O´PROCESSO
Por: raycout • 14/9/2015 • Resenha • 1.016 Palavras (5 Páginas) • 169 Visualizações
RESUMO
Trata-se de uma resenha critica acerca da obra “O Processo”, escrito por Frankz Kafta. O romance gira em torno da vida do personagem Joseph K., um excelente bancário que, no pico de sua carreira, é processado injustamente, aliás, nem ele e nem as autoridades competentes sabiam explicar o porquê das acusações, apenas explicavam a Joseph que só estavam cumprindo ordens e que ele deveria aguardar maiores informações.
Por instantes, achou que fosse brincadeira, visto que era o dia do seu 30º aniversário, porém, ao perceber a confusão em que se encontrará, luta o tempo todo para descobrir do que estava sendo acusado, quem o acusava e com embasamento em que lei.
Embora detido, ficou autorizado a viver sua vida normalmente, exercendo suas atividades diárias como se nada estivesse acontecendo, somente tendo que comparecer esporadicamente a um Tribunal.
ANALISE CRÍTICA
Essa situação de indefinição e angústia do personagem Joseph permeia toda a história, a cada capítulo percebe-se a busca incessante do protagonista por um entendimento dos mecanismos da justiça e não propriamente da razão do seu processo. Por mais que o bancário tentasse ter acesso às informações do processo, não teve êxito, contratou advogado, recorreu contato direto ao judiciário, porém, teve pouco sucesso, o acesso era difícil, o advogado deixava claro que era muito importante ter influência junto ao juiz e aos funcionários públicos, e também a lentidão dos procedimentos extremamente burocrático impossibilitavam de se defender perante a “justiça”. Isto demostra a dificuldade de acesso a justiça e as informações processuais. Logo o autor dá a entender que a justiça não é para todos, fazendo uma crítica direta ao sistema judiciário.
Joseph ao desenrolar da história conhece um pintor, que tinha contato com alguns juízes e que poderia dar-lhe alguma explicação de como funcionam os andamentos dos processos e seus respectivos tribunais. Contudo, ele ficou muito atormentado diante das escassas possibilidades apresentadas pelo pintor, onde as opção apresentadas consistiam em processo arrastado com muita burocracia, ocasionalmente pagamento de propinas, muitos honorários para o advogado, outra opção seria uma absolvição temporária (com a influência do pintor que levaria um documento para que o juiz assinasse) e a última opção seria era a absolvição real onde o total livramento de culpa e prosseguimento da vida normal do acusado, no entanto, não existe presunção de inocência, o acusado foi considerado culpado desde o início e uma absolvição real é praticamente impossível.
Nota-se também na obra, o desconforto do Joseph para com a sociedade que no seu ver é, na sua maioria, formada de pessoas sem humanidade, sem altruísmo. Vivem suas vidas mecanicamente sem se importar com a dor alheia e, sim, sempre rotulando e estereotipando. O fato de ser réu em um processo faz com que a sociedade já o julgue culpado previamente. Apenas as mulheres, pareciam ter algumas influências e ajuda-lo com informações relevantes do seu processo ou até mesmo com questão de relacionamento, mantendo assim um tipo de socialização.
Outro princípio é atingido, a da publicidade dos atos processuais, talvez até como uma forma intimidação, o personagem foi subjugado e que nada poderia fazer para se defender e se vendo cada vez mais inserido num labirinto burocrático de incertezas e indefinições, movido por uma justiça ilógica, corrupta e burocrática que contribuem para a negação dos direitos fundamentais.
Essa complicação faz com que Josef não consiga mais se concentrar na sua antiga rotina tanto social, quanto profissional, cada vez mais debilitado psicologicamente pelo andamento de seu caso jurídico. A narrativa envolve-se num clima de confusão e pesadelos, pois, em diversas passagens do livro, ele cita as suas sensações, com relação até ao local onde encontra-se o tribunal, as pessoas com má fé, enfim, um sentido sombrio. O Estado, nesta obra é considerado autoritário, demonstrando que os direitos sociais do homem são tolhidos e revelam as falhas, erros e a vulnerabilidade do sistema judiciário, mostrando a obscuridade do processo.
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