Conceito e caracteristicas do bullying
Por: joseane01 • 21/3/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 2.191 Palavras (9 Páginas) • 903 Visualizações
CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO DO BULLYING
O bullyng é uma conduta desviante. Trata-se de um termo utilizado para descrever atitudes violentas tanto físicas como psicológica. E essas agressões, deixam marcas para o resto da vida. Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
Conforme Fant (2005. p.98-69) “Bullying” é um termo utilizado na literatura psicológica anglo-saxônica, para designar comportamentos agressivos e antissociais, nos estudos sobre o problema da violência escolar”. Universalmente, obullyingé conceituado como sendo um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a intimidação da vítima. Ridicularizações, intimidações, apelidos pejorativos, ameaças, perseguições, difamações, humilhações, são algumas das condutas empregadas por autores de bullying.
Explica o promotor Calhau (2009, p.5) que existe o“bullying por omissão, que também pode ser devastador”. Ele pode ser produzido com atos de ignorar, "dar um gelo" ou isolar a vítima. Se provocados por um grupo de alunos numa sala de aula podem ser devastadores para a autoestima de uma criança, por exemplo. Em geral, o bullying praticado com omissão é mais afeto ao praticado por meninas e é bem sutil. É quase invisível. Se você analisar o ato isolado ele pode não significar nada, mas são como pequenas agressões, que pouco a pouco vão minando a integridade psicológica da vítima.
É de fundamental importância distinguir o bullying de outras formas de comportamento indesejados presentes no convívio escolar. Deve diferenciar bullying, de brincadeiras turbulentas, nas quais se verificam sinais de prazer e diversão em todos os envolvidos.
DabOlweus (1993) citado por Calhau (2009, p.7-8), pesquisador norueguês, estabeleceu três critérios para que se possa identificar corretamente os casos de bullying escolar. São eles: “Ações repetitivas contra a mesma vítima num período prolongado de tempo; Desequilíbrio de poder, o que dificulta a defesa da vítima; Ausência de motivos que justifiquem os ataques” (CALHAU, 2009,p.7-8).
Conforme Fante (2005), sinteticamente o bullying tem três personagens: o agressor, a vítima e o espectador. Os estudiosos identificam e classificam os tipos de papéis sociais desempenhados pelos protagonistas de bullying de cinco maneiras:
A vítima típica: que serve de bode expiatório para um grupo;
A vítima provocadora: que provoca reações que não possui habilidades para lidar;
A vítima agressora: que reproduz os maus-tratos sofridos;
O agressor: que vitimiza os mais fracos;
O espectador: que presencia os maus-tratos.(FANTE, 2005,p.46)
Calhau (2009) acrescenta a esses cinco tipos a figura do novato, ou seja, o aluno transferido de escola que fica fragilizado nas situações de bullying.
Negrão e Guimarães (p. 02), ao citar Charlot (1997), ressaltam que o conceito de violência escolar pode ser classificado em níveis. No primeiro deles, à violência propriamente dita, cuja definição mais se aproxima daquela do senso comum, representada por golpes, ferimentos, violência sexual, roubos, crimes, vandalismo, etc. O segundo nível seria o das incivilidades, cuja forma de expressão seriam as humilhações, as palavras grosseiras, a falta de respeito, etc.
O fenômeno bullying ocorre essencialmente no ambiente escolar não se descuidando do fato de que tal prática pode ser exercida no ambiente familiar e no trabalho sendo locais considerados como suscetíveis da ocorrência deste tipo de violência, dada a sua constituição socialmente heterogênea.
Segundo Calhau (2011), para que o bullying ocorra é necessário que exista uma relação de poder, posto que são nesses tipos de relações que o desequilíbrio social se estabelece e características de personalidade e condutas desviantes se evidenciam. O bullying praticado no âmbito escolar, pode ser colhido amargamente nas mais variadas formas de relações sociais, como exemplo, entre pais e filhos, autoridades e cidadãos, entre outros.
[...] elas podem ocorrer dentro de salas de aulas, corredores, pátios de escolas ou até nos arredores. Elas são, na maioria das vezes, realizadas de forma repetitiva e com desequilíbrio de poder, ou seja, a escola é o local de ocorrência do bullying, mesmo que se manifeste em sublocais distintos, importando considerar que se trata de uma manifestação do desequilíbrio de poder, seja pelo descumprimento da disciplina escolar ou pela relação desigual entre alunos. [...] Essas agressões morais ou até físicas podem causar danos psicológicos para a criança e o adolescente facilitando posteriormente a entrada dos mesmos no mundo do crime sendo então o local determinante dos casos de violência, como causa e resultado das condutas desviantes entre os jovens (CALHAU, 2011, p.92).
O Conselho Nacional de Justiça em seu Projeto Bullying Justiça nas Escolas(2010) lançou cartilha informando que a vítima de bulliyng pode enfrentar ainda na escola e posteriormente ao longo de sua vida as mais variadas consequências. Tudo vai depender da estrutura da vítima, de suas vivências, da sua predisposição genética e, também, da forma e da intensidade das agressões sofridas. No entanto, todas as vítimas, em maior ou menor proporção, sofrem com os ataques de bullying. Muitas dessas pessoas levarão para a vida adulta marcas profundas e, muito provavelmente, necessitarão de apoio psicológico e/ou psiquiátrico para superar seus traumas. Após um prolongado período de estresse ao qual a vítima é submetida, o bullying poderá provocar um agravamento de problemas preexistentes ou desencadear as seguintes consequências: desinteresse pela escola, problemas psicossomáticos, transtorno do pânico, depressão, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, dentre outros. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia e até homicídio e suicídio.
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