Militância e Prêmio Nobel da Paz
Por: Bheatryz Torres • 17/9/2015 • Trabalho acadêmico • 710 Palavras (3 Páginas) • 222 Visualizações
MILITÂNCIA E PRÊMIO NOBEL DA PAZ
A jovem Malala Yousafzai, de 17 anos, vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2014 conquistou sua notoriedade após ser baleada na cabeça por talibãs ao sair da escola, quando tinha 15 anos e seu “crime” foi lutar pela educação das meninas e adolescentes no Paquistão, um país dominado pelo Talibã e contrário à educação feminina.
Malala cresceu num contexto onde as mulheres deveriam ficar em casa para cozinhar e criar os filhos e as autoridades afirmam que apenas metade das meninas frequentam a escola, apesar deste número ser ainda menor (34%) segundo dados de 2011. No início da infância de Malala, a educação das meninas ainda era realizada sem muita oposição, porém nos anos 2000 a influencia do Talibã tornou-se cada vez maior, até que o grupo dominou a região em 2007.
Em 2008 o líder talibã local exigiu que todas as escolas interrompessem as aulas dadas às meninas por um mês. Na época Malala tinha 11 anos e seu pai, que era dono da escola e sempre incentivou sua educação, pediu ajuda aos militares locais para permanecer dando aulas às meninas. Nessa época, um jornalista local da BBC perguntou ao pai de Malala se alguns jovens estariam dispostos a dar sua visão sobre o problema. Foi quando a garota começou a escrever um blog, o Diário de uma Estudante Paquistanesa, no qual falava sobre sua paixão pelos estudos e as dificuldades enfrentadas para prosseguir com a educação no Paquistão. O blog era escrito sob um pseudônimo, mas logo se tornou conhecido e Malala não tinha receio em falar em público sobre sua luta pela educação feminina.
Os posts para a BBC duraram apenas alguns meses, mas deram popularidade à menina, que deu entrevistas a diversos canais de TV e jornais, participou de um documentário e foi indicada ao Prêmio Internacional da Paz da Infância em 2011. Na época, ela não ganhou, mas foi laureada com o mesmo prêmio em 2013.
A família de Malala sabia dos riscos, mas imaginavam que se houvesse um ataque, o alvo seria o pai, Ziauddin Yousafzai. Porém no dia 9 de outubro de 2009, quando Malala seguia para casa no ônibus escolar, dois jovens entraram no ônibus, perguntaram por ela e dispararam, outras duas meninas também foram baleadas e Malala foi atingida na cabeça, apesar de ter ficado consciente durante o socorro, seu estado piorou e ela precisou passar por uma cirurgia. Quando houve o ataque, em 2009, os talibãs já haviam perdido o controle do Vale do Swat para o exército. O caso passou a ser acompanhado por todo o mundo e o governo paquistanês dirigiu ainda mais sua atenção para aquela região. Malala escapou do ocorrido sem sequelas, e continuou o tratamento na Inglaterra, onde passou a viver com sua família.
Em entravista à BBC, Malala assegurou que deseja voltar um dia ao Paquistão para entrar na política para mudar o futuro do país e garantir que a educação seja obrigatória. “Para mim, o melhor modo de lutar contra o terrorismo e o extremismo é fazer uma coisa simples: educar a próxima geração. Acredito que alcançarei esse objetivo porque Alá está comigo, Deus está comigo e salvou a minha vida.”
Após a entrevista, os talibãs paquistaneses acusaram Malala de não ter coragem e prometeram atacá-la novamente se tiverem chance. "Nós atacamos Malala porque ela falava contra os talibãs e o Islã e não porque ela ia à escola", explicou Shahid.
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