo que invadiu Tróia em 1254 a.C. A figura de Helena de Tróia [...] foi considerada culpada pela invasão de Tróia e pela morte de milhares de homens, mas a guerra aconteceu porque os gregos queriam invador a Ásia menor. Helena nada mais era que uma mulher que transgrediu os padrões de sua época e foi capaz de viver plenamente o seu corpo e sua sexualidade.” “Os papeis sexuais enfatizaram o caráter guerreiro dos homens e o das mulheres como produtoras de guerreiros. [...] a esfera domestica era completamente separada da esfera pública. As mulheres eram usadas para solidificar alianças entre famílias mais poderosas.[...] era comum o infanticídio, principalmente de meninas. [...] As mulheres pobres e as escravas eram as únicas que podiam sair às ruas fora dos ritos sagrados e dos funerais, única ocasião em que era dado à mulher sair fora da casa. Na Grécia, a frigidez era institucionalizada[...] Já em Esparta a posição da mulher era bastante diferente. As meninas eram educadas junto com os meninos em atividades guerreiras.” “Quando a mulher cometia adultério, era rejeitada pela sociedade e punida severamente, perdendo seus direitos de cidadã[...]. N Atenas clássica [...]. As mulheres eram analfabetas e isoladas. O único tipo de mulheres a quem eram dadas educação e alta sofisticação eram as hetairas, as únicas mulheres não-esteriotipadas da sociedade grega[...]. Apesar da existência das hetairas, a sociedade grega era misógena e sexista.” “Os homens preferiam a companhia de outros homens [...]. Assim espalhava-se a homossexualidade. [...] O terceiro período da história grega, chamado de período helenístico [...]. A perda de poder paulatina de poder sobre suas mulheres e filhas. [...] neste período da história grega, elas foram conseguindo acesso ao domínio público.[...] As relações entre os dois gêneros tornam-se mais próximas[...] E, embora as mulheres ainda continuassem excluídas da plena cidadania, muitas conseguiam cargos e até controle de grandes fortunas e propriedades.” “Roma” “[...] se pensa que os etruscos, de quem se originaram os romanos, eram matrilineares e matrilocais. Suas mulheres eram sexualmente livres[...]. [...] Roma nunca foi governada por uma mulher, e não se tem memória de uma deusa-mãe originária. Desde o seu inicio, Roma envolveu-se em guerras internas e externas[...]. Antes das Guerras Púnicas, Roma era uma sociedade fortemente patriarcal.[...]. Nos primeiros tempos de sua história, Roma era uma sociedade agrária que gerava produtos apenas para a sua subsistência.[...] Todos os homens e mulheres estavam pesadamente envolvidos no trabalho produtivo. Os casamentos eram monogâmicos tanto para homens como para mulheres [...]. O adultério era punido muito severamente para as mulheres e menos duramente para os homens. A virgindade era altamente apreciada. Maridos e pais tinham o direito de matar filhas e mulheres não-castas.[...] Os filhos homens eventualmente podiam conseguir a independência econômica. As filhas, nunca. [...] o marido que a vigiava não tinha autoridade formal sobre ela.[...] A falta de reconhecimento da mulher como individuo refletia-se no fato de ela não ter nome próprio.[...] embora não fosse reconhecida como individuo, a mulher romana dos primeiros tempos não era reclusa. [...] quando começa o período republicano seguinte, muitas mulheres possuíam grande poder econômico e político.” “[...] O divórcio foi se tronando cada vez mais trivial. [...] É dessa época a lembrança de Messalina, mulher do imperador Claudio, considerada uma das mulheres mais devassas da história, que todas as noites ia entregar-se aos trabalhadores manuais no bairro portuário de Suburra. Mas que foi morta pelo marido não pela prostituição e, sim , porque ousou amar outro homem...” |
PÁGINA 100/106 | 12. A IDADE MÉDIA “ [...] as mulheres tinham menos isolamento que as romanas e as gregas, no principio da Idade Média elas se tornaram mais participantes do que nos séculos posteriores.[...] as mulheres estavam sob guarda dos pais, tendo que passar virgens para a guarda dos maridos. [...] a transgressão da virgindade como o adultério eram punidos com a morte, uma vez que a propriedade se transmitia através da linhagem, e esta não podia ser “impura”. [...] Nessa época, era comum o infanticídio de meninas[...]. [...] Os maridos podiam bater nas mulheres, e esperava-se que estas o agradecessem, mas não se esperava o mesmo dos maridos em relação às mulheres. [...] A dicotomia público/privado começou a emergir de novo no início da Idade Média. [...] o papel econômico das mulheres expandia-se ou se contraia com a presença ou ausência dos homens, e a ausência era mais comum.