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Fichamento Livro Leivatã - Thomas Hobbes

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Por:   •  1/7/2013  •  10.420 Palavras (42 Páginas)  •  2.008 Visualizações

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Da Sensação (pp. 19 – 20). Primeiro Capítulo.

HOBBES, Thomas. Leviatã. Tradução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da

Silva. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

“No que se refere aos pensamentos do homem, considerá-los-ei primeiro isoladamente, e depois em cadeia, ou dependentes uns dos outros. Isoladamente, cada um deles é uma representação ou aparência de alguma qualidade, ou outro acidente de um corpo exterior a nós, o que comumente se chama um objeto [...]”.

(P – 19)

“A origem de todas elas é aquilo que denominamos sensação (pois não há nenhuma concepção no espírito do homem, que primeiro não tenha sido originado, total ou parcialmente, nos órgãos dos sentidos). O resto deriva daquela origem.” (P – 19)

“A causa da sensação é o corpo exterior, ou objeto, que pressiona o órgão próprio de cada sentido, ou de forma imediata, como no gosto e tato, ou de forma mediata, como na vista, no ouvido, e no cheiro; a qual pressão, pela mediação dos nervos, e outras cordas e membranas do corpo, prolongada para dentro em direção ao cérebro e coração, causa ali uma resistência, ou contrapressão, ou esforço do coração, para se transmitir; cujo esforço, porque para fora, parece ser de algum modo exterior. Esta aparência ou ilusão é que os homens chamam de sensação; Consiste no que se refere à visão, numa luz ou cor figurada; em relação aos ouvidos, num som; em relação ao olfato, num cheiro, em relação a língua e paladar, num sabor; e em relação ao resto do corpo, em frio, calor, dureza, maciez e outras sensações tanto quantas discernimos pelo sentir.” (P – 19/20)

“A sensação nada mais é do que ilusão originária, causada pela pressão, isto é, pelo movimento das coisas exteriores aos nossos olhos, ouvidos e outros órgãos a isso determinados.” (P – 20)

Da Imaginação (pp. 21 – 25). Segundo Capítulo.

HOBBES, Thomas. Leviatã. Tradução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da

Silva. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

“Nenhum homem duvida da verdade da seguinte afirmação: quando uma coisa está imóvel, permanecerá imóvel para sempre, a menos que algo a agite. Mas não é tão fácil aceitar esta outra, que quando uma coisa está em movimento, permanecerá eternamente em movimento, a menos que algo a pare, muito embora a razão seja a mesma, a saber, que nada pode mudar por si só. Porque os homens avaliam, não apenas os outros homens, mas todas as outras coisas, por si mesmos, e, porque depois do movimento se acham sujeitos à dor e ao cansaço, pensam que todo o resto se cansa do movimento e procura naturalmente o repouso, sem meditarem se não consiste em qualquer outro movimento esse desejo de repouso que encontram

em si próprios [...] A imaginação nada mais é portanto senão uma sensação diminuída,

e encontra-se nos homens, tal como em muitos outros seres vivos, quer estejam adormecidos, quer estejam despertos.” (P – 21)

“A diminuição da sensação nos homens acordados não é a diminuição do movimento feito na sensação, mas seu obscurecimento, um pouco à maneira como a luz do sol obscurece a luz das estrelas, as quais nem por isso deixam de exercer a virtude pela qual são visíveis durante o dia menos do que à noite. Mas porque, entre as muitas impressões que os nossos olhos, ouvidos e outros órgão recebem dos corpos exteriores, só é sensível a impressão predominante, assim também, sendo a luz do sol predominante, não somos afetados pela ação das estrelas. E quando qualquer objeto e afastado dos nossos olhos, muito embora permaneça a impressão que fez em nós, outros objetos mais presentes sucedem-se e atuam em nós, e a imaginação do passado fica obscurecida e enfraquecida [...] denomina-se imaginação, como já disse anteriormente; mas, quando queremos exprimir a diminuição e significar que a sensação é evanescente, antiga e passada, denomina-se memória. Assim a imaginação e a memória são uma e a mesma coisa, que, por razões várias, tem nomes diferentes.”

(P – 21/22)

“O acúmulo de memória ou memória de muitas coisas chama-se experiência. A imaginação diz respeito apenas àquelas coisas que foram anteriormente percebidas pela sensação, de uma só vez, ou por parte, em varias vezes. A primeira [...] é a imaginação simples, como quando imaginamos um homem ou um cavalo que vimos antes; a outra é composta no caso de parti-la da visão de um homem num determinado momento, e de um cavalo em outro momento, concebemos, no nosso espírito um centauro.” (P – 22)

“As imaginações daqueles que se encontram adormecidos denominam-se sonhos. E também estas (tal como as outras imaginações) estiveram anteriormente, ou em sua totalidade ou parcialmente, na sensação. Como na sensação o cérebro e os nervos que constituem os órgãos necessários desta sensibilidade estão de tais modos entorpecidos, facilmente são agitados pela ação dos objetos externo, não podendo haver no sono qualquer imaginação ou sonho que não provenha de agitação das partes internas do corpo. Estas partes internas, pela conexão que têm com o cérebro e outros órgãos, quando estão agitadas mantêm os mesmos em movimento [...] contento-me com saber que, estando desperto não sonho, muito embora quando sonho me julgue acordado.” (P – 23)

“Os sonhos são causados pela perturbação de algumas das partes internas do corpo, perturbações diversas têm de causar sonhos diversos [...] em suma, os sonhos são o reverso das imaginações despertas, iniciando-se o movimento por um lado quando estamos acordados e por outro quando sonhamos.” (P – 24)

“Tem-se maior dificuldade em discerni o sonho dos pensamentos despertos quando, por qualquer razão, nos apercebemos de que não dormimos, o que é fácil de acontecer a uma pessoa cheia de pensamentos aflitivos e cuja consciência se encontra muito perturbada, e dorme sem mesmo ir para a cama ou tirar a roupa, como alguém que cabeceia numa cadeira [...]” (P – 24)

“A ignorância para distinguir sonhos de outras ilusões fortes, a visão e a sensação, fez surgir, no passado, a maioria das religiões dos gentios, os quais adoravam sátiros, faunos, ninfas e outros seres semelhantes, e hodiernamente a opinião que a gente simples tem das fadas, fantasmas e gnomos, e do poder das feitiçarias [...] Cabe

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