Introdução à economia
Por: dudacrvlh • 13/6/2017 • Trabalho acadêmico • 1.278 Palavras (6 Páginas) • 218 Visualizações
Universidade Estadual do Piauí – UESPI [pic 1]
CURSO: Bacharelado em Direito
DISCIPLINA: Economia Política
- Quais são as razões do crescente interesse pelo estudo da Economia? Justifique.
O crescente interesse pela Economia é facilmente observado a partir do século XIX e tem forte relação com a eclosão das Grandes Guerras (1914-18 e 1939-45) e com a Grande Depressão de 1929, onde muitos instrumentos de análise econômica foram desenvolvidos além de estudos dos elementos determinantes do equilíbrio econômico, interessadas no restabelecimento da normalidade e na rápida reabsorção das massas desempregadas. No mais, o pós-guerra também suscitou um grande e crescente interesse pela Economia, observado na preocupação do século XX em torno da idéia do desenvolvimento econômico.
Atualmente, tendo em vista as grandes desigualdades que ainda diferenciam profundamente o padrão de vida e o bem-estar das nações, faz-se necessário um contínuo e persistente aumento do interesse geral por esse ramo do conhecimento. Diante disse, é importante lembrar que “nos países subdesenvolvidos o estudo das Ciências Econômicas, antes de se constituir em simples preocupação acadêmica, tem por objetivo precípuo desenvolver instrumentos de análise que facilitem a identificação dos problemas básicos da comunidade e possibilitem o uso mais racional dos escassos recursos disponíveis, com vistas a acelerar o processo de desenvolvimento” (N. Holanda).
- É possível considerar que a Economia é “fechada em torno de si mesma”? Qual sua relação com o Direito? Justifique.
A Economia, como ciência social, possui uma forte ligação com outras áreas do conhecimento, logo, não está fechada em torno de si mesma.
“A complexidade dos problemas econômicos e sua inter-relação com o espaço geográfico, com a evolução histórica, com as alterações tecnológicas e, sobretudo, com as bases institucionais das sociedades dificultam o estudo isolado da Economia e levam o economista, frequentemente, às fronteiras de outros ramos do conhecimento humano. Dessa forma, o conhecimento econômico exige a interpretação de toda uma série de ocorrências históricas, políticas, geográficas, antropológicas, sociais, jurídicas e até religiosas, no sentido de que o economista possa contar com um diversificado instrumento de trabalho.” (Possamai – 2001) Diante disso, é notável que a Economia e o Direito possuem uma ligação que pode ser facilmente observada, uma vez que relações econômicas são reguladas por normas jurídicas e novas questões econômicas provocam a mudança nas leis.
“Além de condicionada às características do espaço geográfico em que se localiza, a evolução da História e às alterações das bases institucionais e sociais, a atividade econômica mantém-se ainda ligada à estrutura jurídica do sistema. Existe uma interdependência entre o Direito e a Economia, uma vez que compete à lei jurídica situar o homem, a empresa e a sociedade diante do poder político e da natureza, definindo seus direitos e suas responsabilidades e também fixando as balizas dentro das quais poderá ser exercida a liberdade de ação de cada um desses agentes da atividade econômica.” (Possamai - 2001)
- O que podemos entender pelo caráter biunívoco da Economia? Justifique.
O estudo da economia implica a abertura de suas fronteiras às demais áreas das ciências humanas. Esta abertura se dá em dupla direção, assumindo assim caráter biunívoco. De um lado, porque a economia busca alicerçar seus princípios, conceitos e modelos teóricos não apenas na sua própria coerência, consistência e aderência à realidade, mas ainda nos desenvolvimentos dos demais campos do conhecimento social. De outro lado, porque pode influir no questionamento dos princípios e das aquisições conceituais desses mesmos campos. E vai ainda além, abrindo suas fronteiras à filosofia e à ética; à história e às diferentes manifestações da religião; à tecnologia e aos variados ramos que atualmente se ocupam do estudo do meio ambiente.
“Os problemas econômicos não têm contornos bem delineados. Eles se estendem perceptivelmente pela política, pela sociologia e pela ética, assim como há questões políticas, sociológicas ou éticas que são envolvidas ou mesmo decorrentes de posturas econômicas. Não será exagero dizer que a resposta final às questões cruciais da economia encontra-se em algum outro campo. Ou que a resposta a outras questões humanas, formalmente tratadas em outras esferas das ciências sociais, passará necessariamente por alguma revisão do ordenamento real da vida econômica ou do conhecimento econômico." (Kenneth Boulding)
- Quais são os principais fatores condicionantes e que podem ser condicionados pela ação, pelas relações e pelo comportamento econômico? Justifique.
Os principais fatores são:
- Formas de organização política da sociedade;
- Posturas ético-religiosas;
- Modos de relacionamento social;
- Condições limitadas ao meio ambiente;
- Estruturação da ordem jurídica;
- Formação cultural da sociedade;
- Padrões das conquistas tecnológicas.
Em síntese, pode-se inferir que as interfaces da economia com outros ramos do conhecimento social decorrem de que as relações humanas e os problemas nelas implícitos ou delas decorrentes não são facilmente separáveis segundo níveis de referência rigorosamente pré-classificados. O referencial econômico deve ser visto apenas como uma abstração útil, para que se analisem aspectos específicos da luta humana pela sobrevivência, prosperidade, bem-estar individual e bem-comum. Ocorre, todavia, que essa mesma luta não se esgota nos limites do que se convencionou chamar de relações econômicas. Vai muito além, abrangendo aspectos que dizem respeito à postura ético-religiosa, às formas de organização política, aos modos de relacionamento social, à estruturação da ordem jurídica, aos padrões das conquistas tecnológicas, às limitações impostas pelas condições do meio ambiente e, mais abrangentemente, à formação cultural da sociedade.
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