LAPLATINE, François. “Aprender Antropologia”. Editora Brasiliense. 5ª edição. p. 38-92
Por: Kesller Almeida • 20/9/2018 • Resenha • 548 Palavras (3 Páginas) • 304 Visualizações
LAPLATINE, François. “Aprender Antropologia”. Editora Brasiliense. 5ª edição. p. 38-92
O início da reflexão antropológica ocorre através da descoberta do Novo Mundo, entretanto o critério para o estudo destes povos era por meio do viés religioso. Posteriormente, começa-se a estudar duas ideologias concorrentes, a recusa do estranho e a fascinação do estranho, que são debatidas a partir do século XIV. La Casas e Sepulvera discutem o tema.
Quanto a figura do mau selvagem e do bom civilizado, o autor descreve como a diversidade da sociedade humana nunca foi aceita como comum e normal e sim como uma forma de aberração, tanto que os gregos antigos catalogavam como bárbaro tudo que não estava sob a helenidade.
Na questão dos índios, por exemplo, os mesmos são considerados selvagens porque a partir uma visão de que não possuem alma, nem a religião “correta” e “não sabem falar direito”, estes e mais alguns são os pontos que levam a esta visão deturpada do diferente. Outro exemplo é a África, visto que seus habitantes são comumente subjulgados, atribuindo assim ao negro uma acepção de inferioridade como se fosse um “vegetal”, por motivos semelhantes aos dos índios, no tocante de sua gênese.
No entanto, no tocante da figura do bom selvagem e do mau civilizado, Laplatine apresenta uma visão de que a figura de uma natureza do selvagem pode se transformar no oposto. E ao contrário do anteriormente apresentado, nesta parte, questões como ser uma sociedade sem escrita, igreja e eetc, não é visto como uma desvantagem. Assim, a visão que o ocidental fez da alteridade oscilou (e muito) entre os pólos de um movimento de pendulo, alternando-se o pensamento acerca do selvagem. Sendo neste período e com estas discussões que surge um saber pré-antropológico.
No século XVII, no período renascentista a exploração de continentes até então “desconhecidos” começou os primeiros questionamentos quanto a existência múltipla do homem. Havendo, portanto neste período apenas uma ideia do que viria a ser a antropologia. Será no século XIX, que começara a ser explorado espaços que até o momento eram desconhecidos, levantando um discurso acerca dos selvagens que habitam tais espaços.
Afinal, com a revolução industrial e francesa, nota-se a radical mudança que houve na sociedade, e que a mesma não retrocederia ao que era anteriormente, caracterizando assim, uma nova perspectiva em relação a época das luzes. Sendo neste período, a problematização quanto a universalidade e a diversidade das técnicas, das instituições, dos comportamentos e das crenças. Demonstrando que uma das características do evolucionismo era seu anti-racismo, pois como apresentado pelo autor, não tinha conhecimento para construir uma teoria para servir de paradigma, e nesse contexto a teoria da evolução teve um grande papel.
Portanto, Laplatine defende que seria necessário introduzir uma ruptura ao modo de pensamento até então aberto, visto isto, no século XX, ocorre uma significativa mudança, colocando fim a muitos quesitos analisados pelo pesquisador, que a partir deste momento começa ele mesmo a estudar de perto as sociedades. Assim, conhecida como a antropologia contemporânea, estava o tempo todo ameaçada pela abstração e sofisticação de seus protocolos.
Por fim, com os considerados primeiros teóricos da Antropologia, Durkheim e Mauss, sendo que o primeiro utilizava dos dados recolhidos pelos etnólogos analisando-os sob o prisma da sociologia, enquanto o segundo empenha-se para que seja reconhecida está como uma verdadeira ciência.
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