[...] A parti de meados do século X até fins d século XII, era muito difundido então usar o nome da família da mulher, e não do marido [...].[...] no começo, o cristianismo era matricentrico, mas aos poucos foi se tornando patriarcal “A alta Idade Média: o Feudalismo” “E à medida que o poder ia sendo deslocado do setor domestico dos castelos para o domínio público dos palácios, as mulheres iam perdendo o poder que ainda lhes restava[...]. [...] O costume do infanticídio feminino diminuiu. [...] as mulheres sem dote não podiam casar. [...] A Igreja, também centraliza-se sob a dominação masculina[...] . E quanto mais a virgem era exaltada, mais as mulheres comuns eram consideradas longe do ideal da mulher encarnado por ela[...]”. |
PÁGINA 107/115 | 13. A CAÇA ÀS BRUXAS “A partir do século XII, desapareceram as grandes mulheres da Igreja.[...] As mulheres passaram, pois, a não ter mais direito de freqüentar universidades e a ensinar. [...] Os doutores da Igreja e da Universidade uniram-se num grande movimento para desqualificae e penalizar as mulheres médicas.[...] o feudalismo foi sendo substituído por um sistema de governo mais centralizado e mais burocratizado[...].” “[...] a maioria das mulheres que curavam trabalhava gratuitamente ou por apenas o que as mantivesse vivas, não tentando fazer de sua profissão fonte de poder. [...] esse talento iria ser letal para elas.[...] A perseguição às cirurgiãs e curadoras tradicionais ia aumentando à medida que ia se solidificando o poder médico. Ao menos centenas de milhares de mulheres morreram em quatro séculos.[...] os historiadores e principalmente historiadoras se aplicam em resgatar a memória das bruxas. Sua destruição foi um dos maores genocídios da história da humanidade.[...] A sexualidade feminina cede e se submete à sexualidade masculina. A frigidez é a norma. Mulher orgástica a partir desta época até muito recentemente era ou prostituta ou tinha part com o demônio[...].” “É a partir da época da caça às bruxas que se fixam os papeis sexuais como os conhecemos até hoje, e o sistema econômico evolui para o mercantilismo e depois o sistema capitalista, sempre tenso sua base uma cultura patriarcal em que não há lugar o para mulher como elemento autônomo.” “Das pessoas executadas por bruxaria, cerca de 85% eram mulheres e, em sua quase totalidade, mulheres pobres. Muitas delas eram velhas e viúvas ou solteironas, isto é, mulheres que não possuíam homens para as protegerem, e cujos pedaços de terra ou os poucos bens eram cobiçados por vizinhos.” |
PÁGINA 116/126 | 14. A RENASCENÇA, A REFORMA E O CAPITALISMO “Uma nova maneira de ser, novas relações econômicas, políticas, sociais e cientificas, culturais e artísticas têm inicio a partir do século XVI.” “[...] quando aparece uma invenção que virá a ter enorme importância e chegará a mudar a própria estrutura da civilização ocidental: a máquina a vapor. [...] A revolução industrial foi preparada por este período do Renascimento [...].” “Para o catolicismo, o homem virtuoso era aquele que aceitava com resignação a pobreza, carregava a sua cruz e com isso conseguia o reino dos céus [...]. Ora, o protestantismo pregava justamente o oposto. Lutero afirmava que, para o individuo se salvar, bastaria apenas ter fé.[...] Tudo valia, desde que se tivesse fé.” “Além da nova ética religiosa, outro fator importantíssimo que preparou o advento do capitalismo foram as novas normas de comportamento fabricadas para as mulheres durante a Renascença. [...] Essa nova ideologia que formou a nova mulher da era industrial começou com a fabricação de várias características que a partir daí seriam principais da nova feminilidade: o culto da domesticidade, a fabricação da infância, a criação do amor materno, o pedestal feminino e, finalmente, a inauguração do amor romântico.[...] o feminino foi pouco a pouco sendo erradicado de seus quadros. Se as mulheres num primeiro momento ajudaram de maneira prática e significativa a revolução protestante e implantação de novas denominações pelo homens. Como sempre, as mulheres eram usadas em períodos difíceis e perigosos e depois marginalizadas.” |
