O CONTEXTO EUROPEU
Por: vitorkey • 29/5/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 409 Palavras (2 Páginas) • 181 Visualizações
A lenta desagregação do sistema colonial brasileiro, processo que resultou na emancipação política perante a metrópole lusitana, não foi um processo simples. Esse caminho trilhou conjunturas internacionais e nacionais complexas, desde o surgimento do modelo capitalista industrial inglês, passando pela ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono francês, até sua consequente fixação pelo projeto industrializante. Os reflexos dessa conjuntura no sistema colonial brasileiro, sobretudo a partir da presença da Corte portuguesa no Brasil, são os temas desse material!
1.O CONTEXTO EUROPEU
As relações entre Portugal e Inglaterra haviam se intensificado à época da Restauração lusa (fim da União Ibérica – década de 1640), quando a nova dinastia portuguesa, a casa de Bragança, tirou proveito do enfraquecimento dos Habsburgos na Guerra dos Trinta Anos, aproximando-se dos inimigos da Espanha.
À medida que a Inglaterra, após as revoluções inglesas do século XVII, expandia sua influência sobre a economia europeia, a dependência estrutural de Portugal em relação aos ingleses tornava-se notória, solidificando-se com a assinatura do Tratado de Methuen, em 1703. Pelos seus termos, os portugueses comprometiam-se a consumir os produtos têxteis britânicos e, em contrapartida, os britânicos importavam os vinhos lusitanos.
O tratado é muitas vezes mencionado como um dos fatores de supressão da indústria portuguesa e consequente atrelamento da economia do país à britânica, levando em última instância a economia portuguesa a uma estagnação. Aliás, uma das principais consequências deste tratado foi o abandono da política de fomento industrial.
O comércio entre ingleses e portugueses começava a entrar numa faixa de transição delicada, pois entre os produtos de destaque que Portugal vendia à Inglaterra estavam o fumo e o açúcar. O primeiro produto a ficar fora da importação inglesa foi o fumo, e logo em seguida, a produção açucareira nas colônias britânicas substituiu a cota comprada de Portugal.
Acredita-se que os resultados do tratado foram desfavoráveis a Portugal porque os panos ingleses eram fabricados com técnica apurada, muito superiores aos produzidos pela indústria portuguesa. Além disso, o acréscimo na exportação de vinho, decorrente do acordo não bastou para equilibrar a balança comercial entre ambos os países, acarretando enormes prejuízos aos lusitanos, pois, além do consumo pelos ingleses de seus vinhos jamais ter alcançado a mesma cota do consumo de tecidos ingleses, as suas terras cultiváveis foram, em grande parte, transformadas em vinícolas, causando uma escassez de alimentos a ponto de se recorrer à importação.
Portugal não tinha quase nenhuma indústria, quase todos os produtos manufaturados consumidos em Portugal eram comprados na Inglaterra por preços altos. Restava como seu
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