Fichamento livro utpopia thomas moure
Por: bebela11 • 20/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.839 Palavras (12 Páginas) • 512 Visualizações
“Bem, é assim que o Sistema funciona, e é evidente que se trata de um procedimento bem mais conveniente e humano”. É implacável com o crime, mas salva a vida dos criminosos. Na verdade é tão pequeno o risco de que reincidam em suas práticas criminosas que em geral são vistos como os melhores guias para os viajantes que vão de uma região para outra. Como bem podem imaginar, esses escravos teriam muitas dificuldades para cometer crimes nas estradas. São proibidas armas, dinheiro em seu poder, pois seria crime. Qualquer tentativa de fuga seria denunciada por causa das suas roupas. Sempre existe, por, um risco teórico de que tramem alguma conspiração para derrubar o governo. Não vejo, pois seria preciso que aliciassem os escravos de outras províncias e os convencessem a se meterem com eles na mesma empreitada. Algo que conseguirão jamais realizar, e são proibidos de encontrar-se com os outros de falar com eles muito menos tramar conspirações em conjunto, é extremamente improvável que os outros escravos guardassem um segredo tão perigoso, tendo em vista que tanto poderiam beneficiar-se de uma traição, todo escravo tem esperanças de algum dia recuperar sua liberdade, aceitando sua pena com um espirito de paciência, obediência e imitindo um voto de boa conduta futura”.
“ Acrescentei, em seguida, não via razão pela qual semelhante sistema não fosse adotado na Inglaterra, mas o meu sábio amigo-isto é, o advogado balançou a cabeça em sinal de desaprovação, afirmando que tal sistema jamais poderia ser adotado na Inglaterra, sob o risco permanente dos mais terríveis problemas com um sorriso de desdém, nada mais disse, e todos os presentes foram unanimes em concordar com ele”.
“Em seguida, foi à vez do cardeal é muito difícil prever disse ele, se tal sistema funcionaria ou não a contento, a menos que, primeiro, o puséssemos em pratica”. Se os resultados fossem bons, estaria justificado que o sistema fosse para sempre adotado. A experiência não envolveria risco algum. Na verdade, acho que não envolveria risco algum. Na verdade, acho que não seria má ideia dispensar o mesmo tratamento aos vagabundos. Escravos fazendo leis contra eles ate o momento não surtiu o menor efeito.
“Partindo do cardeal, essas palavras foram suficientes para todos fossem favoráveis a uma ideia que, quando apresentei foram condescendentes elogiaram, a sugestão de aplicar o mesmo sistema à vadiagem”.
“Talvez eu devesse omitir a continuação de nossa conversa, que careceu por inteiro de seriedade, pois mesmo inútil, teve certa relação com o assunto em pauta. Quem persevera sempre alcança. Pois bem, alguém deu-lhe uma deixa ao afirmar que eu e o cardeal já havíamos resolvido o problema dos ladroes e vagabundos, e que só faltava pensar nas medidas a serem tomados”.
“O fato é que estou muito ansioso por ver esse tipo de gente longe de mim”. Já fui por demais incomodados por aquela choradeira com que vivem pedindo dinheiro assim não conseguirão um centavo. Com isso, aprenderão a não gastar seu folego comigo, pois já sabem que o que podem esperar de mim e o mesmo que poderia esperar de um padre minha proposta é que os mendigos sejam mandados para os mosteiros, onde os homens se tornam irmãos leigos e as mulheres se tornam freiras.
“O cardeal sorriu concordando os” demais, porem conservou serio o semblante, a única exceção foi um frade, que aparentemente tinha estudado teologia, gostou desse comentário sarcástico dirigindo aos padres e monges que resolveu fazer-se também de engraçado.
“Ah, mas não conseguireis livrar-vos dos mendigos tão facilmente assim, sem ele o que seria feito de nos, frades mendicantes”.
“Ora, mas isso já se acha perfeitamente resolvido, respondeu o parasita, o próprio Cardeal quem acabou de estipular as mais sabias palavras, para o controle e a proveitosa utilização de todos os vagabundos.
“Os olhares se voltaram para o Cardeal como não perceberam nenhum sinal de desaprovação, a estocada foi recebida com grande aplauso, foi então que o bobo começou a esmerar-se em suas ironias, pois se sentiu que havia terreno fértil para elas”.
“Não estou zangado, imbecil”. Gritou o frade e repito aqui exatamente o que ele disse.
“O Cardeal então sugeriu, que ele testasse se atalhar, mas o frade respondeu: na eminencia, os que zombavam do grande Eliseu quando ele subia para Betel foram punidos pelo zelo de um homem calvo. E ouso dizer que o mesmo há de acontecer com esse torpe e imundo idiota”.
“Os sentimentos que vos movem; disse o Cardeal, mas pergunto-me se o vosso comportamento seria bem mais sábio, pois quem discute com um idiota faz papel de tolo”.
“Pelo contrario senhor” disse o frade, estou mostrando a este homem o abismo sem fundo em que provavelmente vai ver-se lançado se não avaliar melhor as coisas que diz. Além do mais temos uma bula papal com a proibição expressa de que zombem de nós, e sabeis que o castigo previsto em caso de desobediência é a excomunhão.
“Ao perceber que a discussão jamais teria fim, o Cardeal fez um sinal ao bobo, mandando-o retirar-se, e deu nova rumo a conversa, se despediu, pois tinha de conceder uma audiência a algumas pessoas que dele precisavam”.
“Caro more, receio que uma historia assim tão longa vos tenha cansado. Embora pudesse abreviar, resolvi relata-la em detalhes para que eu pudesse vos dar uma ideia da maneira como pensam essas pessoas, então o Cardeal deu a impressão de estar de acordo comigo e então, como um passe de magica, todos mudaram de opinião. Imagine, a partir desse fato, o quanto um homem como eu teria os seus conselhos ouvidos e respeitados na corte”.
“Da minha parte caro Rafael ouvi com muito prazer cada uma de vossas palavras”. Vosso relato levou-me de volta não apenas a Inglaterra, mas também a minha infância na casa do Cardeal que me criou. Mesmo assim, continuo achando que, se pudesses superar a aversão pela corte vossos conselhos seriam de enorme utilidade para o publico. São de vosso conhecimento as palavras de Platão, a sociedade nunca será feliz enquanto os filósofos não forem reis, e estes não forem filósofos. Imaginai quão infinitamente distante esta de nos a felicidade seus filósofos nem mesmo se dispõem a dar seus conselhos aos reis.
“Replicou Rafael”, os filósofos não são maus como pensais, muito deles já o fizeram nas obras que replicaram desde que os detentores do poder se dispusessem a ouvi-los, os reis desde a infância já se acham impregnados de ideias por demais equivocadas para que levem em consideração os conselhos dos filósofos. O que imaginais que aconteceria se eu começasse a sugerir a um rei a criação
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