Fichamento: SELL, Carlos Eduardo. “Ideologias políticas”. Introdução à Sociologia Política. Petrópolis:Vozes
Por: Giovanna Pereira • 14/11/2022 • Artigo • 870 Palavras (4 Páginas) • 224 Visualizações
Texto: SELL, Carlos Eduardo. “Ideologias políticas”. Introdução à Sociologia Política. Petrópolis: Vozes, 2006, pp. 51-78
No presente texto, o autor Carlos Eduardo Sell, afirma que o campo da política não se concentra apenas em relações de poder, mas como uma atividade que envolve valores e princípios, que quando compartilhados por indivíduos são chamados de “ideologias políticas”. Ao analisar o conceito de “ideologia” individualmente, conclui-se que se baseia em um conjunto de propostas ou projetos políticos, fundamentado em visões entre a sociedade e o Estado. (SELL, 2006, pp. 51)
As ideologias são dividas entre o sentido negativo que abrange falsas ideias e o sentido positivo que realmente condiciona um projeto político. Segundo Karl Max, a ideologia tem dois entendimentos: um “instrumentalista” (visões de mundo e da realidade fundamentadas pelas classes dominantes como forma de legitimar seu domínio e esconder a verdade) e outro “sistêmico” (sendo uma consequência da sociedade e não é enxergada pela população). Entretanto para Noberto Bobbio, na percepção positiva, a ideologia designa um conjunto de ideias e valores que obedecem a ordem pública, orientando os comportamentos sociais e reunindo os projetos (propostas) políticos, por outro lado, pode ser considerada como o interesse de grupos, movimentos ou partidos políticos que desejem agir na sociedade (Ibidem, pp. 52-53).
Na primeira modernidade existem três concepções acerca da relação entre sociedade e Estado que se destacam: o liberalismo, o socialismo e a social democracia. As ideologias possuem um ponto de contato e podem compartilhar trações em comum, até os extremos da esquerda e direita se identificam com o uso da violência como estratégia política, ambos são regimes totalitários que independem dos princípios que alegam defender. (SELL, 2006, pp. 54)
O liberalismo foi a ideologia predominante do mundo globalizado e da era pós-comunista, possuindo duas vertentes: a política (John Locke), que visa a superioridade do indivíduo perante o Estado, e a econômica (Adam Smith) cuja a ideia central é a defesa do princípio do livre mercado. Assim, observa-se que tanto o liberalismo político quanto o econômico pregam a ideia do “Estado mínimo”. (SELL, 2006, pp. 54-56)
John Locke tratou de se contrapor ao absolutismo, afirmando que o poder politíco nasce da vontade dos cidadãos e o Estado é somente criado para proteger suas liberdades fundamentais. Já Adam Smith defendia que o altruísmo vindo da essência cristã, não trazia benefícios na esfera econômica, e sim o egoísmo produzia efeitos desejáveis. Além de legitimar a divisão do trabalhado, explicando que não era fruto da sabedoria humana, mas da vontade do homem de trocar, poupar e ganhar. O liberalismo não oferece uma realidade digna para todos, portanto não é suficiente para manter uma cidadania bem ordenada. No âmbito da economia não há a interferência do Estado, não garante por si mesmo uma sociedade com uma distribuição igualitária e a justiça social não pode ser feita pelas forças cegas do mercado, trazendo assim, uma série de problemas e a desigualdade social. (SELL, 2006, pp. 58-63)
O socialismo foi uma força da esquerda e seu principal objetivo era a superação do capitalismo. Essa
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