O Plantio com sucesso, deve-se escolher a finalidade do bambu
Por: nardo123 • 19/6/2017 • Abstract • 1.491 Palavras (6 Páginas) • 202 Visualizações
Plantio
Para se estabelecer um plantio com sucesso, deve-se escolher a finalidade do bambu e o local adequado e lembrar que os bambus temperados são mais aptos ao frio, enquanto os tropicais se adaptam muito bem ao clima mais quente.Um local onde tenha água por perto e muita incidência de luz solar ajuda o bambu a crescer mais rapidamente.
A melhor época para se plantar o bambu é depois do inverno, no momento de aparecimento de novos brotos, pois eles terão tempo até o próximo inverno de reservar energia e nutrientes. É importante plantar as mudas verticalmente com o meio gomo sobre a superfície e deixar espaço para que as mudas se desenvolvam.
Colheita e Poda (Manejo)
O bambu deve ser cortado sempre após o primeiro nó para evitar que o rizoma apodreça, e não deve exceder 30 cm do chão. Pode-se usar machado, facão ou serras para colher o colmo (é importante fazer um corte seco e preciso, pois um bambu rasgado tem mais entradas para fungos e insetos). Um grupo de bambus tem indivíduos de várias idades, aqueles com mais de 7 anos de idade devem ser removidos para que a energia do grupo se direcione para os novos brotos. Não se deve retirar mais que 80 por cento de um grupo de bambus, pois isto ocasiona um abalo nas plantas remanescentes. Deve-se sempre deixar alguns bambus maduros em áreas espalhadas do grupo, pois são eles que fornecem nutrientes para os mais jovens.
Existem duas espécies de bambus:
ESPÉCIES ENTOUCEIRANTES
Reprodução feita por rizomas curtos, que crescem de uma base comum, formando moitas. Gêneros mais conhecidos: Bambusa, Dendrocalamus e Guadua.
ESPÉCIES ALASTRANTES
Reprodução feita por rizomas longos, que crescem em diversas direções, configurando o aspecto de um bambuzal com varas dispersas. É preferível plantá-las próximos a barreiras naturais como córregos e estradas. Pode-se criar barreiras artificiais, por exemplo, construindo valetas, ou paredes subterrâneas.
Gêneros: Phyllostachys, Arundinaria e Sasa.
A época do corte e a idade do colmo definirão a sua durabilidade, ou seja, a sua resistência ao ataque dos insetos (broca, caruncho, cupim, etc). Pode-se considerar que o corte é o primeiro tratamento, no entanto dependendo do uso que se dará ao bambu outros tratamentos se farão necessários. A época ideal para corte é a pós-brotação, pois os indivíduos mais jovens do bambuzal já completaram seu crescimento em altura e por isso concentram em si grande parte dos nutrientes. Este crescimento se dá em torno de 3 a 4 meses a partir do surgimento do broto. Após 6 meses os brotos já atingiram suas alturas e espessuras máximas e começam a ramificar e realizar fotossíntese. Passam então a integrar a família e alimentar os próximos brotos.
Durante o primeiro e segundo ano o colmo terá um “talco” (sílica) e bainha (folha marrom) próxima do nó e a partir do terceiro ano, ele já apresenta uma cor verde-escura, perde as bainhas e está apto a ser cortado. Colhe-se de preferência no inverno (meses sem a letra “r” , ou seja: maio, junho, julho e agosto) e na lua minguante, quando as plantas têm índices mais baixos de absorção solar e por isso acumulam menos seiva.O horário ideal para corte num bambuzal é antes do amanhecer; caso isto não seja possível, preferir as primeiras horas da manhã. O corte de qualquer tipo de bambu é sempre realizado logo acima do primeiro nó (mais próximo da base), onde os colmos têm maior resistência e de maneira a não deixar um “copinho” no toco que permanece no solo. Este efeito de “copinho” é extremamente prejudicial ao bambuzal, visto que o local irá acumular água e apodrecer, comprometendo a saúde de toda a moita, portanto, cortar sempre deixando o topo fechado.
É bom sempre observar a direção natural para a qual a vara está pendendo e realizar o corte neste sentido, ou seja, serrar 2/3 da vara no sentido para qual está pendendo, e 1/3 no sentido contrário para que não lasque o lado da vara quando o bambu começar a cair. Logo que abatida, a vara deve permanecer no bambuzal, mantendo-a com suas folhas e galhos na posição vertical durante o período de secagem (2 a 3 semanas).Ela pode estar apoiada nas varas vizinhas ou sobre uma pedra (é importante assegurar que a vara não esteja em contato direto com o solo para não absorver umidade). O período de secagem é importante para obtenção de resistência e durabilidade, especialmente para as espécies de diâmetro mais grosso.
Ao realizar o transporte das varas, pode-se eliminar os galhos (corte em direção ao topo da vara). Nesta etapa, pode-se também cortar as varas em tamanho menor, dependendo de sua futura utilização. No Brasil, existe uma crença, que afirma que bambus colhidos em época de lua minguante não sofrem ataques de carunchos. A influência da lua em fenômenos biofísicos é fato, inclusive no aumento e diminuição da seiva vegetal, entretanto, a ocorrência de açúcares(principalmente o amido), permanece em qualquer estágio da planta e em qualquer época do ano. Fatores muito mais determinantes do que o ciclo lunar é que influenciam na maior ou menor quantidade da seiva doce.Portanto, todo bambu in-natura, apresenta atrativo para o ataque de diferentes insetos xilófagos (que atacam seiva vegetal).
Para maior durabilidade nas várias aplicações, o bambu deve ser tratado. Existem vários tipos de tratamento, basicamente tratamentos industriais, semi-industriais e domésticos.
Segundo a botânica Ximena Londoño da Colômbia e diversas culturas de bambu, o fator principal para se obter colmos resistentes de bambu é a forma e hora da colheita. A época do ano que o bambu guarda uma maior parte de suas reservas nas raízes (rizomas) é o inverno, o momento antes do aparecimento dos novos brotos. Colhendo nesta hora obtemos um bambu com menos açúcar, que é o alimento dos insetos e fungos que se alimentam do bambu, e estes aparecem menos no inverno. No Brasil e no Hemisfério Sul esta época acontece no meio do ano. Por isso a cultura popular brasileira afirma que são os meses sem a letra "r" (maio, junho, julho e agosto). Após este período começa a geração de novos brotos.
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