Modelos probabilísticos
Tese: Modelos probabilísticos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lmoraess • 5/6/2014 • Tese • 4.781 Palavras (20 Páginas) • 217 Visualizações
Como usar modelos de probabilidade para entender
melhor os fenômenos aleatórios
Capítulo 7
Modelos probabilísticos
Nos capítulos anteriores, procuramos entender uma variável
estudando o comportamento de um conjunto de observações (amostra). Desta
forma, estudamos a distribuição de freqüências do uso (sim ou não) de
programas de alimentação popular, com base numa amostra de famílias da
região de interesse (Capítulo 4). Nessa abordagem, predomina o raciocínio
indutivo: com base na organização e descrição de dados observados,
procuramos fazer conjeturas sobre o universo (população) em estudo.
Neste capítulo, faremos o raciocínio de forma inversa, em que
procuraremos entender como poderão ocorrer os resultados de uma variável,
considerando certas suposições a respeito do problema em estudo (raciocínio
dedutivo). Exemplo: supondo que 60% das famílias do bairro usam programas
de alimentação popular, o que se pode deduzir sobre a percentagem de
famílias que usam esses programas, numa amostra aleatória simples de dez
famílias?
A resposta a esta indagação não é um simples número, pois,
dependendo das dez famílias selecionadas na amostra, teremos resultados
diferentes. Para responder adequadamente, precisamos apresentar quais são
os possíveis resultados e como eles poderão ocorrer. Essa descrição é feita em
termos dos chamados modelos probabilísticos.
A Figura 7.1 faz um paralelo entre modelos probabilísticos e um
método de análise exploratória de dados, em termos do tipo de raciocínio.
Figura 7.1 Distribuições de freqüências e modelos probabilísticos.
7.1 DEFINIÇÕES BÁSICAS
Os modelos probabilísticos são construídos a partir de certas hipóteses ou
conjeturas sobre o problema em questão e constituem-se de duas partes: (1)
dos possíveis resultados e (2) de uma certa lei que nos diz quão provável é
cada resultado (ou grupos de resultados).
Seja o experimento de lançar uma moeda e observar a face voltada
para cima. Os possíveis resultados são cara e coroa. Se supusermos que a
moeda é perfeitamente equilibrada, e se o lançamento imparcial, podemos
também dizer que a probabilidade de ocorrer cara é a mesma de ocorrer coroa.
Hipóteses, conjeturas, etc.
Resultados ou dados observados
Distribuições
de freqüências
Modelos
probabilísticos
Espaço amostral e eventos
Seja um experimento aleatório, isto é, uma experiência ou situação em
que deve ocorrer um, dentre vários resultados possíveis.
Espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis do
experimento e será denotado por W.
Exemplo 7.1
a) Lançar uma moeda e observar a face voltada para cima. Temos, neste caso,
dois resultados possíveis: cara e coroa. Então, o espaço amostral é o
conjunto W = {cara, coroa}.
b) Lançar um dado e observar o número de pontos marcado no lado voltado
para cima. Temos: W = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
c) Numa urna com bolas azuis e vermelhas, extrair uma bola e observar sua
cor. Temos: W = {azul, vermelha}.
d) Num certo bairro, indagar a uma família se ela costuma utilizar-se de algum
programa de alimentação popular. Um possível espaço amostral para esta
situação é W = {sim, não}. Considerando, porém, a possibilidade do
respondente não saber ou se negar a responder, podemos ser levados a
tomar um espaço amostral mais amplo: W* = {sim, não, não resposta}.
e) Num certo bairro, selecionar uma amostra de dez famílias e verificar
quantas utilizaram algum programa de alimentação popular nos últimos
dois meses. Um espaço amostral adequado é W = {0, 1, 2, ...,10}.
f) Numa escola de ensino fundamental, selecionar uma criança e medir a sua
altura. Como altura é uma variável contínua, o espaço amostral precisa ser
construído como um conjunto de números reais possíveis, tal como W = {x,
tal que x Î Â e 0 < x < 2,00 m}.
Ressaltamos que a especificação do espaço amostral pode não ser
única, porque depende daquilo que estamos observando e de algumas
considerações sobre o problema. Veja, por exemplo, o item (d).
Um espaço amostral é discreto quando podemos listar os possíveis resultados.
É contínuo quando temos uma infinidade de resultados possíveis dentro de
um intervalo de números reais.
No
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