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O FICHAMENTO A REPUBLICA

Por:   •  22/5/2021  •  Resenha  •  3.430 Palavras (14 Páginas)  •  126 Visualizações

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Fichamento texto: A REPÚBLICA

Esse trabalho tem por objetivo descrever os principais pontos do texto “A república”, a partir da reprodução de fragmentos do diálogo entre Sócrates e Céfalo, posteriormente entre Sócrates e Polemarco e finalizando com o diálogo entre Sócrates e Trasímaco.

O Livro I da República inicia com a ida de Sócrates ao Pireu juntamente com Glauco, filho de Aristão, para fazer orações à deusa e para ver como tinham organizado o festival que pela primeira vez era celebrado. Após terminarem as orações e de assistirem as cerimônias e já estarem de volta à cidade, foram chamados por Polemarco, filho de Céfalo, para que permanecessem no local a fim de assistirem os festivais noturnos e conversarem com os mais jovens.

Aceitando o convite, Sócrates e Glauco, acompanharam Polemarco a sua casa, onde encontraram Líside e Eutidemo, irmãos de Polemarco, Trasímaco de Calcedônia, o peaniense Carmantides, Clitofonte, filho de Aristônimo e Céfalo, pai de Polemarco. O último ao perceber a presença de Sócrates, a sua casa, saudou-o e disse que se ainda tivesse vigor suficiente para ir a cidade, iria poupa-lo do trabalho de o visitares e que quanto mais a idade avançava os prazeres do corpo o abandonavam e que sentia cada vez mais a necessidade e alegria de conversar com os mais jovens.

Iniciando assim, o diálogo entre Céfalo e Sócrates, com o questionamento de Sócrates a Céfalo de como era percorrer o caminho para se chegar a velhice? Se o era difícil de vencer ou fácil e cômodo de percorrer? Ou ainda, se é a fase mais difícil da vida de um homem ou como Céfalo a consideras?

Céfalo para responder ao questionamento de Sócrates, afirmou que muitas vezes ele encontrava-se na companhia de pessoas mais velhas, e que quase todos, durante as conversas, não paravam de lamentar-se da perda dos prazeres da juventude e de aquilo que era vida se comparada com a que viviam agora. Alguns ainda, queixavam-se dos familiares, acusados por eles de não os tratarem com o devido respeito. Mas, para Céfalo, essas não eram as verdadeiras causas, pois se assim fosse, ele também teria que ter passado, por tudo isso, e ele encontrou muitos velhos, citando como exemplo o poeta Sófocles, com os quais nada disso aconteceu, afirmando que “[...] a velhice traz consigo paz e liberdade; quando as paixões afrouxam seu domínio e deixam de se fazer sentir. [...] Sobre isso e as queixas relativas aos familiares, a causa é uma só: a velhice não tem culpa, Sócrates, mas o temperamento de cada um. Para quem viveu com ordem e simplicidade, a velhice é um fardo suportável; de outro modo, Sócrates, tanto a velhice como a mocidade são penosas para qualquer pessoa”.

Diante da resposta de Céfalo, Sócrates, estimulou-o a responder a seguinte indagação: que ele tinha receio que a maioria dos homens não concordava com o que foi respondido, por pensarem que Céfalo suportava a velhice, não em função do seu temperamento, mas devido a sua riqueza, que enseja muitas compensações.

Céfalo respondeu que era certo o que afirmava Sócrates, é que era possível até que tinham razão, porém nem tanta como imaginavam, pois “[...] que nem pode o homem moderado suportar com facilidade a velhice quando é pobre, nem deixar o intemperante rico de desagradar-se dela”.

Contrapondo Céfalo, Sócrates o perguntou sobre a origem de sua fortuna, se ela foi herdada ou adquirida. Ele, o respondeu que; “Como construtor da sua fortuna própria, represento meio termo entre meu avô e meu pai; pois meu avô, de quem tomei o nome, havendo herdado um patrimônio equivalente ao meu neste momento, soube aumentá-lo muitas vezes, meu pai, Lisânias, o reduziu para menos do que tenho agora. Dar-me-ei por satisfeito se não deixar menos para meus filhos, porém um pouquinho mais do que o que recebi de herança”.

Sócrates, contínuo o dialogo afirmando que a pergunta foi feita a Céfalo, pois ele tinha a impressão que o mesmo não era apegado a dinheiro, e que isso acontece com os que não ganharam por esforço próprio, porque os que souberam adquiri-lo, pelo contrário, são lhe duplamente afeiçoados. Sócrates afirma por fim, que “A companhia dessa gente chega a ser molesta, pois só falam em dinheiro”.

Sócrates questiona a Céfalo ainda, qual é a maior vantagem que a fortuna o proporcionou? Céfalo, respondeu que “[...] a riqueza é de grande vantagem, porém não para todos; apenas para as pessoas equilibradas. Ela que enseja a possibilidade de deixar a vida sem receio de haver mentido, embora involuntariamente, e de não ter ficado devendo sacrifício a nenhum dos deuses nem dinheiro a ninguém. Para tudo isso a riqueza contribui em grande parte. Muitas vantagens ela ainda apresenta; porém, umas pelas outras, não vacilo em declarar que não é a de menor importância, Sócrates, para o homem de bom-senso o fato de ser rico”.

Sócrates afirma nesse momento que Céfalo falou admiravelmente, porém “[...] com relação a essa mesma justiça, bastará defini-la como o fizeste, e dizer que consiste apenas em falar a verdade e restituir o que recebemos de outrem, ou é fato que em qualquer caso podemos proceder com justiça ou injustamente, conforme as circunstâncias? O que digo é o seguinte: na hipótese de alguém receber para guardar a arma de  um amigo que se encontre são de juízo, e este, depois, com manifesta perturbação de espírito, exigir que lhe restitua, todo o mundo concordará que não se deve devolvê-la e que não andaria direito quem lhe fizesse a vontade ou tudo contasse a um indivíduo em semelhante condições.

É nesse momento do diálogo que Polemarco intervêm, e entra na conversa em substituição a Céfalo que foi cuidar do sacrifício.

Sócrates questiona a Polemarco, em que ele baseava para afirmar que Simônides está certo quando fala da justiça?

Polemarco respondeu “Por ser justo, respondeu, dar a cada um o que lhe é devido, máxima que se afigura bem enunciada”.

É, nesse momento do dialogo que Polemarco e Sócrates entram na questão se “o dar a cada um o que é devido”, deveria ser aplicado, por exemplo, no momento em que o reclamante não estiver em seu juízo perfeito, e se para os inimigos, o que lhe devemos dar? Para Polemarco, qualquer pessoa só deve ao seu inimigo o que lhe convém, a saber, algum mal.

Para Sócrates, Simônides apresentou um enigma poético com a sua definição de justiça. “Tudo indica que para ele é justo dar a cada um o que lhe convém; a isso é que ele chamava de dívida”.

Polemarco, não satisfeito com a afirmação de Sócrates o convidou a esclarecer seus pensamentos a respeito do significado da Justiça. Sócrates, para responde-lo utilizou-se de analogias, como exemplo de qual é a serventia da arte da culinária, se não para temperar alimentos; e da arte da medicina, se não para ministrar remédios ao corpo, alimentos e bebidas; e, por fim é a finalidade da arte da justiça é derivada de fazer o bem aos amigos e mal aos inimigos?

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