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O CONCEITO DE BULLYING

Por:   •  30/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.127 Palavras (13 Páginas)  •  196 Visualizações

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2.1.5 CONCEITO DE BULLYING

Expressão inglesa derivada do adjetivo bully significa valentão brigão. Definido pela primeira vez pelo norueguês Dan Olweus, em 1970, bullying refere-se á exposição de um individuo ou grupo de indivíduos as ações negativas que envolvem comportamento agressivo e incomodam o outro, por meio de palavras, ações, contatos físicos, gestos obscenos, exclusão, etc. (ROCHA, 2012 p. 1)

De acordo com Silva (2010, p. 21)

[...] encontraremos a seguinte tradução para palavra bully: indivíduo valentão, tirano, mandão, brigão. Já a expressão Bullying corresponde a um conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticado por um bully (agressor) contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitados de se defender. Seja por uma questão circunstancial ou por uma desigualdade de poder, por trás dessas ações sempre há um bully que domina a maioria dos alunos de uma turma e “proíbe” qualquer atitude solidária em relação ao agredido.(Silva,2010, p.21)

Os estudos sobre o bullying iniciaram-se no final dos anos 60 e inicio da década de 70. Na época , investigações ocorreram na Escandinávia e somente entre os anos 80 e 90 é que apareceram no Japão, Irlanda, Reino Unido, Austrália e Canada, entre outros países, os quais identificam como um “fenômeno” ou “síndrome social”, por se tratar se conceito constituído da soma de diversas características, causalidades, efeitos, bem como de variáveis individuáveis e grupais. (SLONGE, 2008 p. 49)

Na literatura internacional o termo bullying já foi identificado de diferentes maneiras. No Brasil o termo mais utilizado foi intimidação. Em Portugal, foram utilizadas as expressões agressão, coação, provocação e até o implicar com as pessoas como um sinônimo de bullying. (SEIXAS, 2005 p.1). Na Noruega e Dinamarca, assim como na Suécia e Finlândia, o bullying ou bully/victim era usado inicialmente como mobbling. (OLWEUS,1993 p. 7) Na França, harcélemente quotidian, na Itália foi utilizado o termo prepotência, e na Espanha, intimidacion, maltrato e violência (ORTEGA, 1994 p. 14)

Como se pode notar, as palavras geram diferentes significados depois da tradução, criando muitas confusões a respeito do termo, por isso autores sugeriram que a grande maioria dos pesquisadores, em todo mundo, empregasse o termo universal em inglês. (ROCHA, 2012 p. 61)

Os primeiros critérios para detectar o problema de forma especifica, permitindo diferenciá-lo inclusive de outras possíveis situações próprias da idade como brincadeiras e gozações, foram desenvolvidos pelo pesquisador por Olwes pesquisador na Universidade de Bergen na Noruega. Em 1983, o pesquisador foi contratado pelo Ministério da Noruega para aplicar a pesquisa nacional e criar, a partir dela um programa antibullying. (OLWES, 1993 p. 140)

É consenso na literatura os autores concordarem que o bullying manifesta-se através de comportamentos agressivos baseados em relação de poder. Farrington (1993 p. 1) afirma que o bullying é uma opressão repetida, de natureza física ou psíquica, de uma pessoa com menos poder por outra com mais poder.

Do mesmo modo, Rolim (2008 p.18) define que:

[...] as praticas de bullying constituem forma particular de manifestação da violência, marcada pelo intencionalidade do autor em produzir o sofrimento, pelo repetição das agressões (sejam elas físicas, verbais ou de conduta excludente) e, em regra, pelo desequilíbrio de poder entre o agressor e a vitima. (Rolim,2008, p.18)

O enfoque dado é que costuma variar, como ao se considerar a série de agressões como sem motivação, conforme Lisboa; Braga; Ebert (2010 p. 33):

As atitudes protagonizadas pelos agressores de bullying envolvem abuso de poder e ocorrem sem motivos legítimos. Também não são provocados pelas vitimas, por isso não devem ser fundidos  com episódios de agressão reativa (Crick e Dodge, 1991). O desequilíbrio de poder relacionado ao bullying pode ser explicado pelas diferenças físicas ( estatura, peso, raça, entre outras) emocionais e sociais percebidas entre agressores e vitimas(Neto, 2005); Salmivalli et al., 1998). Aspectos econômicos e culturais, bem como características de personalidade e temperamento, também constituem fatores risco para manifestação do bullying e para a escolha das vitimas dos ataques agressivos.

        Martins (2005 p. 401-425) classifica o bullying de três formas: diretos e físicos, que incluem agressões físicas, roubar ou estragar objetos dos colegas, extorsão de dinheiro, forçar comportamentos sexuais, obrigar a realização de atividades servis, ou ameaçar; diretos e verbais, que incluem insultar, apelidar, “tirar sarro”, fazer comentários racistas ou que digam respeito a qualquer diferença no outro; e indiretos, que incluem a exclusão a exclusão sistemática de uma pessoa, a realização de fofocas e boatos, ameaças de exclusão do grupo com objetivo de obter algum favorecimento ou, de forma geral, manipular a vida social do colega.

Neto (2005 p. 164-172) destaca duas formas de bullying quem convém citarmos aqui, dado o critério de presencialidade que envolvem. O autor classifica o fenômeno da seguinte maneira:

Bullying direto: Quando envolver agressões praticadas em presença da vitima. Essa forma engloba agressões mais comuns, como violência física, xingamentos e ameaças, e é mais comum entre os indivíduos do sexo masculino.

Bullying indireto: Quando envolver agressões praticadas na ausência da vitima. Engloba agressões menos comuns, como isolamento, indiferença, maledicência e hipocrisia, e é mais comuns entre garotas.(Neto,2005,p.164-172)

Ainda sobre a forma indireta do bullying, alguns estudiosos, como Lélio Braga Calhau (2010 p. 1), denominam essa modalidade de bullying por omissão, como se pode ver a seguir:

Pode ser produzido com atos de ignorar, “dar um gelo” ou isolar a vitima. Se provocados por um grupo de alunos numa sala de aula podem ser devastadores para a autoestima de uma criança, por exemplo. Em geral, o bullying por meninas e bem sutil. E quase invisível.

Se você analisar o ato isolado ele pode não significar nada, mas são como pequenas agressões, que pouco a pouco vão minando a integridade psicológica da vitima. (Calhau,2010,p.1)

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