O Manicômio

                                          Manicômio

Manicômio segundo o dicionário é um estabelecimento ou hospital especializado na internação e no tratamento de pessoas com transtorno mental ou simplesmente hospital psiquiátrico.

No século passado, as pessoas que eram consideradas ‘’ loucas’’ eram levadas a hospitais psiquiátricos. Ao chegar nesses locais, eram raspadas suas cabeças e tomavam um banho de desinfecção. As pessoas dormiam em cima de capins, se alimentavam mal, sofriam tortura, inclusive com seções choques elétricos, vestiam pedaços de pano, vivam num ambiente sujo e até o banho era controlado. Eram tratados como bichos e pior que os criminosos presos, em um verdadeiro desrespeito aos Direitos Humanos.

No século XX existia o internamento compulsório, nesse sentido qualquer indivíduo que fosse considerado “louco” era internado para tratamento, com remota possibilidade de se safar do internamento. No ano de 1909, em Barbacena, Minas Gerais, entrou em funcionamento o maior manicômio do Brasil chamado de Hospital Colônia. No livro “Holocausto brasileiro” a escritora Daniela Arbex relata como era o tratamento no chamado Hospital Colônia. As 60 mil pessoas morreram só lá por maus tratos. Somente 30% das pessoas enviadas ao hospital colônia tinham algum tipo de distúrbio mental. A maioria das pessoas que lá foram internadas eram homossexuais, militantes políticos, mulheres que tinham perdido a virgindade antes do casamento, meninas que brincavam na rua com meninos e eram mal vistas ou qualquer outra pessoa que não se encaixava nos padrões da época.

Felizmente com o avanço do movimento anti-manicomial, tivemos avanços significativos no tratamento de pessoas com deficiência mental. Nesse sentido, o ministério da saúde, no ano de 1992, editou a portaria 224/92 que previa a municipalização do tratamento mental, antes responsabilidade da União e estados e a criação dos CAPS/NAPS, que faz um tratamento psíquico-pedagógico e terapia ocupacional tais como pintura, escrita, musica, atividades interdisciplinares. Hoje somente os casos em que o doente oferece risco a sociedade a internação é possível.

Referencias:

ARBEX, Daniela. Holocausto Brasileiro - Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes No Maior Hospício do Brasil. Editora Geração, 2013.

https://www.youtube.com/watch?v=1xBQr5zFAHs

http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/08/mais-de-60-mil-pessoas-morreram-no-maior-manicomio-do-brasil

http://www.assdevoltaparacasa.org.br/page9.htm

Portaria 224/92 do Ministério da Saúde