Heráclito
Por: Luciana Klug Madeira • 23/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.274 Palavras (6 Páginas) • 200 Visualizações
1. Introdução
A filosofia surge em um momento cultural histórico específico na Grécia antiga. Podemos dividir a história grega antiga em cinco períodos: a Civilização Micênica, séculos XX ao XII A.C.; os Tempos Homéricos, séculos XII ao VIII A.C.; o Período Arcaico, séculos VIII ao VI A.C.; o Período Clássico, séculos V ao IV A.C.; e o Período Heleniístico, séculos III ao II A.C.
No período Arcaico começa a existir uma verdadeira civilização grega, começam a surgir as polis, autonomas entre si, porém unidas pelo espírito grego. É nesse período que surge a escrita, a ideia de moeda e a lei escrita, considerado um momento de desenvolvimento acelerado e urbanização da cultura grega. Acontece aqui uma troca gradual da concepção mítica para a racional, surgem então os filósofos.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar as principais características do período pré-socrático, as escolas e os filósofos que mais se destacaram nessa época e principalmente apresentar uma pesquisa mais aprofundada sobre o filósofo Heráclito.
2. Período pré-socrático
Por ser considerado o pai da filosofia, Socrates é um marco na história, dividindo os pensadores que vieram antes dele como pré-socráticos e depois dele como pós-socráticos. Falaremos agora sobre os pré-socráticos, também denominados naturalistas, não por usarem a natureza para explicar as coisas, mas por ser o natural no sentido de origem, os naturalistas estão buscando a origem de tudo, também chamada de arché.
Os pré-socráticos dividem-se em escolas de acordo com sua localização geográfica e seus pensamentos. Denominada pela colônia onde nasceu, está Escola Jônica, localizada onde hoje conhecemos ser a Turquia, seus principais integrantes foram Tales, Anaxímenes, Anaximandro e Heráclito, sendo que o pensamento comum dessa escola era ver o mundo como algo em movimento, apesar da discordância sobre qual era o elemento unitário, água, ar, apeiron ou fogo .
No sul da Itália estava a Escola Itálica, também chamada de Pitagórica por causa de seu principal filósofo, Pitágoras. Essa escola se baseava principalmente na física e na matemática, sendo os números a essência de tudo . Também ao sul da Itália, na cidade de Eleia, desenvolveu-se a Escola Eleática, cujos principais filósofos eram Parmênides, Zenão e Xenófanes. Esta escola ensinava a ideia de “um” e contrariavam a ideia de movimento da Escola Jônica .
Por fim temos a Escola Atomista, que, ao contrário da Escola Jônica, acreditava que que tudo se desenvolveu a partir, não de um, mas de vários elementos. Os principais filósofos desta escola foram Leucipo, com a ideia de átomo e de que o mundo era resultado de choque infinitos e imprevisíveis de átomos, Demócrito e Epicuro .
3. Heráclito
3.1. Vida
Conhecido como Heráclito de Éfeso por causa de sua cidade de nascimento. Éfeso, cidade greco-romana, situada na costa ocidental da Ásia menor, atualmente próxima à Turquia, era uma das maiores cidades do mundo na antiguidade. Não se sabe ao certo a data de seu nascimento e de sua morte, porém, estima-se que atingiu o ápice de sua existência, e nesse caso entenda-se o auge da sua produtividade, na época da realização da 69a Olimpíada, que ocorreu por volta de 504 a 500 a. C, o que já seria suficiente para situá-lo uma geração após Xenófanes e uma geração antes que, seu principal opositor, Parmênides .
Figura 1 – Mapa do Império da Lídia, atual Turquia
Como seu nascimento, pouco se sabe também sobre sua vida. Encontramos na literatura suposições sobre sua origem nobre, que teria pertencido à aristocracia de sua cidade de origem, Éfeso, mas que teria abdicado a participar de seu governo, seria uma pessoa que desprezava seus cidadãos e, sendo assim, preferiria viver uma vida mais reclusa, mais afastada . Talvez daí tenha se dado seu epíteto de “obscuro”, porém muitas lendas sem fundamentos históricos são contadas sobre sua vida.
3.2. Pensamento de Heráclito
Em suas teorias utilizava a origem de tudo como sendo o fogo, a ideia dos contrários e do movimento, porém essas ideias não eram tratadas de forma separada. Dizia que tudo era criado pelo fogo e nele mesmo se dissipava, essa ideia de fogo já trazia consigo a ideia de movimento e por conseguinte a ideia dos contrários.
A arché para Heráclito, como todos os pré-socráticos buscavam a sua, era o fogo. Para o filósofo tudo se comportava da maneira como sua unidade fundamental escolhida se comportava, como o fogo, para ele tudo se faz pelas suas transformações, quer por rarefação ou por condensação.
A oposição dos contrários, dos extremos, a discórdia entre as coisas é o que garante a harmonia do mundo. Para o filósofo, se não houvesse esse eterno estado de guerra entre as coisas não haveria o equilíbrio, e sem equilíbrio tudo se destruiria. É como pensar em uma oposição apoiando a outra e quando uma fosse retirar tudo ruiria.
E, essa ideia de opostos, de tensão, é o que fornece a ideia de movimento, a ideia de que
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