PÁGINA 127/138 | 15. MULHERES E A INDUSTRIALIZAÇÃO “[...] As mulheres pobre sempre tiveram e têm até hoje uma dupla jornada, em casa e no trabalho.[...]” “[...] toda a Idade Média, foram elas que questionaram a condição da mulher, através da sua sexualidade e do seu saber, e foram maciçamente punidas, enquanto as mulheres ricas se dedicavam ao amor cortês, à submissão e às normas que se originavam dele. Durante o período da Renascença, continuaram as mulheres pobres a serem as grandes questionadoras [...].” “[...] eram comuns jornadas de quatorze a quinze horas diárias de trabalho de crianças e mulheres grávidas. Grandes conquistas foram a semana de seis dias e depois de cinco dias e meio, bem como a proibição de trabalho infantil. E depois a jornada de dez e , finalmente a de oito horas.” “[...] As estatísticas da época mostravam a tendência a receber comida em último lugar era a da mulher trabalhadora. As mulheres não só trabalhavam nas fábricas como também nas minas de carvão. [...] E havia muitas causas para esta mortalidade mais alta das mulheres: elas ganhavam muito menos do que os homens e trabalhavam mais.” “[...] O sistema industrial, que a principio deveria ser libertado de energia e de mai vida, torna-se o tipo de escravidão mais sofisticado que a humanidade conheceu, porque esta escravidão vinha de dentro para fora em cada um dos seus membros...” “[...] Marx, não consegue ver a especificidade da opressão da mulher, e nas poucas vezes em que se refere à maior miséria das operarias [...], culpa-as inconscientemente por seus maus princípios morais; ele não vê como elas têm menos chances de entrar no mercado de trabalho e, uma vez o conseguido, o fato de ganharem menos do que o homem as obrigava a sofrer maus vexames por parte dos patrões e dos companheiros de trabalho.” “Com o nascimento do primeiro feminismo, pouco a pouco a questão feminina vai tomando corpo. Não com o mesmo ímpeto das organizações operarias, porém com mais profundidade e com obstáculos muito maiores do que a classe trabalhador enfrentou como um todo[...]. O que elas reivindicavam era a supressão do patriarcado, muito maus antigo e mais profundo do que a sociedade de classes.” “O movimento sindical feminino foi incentivado e assistindo financeiramente pelas sufragistas de classe média. [...] Uma das greves mais impressionantes de mulheres foi a do Sindicato de Mulheres Trabalhadoras da Indústria Têxtil[...] mais de trinta mil jovens operarias fizeram piquetes durante treze semanas em pleno inverno. Embora seus ganhos imediatos tivessem sido pequenos, o movimento cresceu muito.” “A mais famosa das greves ocorreu em Chicago em 1912. Nela, mulheres conseguiram o pagamento de horas extras que ultrapassassem as cinqüenta e quatro horas semanais...” “No inicio dos anos vinte, porém uma espécie de revolução sexual acontece. As mulheres cortam os cabelos, levantam as saias, começam a pintar o rosto e a dançar jazz. Algumas amarras se desfazem. Elas não começam a procurar gratificação na vida sexual. Não é mais a mulher inorgástica que é o ideal, mas sim a mulher que é capaz d ter um orgasmo vaginal com seu marido.” “[...] Na década de vinte, depois da Primeira Guerra Mundial, volta uma onda conservadora, em que as reformas feministas não eram bem vistas. O culto da domesticidade ficava cada vez mais popular. [...] Mesmo a vivencia da sexualidade não abalou os pilares da estratificação sexual, nem a divisão sexual de trabalho. A emancipação sexual sem a libertação social da mulher não transformou nada, porque a dicotomia privado/ público não fora tocada.” |
PÁGINA 139/143 | 16. O NAZISMO E A MULHER “[...] o caso mais extremo de dominação da mulher no moderno mundo industrial.[...] os alemães eram também tradicionalmente autoritários e, portanto, patriarcais e misóginos.” “E Hitler confessou suas idéias pessoalmente a Goebbels: “O homem é o organizador da vida; a mulher é seu órgão para executar seus planos”. [...] Hitler argumentava que, entre raças inferiores, as mulheres poderão ser consideradas inferiores aos homens, mas entre arianos elas eram iguais, só que com papeis complementares. O papel da mulher seria casar-se e ter o maior número possível de filhos, pois só assim se multiplicaria o sangue ariano, permitindo a dominação do mundo. [...] No entanto, após ganhar as eleições com o voto das mulheres, dos camponeses e dos operários, tudo mudou.” “quando os nazistas atingiram o poder [...], anunciaram sua política em relação às mulheres:” Não há lugar para a mulher política na ideologia no Nacional socialismo [...]. As mulheres, porém continuaram a apoiar Hitler com uma fé fanática. Se a elas era alocada a responsabilidade da “purificação” da raça produzindo filhos arianos, aos homens era alocada a responsabilidade da “purificação” crua e simples, concreta, isto é, a eliminação física das raças inferiores [...]. ” “[...] Quando o país desmoronou, então, Hitler declarou as mulheres iguais aos homens. Ele as incentivou a entrar para o exercito, como enfermeiras, sabotadoras, espiãs, auxiliares de comunicação, mensageiras, embora não lhes fossem dados nem uniformes nem armas. E o final foi o que todos já sabemos.” |
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